DIA DO ADVOGADO
O dia 11 de agosto é o Dia do Advogado, mas também o
dia da criação dos dois primeiros cursos jurídicos no Brasil, que resultaram na
inauguração da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo, e
da Faculdade de Direito de Olinda, em Pernambuco. Ambos os cursos foram instituídos
por dom Pedro I, em 1827.
Passados 191 anos, a história mostra que houve muito
trabalho, sacrifício, noites em claro, vitórias e derrotas. O lado bom fica por
conta de ser o advogado um eterno batalhador pela garantia dos direitos
sociais, da liberdade democrática, da igualdade e da cidadania, e por ser indispensável
na administração da justiça. Já o lado ruim fica por conta das mazelas da
profissão, da lentidão do Judiciário, da afronta dos déspotas e do desrespeito
às prerrogativas.
No Dia do Advogado se comemora a razão que eleva o
espírito, que desperta a consciência no sentido de que o direito é um meio de
mitigar as desigualdades para o encontro de soluções justas, e que a lei é um
instrumento para garantir a isonomia entre todos. Essa comemoração, por
mais singela que seja, fortalece o bom advogado, que defende humildes e
poderosos com a mesma altivez e independência.
Sem lamúrias, mas dentro da realidade atual, haveria
mais a comemorar se o exercício profissional fosse medido pela atuação
reta do causídico, e não pela magnitude e poder do cliente que ele representa. Haveria
mais a comemorar se as prerrogativas do advogado fossem a saudação de entrada, e
não a procura por uma saída de mero reconhecimento do direito há muito
estabelecido.
Ao advogado, em seu dia, restam as reais certezas
de que a excelência buscada na prestação do serviço jurídico supera, e
muito, a fachada extravagante daqueles que se apegam ao luxo e se esquecem da verdadeira
advocacia; de que o tratamento respeitoso entre colegas, independentemente de
idade, conhecimento, poder ou hierarquia, não precisa de normas
ou etiquetas, mas de simples retorno ao berço da urbanidade e do desapego
material.
O balcão de mercenário a que se referia Rui
Barbosa desonra a profissão do advogado e coloca em risco sua condição como
órgão subsidiário da Justiça. Já o advogado ético vive um regime de servidão
permanente e sofre com os gritos de falta de fé no direito e na Justiça que diariamente
lhe chegam aos ouvidos, vindos do triste lamento do cliente que tinha como
certa a vitória, mas que lhe foi retirada graças à enfadonha, calamitosa, preguiçosa
e tardia prestação jurisdicional.
Ser advogado, hoje, verdadeiramente, com a demora excessiva
e angustiante das sentenças, a rigor, significa exercer um sacerdócio com
disposição para viver jejuns eternos e receber migalhas de honorários. Ou seguir
a determinação de Carlos Magno na Ordonnance: “Quando o juiz demorar a proferir a sentença, o litigante deverá se instalar na casa dele e aí viverá, de cama e
mesa à custa dele, até que decida a causa”.
Wilson Campos (Advogado/Presidente da Comissão de
Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG).
(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de sexta-feira, 10 de agosto de 2018, pág. 23).
(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de sexta-feira, 10 de agosto de 2018, pág. 23).
Muito bom e próprio o texto. Parabéns.
ResponderExcluirPREZADO DR. WILSON
ResponderExcluirPARABÉNS PELO DIA DO ADVOGADO, 11 DE AGOSTO.
VOCÊS TRAZEM A CIDADANIA AO POVO BRASILEIRO,E EQUILÍBRIO E PAZ ENTRE OS 3 PODERES DO BRASIL.
SE NÃO FOSSEM OS ADVOGADOS,NESSES 3 ANOS DE DESGOVERNO ILEGÍTIMO,COMO O POVO BRASILEIRO IRIA SE MANTER.
OS ADVOGADOS RESPEITARAM A DEMOCRACIA TROUXEREM A NAU BRASILEIRA,ATÉ AS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS,ESSE É UM FATO ESPETACULAR,PARA A HISTÓRIA DO BRASIL
Atenciosamente
Marco Túlio M. Camargos.