MATA DO PLANALTO: RESISTÊNCIA E VIDA.

Recentemente, em 23 de março próximo passado, a pedido do vereador Heleno Abreu (PHS) foi realizada uma nova audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana, onde o Ministério Público Estadual concluiu que...

Antes, porém, vamos a alguns trechos da grande história de vida da Mata do Planalto.

Há oito meses escreví no blog Direito de Opinião, de minha autoria, um artigo em defesa da Mata do Planalto, que foi reenviado para diversas autoridades defensoras do meio ambiente na capital.

A adesão cidadã se tornou gradativa e os simpatizantes formaram uma corrente cívica em pensamentos e atos, também em defesa da Mata do Planalto.

A Mata do Planalto está ameaçada por um empreendimento imobiliário que pretende devastá-la para ali construir um grande condomínio de 16 prédios de 15 andares, com um total de 760 apartamentos e 1.016 vagas de garagens. Isso, sem considerar o desastre ambiental que irá provocar com suas obras, destruição dos cursos d'água, piora da qualidade de vida, congestionamento de trânsito, poluição sonora e do ar, impacto ambiental negativo e aumento de veículos e pessoas sem a contrapartida da infraestrutura adequada.

A preservação da Mata do Planalto tornou-se uma questão de honra para os moradores conscientes de toda a região dos bairros Planalto, Itapoã, Campo Alegre, Vila Clóris, Pampulha e Adjacências.

As caminhadas promovidas e empreendidas pela vida da Mata do Planalto colocou muitas manhãs de sábados nas agendas de homens e mulheres, como compromisso ético em prol da natureza.

A Mata do Planalto como amplamente divulgado é uma área de 300 mil metros quadrados, equivalente a 27 campos de futebol, com extensa cobertura verde, geradora de purificação do ar, responsável pela melhoria de qualidade do microclima ambiental, eficiente na redução da velocidade do vento, abrigadora de centenas de espécies de aves e tecnicamente providencial com a excelente permeabilidade do solo.

Não bastasse, a Mata do Planalto conta ainda com 20 (vinte) nascentes de águas cristalinas, detectadas e analisadas por profissionais que atestam o valor desse recurso hídrico para a vida, para a natureza, para a condição de um bom clima, para a conservação da fauna e da flora, para a irrigação da reserva natural e para a justa e sábia dessedentação de animais.

Recentemente, em 23 de março próximo passado, a pedido do vereador Heleno Abreu (PHS) , foi realizada uma nova audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana, onde o Ministério Público Estadual concluiu que a construção é inviável e decidiu pelo não-licenciamento prévio do empreendimento, haja vista que a Mata está localizada em uma Área de Diretrizes Especiais (ADE), de interesse ambiental e preservação permanente.

Os vereadores Heleno (PHS) e Leonardo Mattos (PV) estão atentos aos interesses da coletividade e defendem a preservação total da Mata do Planalto, num esforço comum, de povo e representantes do povo, em movimento cívico e ordeiro, mas firme e de exigência de compromisso por parte do Poder Público em face de questões relevantes de preservação da natureza e de gestão ambiental.

Resta aos moradores de todas as regiões e bairros interessados aguardarem a decisão final da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e do Conselho Municipal de Meio Ambiente que, esperamos, seja de acatamento dos desejos da sociedade que paga impostos e exige respeito à natureza, ao meio ambiente e à vida.

Mas, enquanto aguardamos a decisão das Autoridades Públicas, continuemos despertos, pois a crescente insistência de empreendedores em invocar o "desenvolvimento sustentável", acrescida da leniência de órgãos ambientais licenciadores e fiscalizadores (que, conscientes ou não, acabam por ceder a pressões políticas ou econômicas), compõem um quadro preocupante. Nesses casos, o "desenvolvimento sustentável" é uma falácia, um engodo ambiental. Toda precaução é necessária e os sofismas devem ser ignorados

Em que pese a Lei 6.938/81 (Política Nacional do Meio Ambiente), as leis estaduais e as leis orgânicas municipais, não é aconselhável que a população se descuide, tal a capacidade de mudar entendimentos que o poder econômico possui. E pior, no âmbito doméstico de nosso país, a legislação ambiental é, infelizmente, burlada em várias ocasiões para atender a interesses oligárquicos, empresariais e até governamentais.

Destarte, as possibilidades estão lançadas e compete aos moradores continuarem mobilizados e prontos para a defesa intransigente da Mata do Planalto e de quaisquer outros fragmentos da diversidade biológica. A natureza agradece e os cidadãos, cidadãs e as gerações futuras, idem.

Wilson Ferreira Campos - Advogado, morador da região há 25 anos e defensor da Mata do Planalto.

Comentários

  1. Louvável,
    se a humanidade está tão envolvida em tantos projetos, lutas, ONGs etc. contra as agressões a natureza,campanhas de preservações e conscientização. Como é aceitável nós, povo, dono de tudo, porque pagamos e pagamos caro por tudo neste pais, não termos o apoio desses órgãos que trabalham para nós e não vemos nenhuma atuação de nenhum "eleito" que também é humano e vive neste planeta fazer algo de concreto não permitindo mais essa agressão.

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  2. Não mais melodias dos pássaros,
    Não mais nascentes de cristalinas águas
    Não mais verdes e coloridos das matas e flores
    Não mais o Planalto da suave brisa
    Não mais o Planalto do saudável clima
    Não mais o Planalto do silencio
    Não mais o Planalto da familiar paz
    Perdas e drásticas mudanças!!
    Escutaremos autos decibéis de maquinas
    Revitalização do cinza do cimento
    Cinza e ferrugem do concreto e do ferro
    Sufoque- se com o pesado vácuo
    Sinta a tormenta do barulho
    Intranqüilidade
    Isso é uma guerra verde
    O resto da MATA DO PLANALTO
    Tem que vencer.

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