GOVERNADOR DEFENDE INTERESSES DO POVO E DO ESTADO.

 

O jornal "O Estado de São Paulo" publicou no dia 5 de agosto uma entrevista com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, que defendeu interesses das regiões Sul e Sudeste, e isso bastou para o assunto se transformar em pecado mortal. Ou seja, todo e qualquer tema que não seja o preferido da esquerda ou do petismo se transforma em um verdadeiro mar de lágrimas, show de horrores e ranger de dentes.

As declarações republicanas do governador mineiro sofreram interpretações equivocadas e extremamente mal-intencionadas por parte dos petistas e aliados e da imprensa esquerdista, uma vez que as demandas são justas e devem ser buscadas em prol das populações do Sul e Sudeste. Ora, essa é uma das funções dos governadores, que devem trabalhar pelo interesse dos seus representados, mesmo porque já existe um consórcio das regiões Norte e Nordeste nos mesmos padrões.

O governador questionou o seguinte: “Está sendo criado um fundo para o Nordeste, Centro-Oeste e Norte. Agora, e o Sul e o Sudeste, não têm pobreza? Têm, sim. Nós também precisamos de ações sociais”. E acrescentou: “É preciso tratar a todos da mesma forma. As decisões têm que escutar ambos os lados”.

Romeu Zema disse, acertadamente, que os Estados do Sul e Sudeste representam 70% da economia brasileira e defendeu o protagonismo político das regiões. Argumentou, ainda: “Ficou claro nessa reforma tributária que já começamos a mostrar nosso peso. Eles queriam colocar um Conselho Federativo com um voto por Estado. Nós falamos: 'Não senhor. Nós queremos proporcional à população'. Porque sete estados em 27, iríamos aprovar o quê? Nada. O Norte e Nordeste é que mandariam. Aí, nós falamos que não. Pode ter o conselho, mas proporcional. Se temos 56% da população, nós queremos ter peso equivalente”.

As reivindicações justas e ponderadas do governador fizeram surgir narrativas canhotas de “xenófobo”, “traidor da pátria”, “extrema-direita”, como se os brasileiros não enxergassem a realidade do que está acontecendo no país, diante de um maniqueísmo esquerdista diuturnamente propenso a fomentar divisões regionais. O povo sabe muito bem como jogam os radicais da esquerda.

No seu estilo calmo e educado, o governador Zema respondeu às críticas esclarecendo que o consórcio Sul-Sudeste jamais será para diminuir as outras regiões; que não é para ser contra ninguém, e sim a favor de somar esforços; que diálogo e gestão são fundamentais para o país ter mais oportunidades; que a distorção dos fatos provoca divisão; e que a força do Brasil está no trabalho e na união de todos.

Assim sendo, a rigor, ao meu sentir, o governador não guarda nenhum traço de xenofobia, não é de extrema-direita e muito menos traidor da pátria. Ademais, ele tem razão, e concordo com seus argumentos de gestor consciente do seu dever. Trata-se, sobremaneira, da defesa daqueles que contribuem mais com a União e merecem um tratamento no mínimo justo e isonômico.

Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021).

(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de quinta-feira, 17 de agosto de 2023, pág. 19). 

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