CAMINHOS DA IMPUNIDADE.

As organizações criminosas do colarinho branco, dos mensaleiros, dos aloprados,  dos fraudadores, dos corruptos, dos sonegadores, dos estelionatários e dos formadores de quadrilhas que se enriquecem desviando dinheiro do Estado, transitam livremente na política brasileira e continuam impunes graças à lenta vingança da justiça. Os delinquentes desta banda podre da sociedade são tratados com tapinhas nas costas e conforto de amigos que se encostam no poder e se locupletam com as garantias dos cofres públicos.


A Procuradoria-Geral da República conhece o chefe e os sub-chefes da organização criminosa do mensalão. Mesmo assim, eles desfilam por aí com ares de bons moços e se dizendo até injustiçados para uns e outros.


O Ministério Público, a Polícia Federal, a Justiça, a imprensa e a sociedade sabem o que eles fizeram - esquema de compra de apoios no Congresso, corrupção ativa, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, fraude de licitações, improbidade administrativa - e ainda assim os deixam livres e prosperando às custas de um povo cego, surdo e mudo.


A arrogância e o escárnio tomam conta de outros apaixonados pelo enriquecimento fácil, que não apenas transitam na política como trafegam com ferraris e se acomodam em mansões. Tudo conseguido com a suada atividade de corrupção ativa, peculato, formação de quadrilha, estelionato e uso de documentos falsos.


Os "donos" dos órgãos públicos reinam de norte a sul e de leste a oeste desta nação, sapecando maldades e afrontando os humildes, desrespeitando as leis e legislando em causa própria, fraudando licitações e desviando dinheiro público. A miséria de brancos, negros e índios não envergonham os aproveitadores de cargo público que logram êxito para si e para outrem. A desgraça do semelhante pouco importa para estes senhores e senhoras que usam da política para fazerem politicagem suja e rasteira.


Os profissionais do serviço público invejáveis não são os assalariados que trabalham jornadas diárias integrais a bem da sociedade, mas aqueles que milagrosamente percorrem trajetórias "invejáveis" amealhando milhões de reais com cobrança de propinas, com desvio de verbas federais, com compra de votos, com calote em bancos públicos, com prática contumaz de caixa dois, com contrato de gaveta e sociedade com laranjas. As negociatas "invejáveis" destes profissionais deixam no chinelo os milhões alhures referidos, posto que significativamente agora beiram aos bilhões, conseguidos às custas da facilidade política, da lentidão da justiça e da cegueira do povo brasileiro que não reage.


O Estado tornou-se uma fonte inesgotável de renda para partidos e políticos. Aos ambiciosos frequentadores de casa de tolerância que multiplicam em mais de vinte o patrimônio, tudo é permitido. Alto lá, quase tudo é permitido. Menos utilizar do Estado para proveito próprio, unicamente. O faturamento tem de ser coletivo e em nome da turma seletiva de outrora. Nada de milhões na conta pessoal ou privada. Tudo pode, desde que todos possam. Todos (não do povo, claro) mas todos (da turma seletiva de outrora). O enriquecimento ilícito e o tráfico de influência não é de hoje e nem vai acabar. Pelo menos enquanto o povo dormir o sono dos tolos.


O país que se dane, porque o pensamento deles (politiqueiros midiáticos e eternos) é arrebentar com quem se coloca contra seus interesses privados. Os caciques, assim intitulados os homens não comuns como dizia o anterior chefe da Granja do Torto, estão blindados pela solerte e facciosa falácia de que todo mundo sempre fez assim no Brasil. Todo mundo, vírgula. Respeito é bom e eu gosto. E o povo que se levante e trate de se coçar, porque a imprensa está reunindo na arena da investigação, para posterior divulgação, outros nomes de multiplicação de pães, perdão, de multiplicação de patrimônio.


Mas não me venham com estardalhaços exóticos e com discursos políticos de um governo que vai combater a corrupção sem poupar poderosos. Nada disso. A pobre pátria brasileira quer ver ação e não palavras ao vento que só fazem multiplicar a impunidade. Os resultados é que contam, mas que não sejam pífios como têm sido até agora. Os crimes políticos, financeiros, de fraude pública ou privada, quaisquer que sejam, se submetam aos rigores da lei e esgotados os procedimentos do contraditório e da defesa, cumpram os criminosos as penas impostas por sentença final e ponto.


A legalidade das operações dos órgãos da justiça por certo devolverão aos cofres públicos os valores desviados e reintegrarão à posse do Estado os bens tomados de assalto pelos sonegadores, laranjas, corruptos e corruptores, fraudadores, caciques e chefes, quadrilheiros e organizadores. Enfim, se não tiver cadeia e devolução do produto do roubo, não vale a pena gastar tinta e papel, pois restará à sorte deste povo e deste país, engatar a ré e se conformar em ser não de terceiro, mas de quarto mundo e pior, continuar com a pecha de não ser este um país sério.


Tempo para consertar esta bagunça tem. E a hora é agora.


Comentários

  1. Parabéns Dr. Wilson. O texto reflete fielmente os bastidores da politica nacional. Me animo em ver que pessoas igual vc está dissiminando com informações veridicas o que acontece na politica. Creio também que é um trabalho a gonta gotas e que no futuro a informação prestada abrangendo todos os brasileiros surtirá efeito, pois conhecendo a verdade se indignarão e pedirão mudanças tanto na questão politica, tributária e, principalmente em relação a impunidade, a única responsável por toda essa sujeirada que vemos diariamente na mídia e rede social.

    Ats.

    Adão Luiz Souza

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