QUEREMOS BRASILIDADE E ENTREGA DO ART. 6º DA CONSTITUIÇÃO.

 

Devo admitir que o Brasil não é o melhor país do mundo. Mas também não é o pior nem um dos primeiros piores. O Brasil é o retrato da sua gente. Vai bem quando seu povo levanta a cabeça e reage às calamidades. E vai mal quando seus filhos e filhas abaixam a cabeça e ficam de cócoras, com os queixos nos joelhos, inertes e omissos.

Falta brasilidade ao povo brasileiro. Falta sangue fervendo nas veias dos cidadãos quando políticos desonestos desviam dinheiro das obrigações básicas e fundamentais da saúde, da educação, da merenda, da moradia, do transporte e da segurança, e usam desavergonhadamente para construir estádios monumentais e encher cuecas e malas. E falta amor próprio quando o indivíduo vê tudo isso e não se indigna.

Nota-se que, infelizmente, em pleno século XXI, o Brasil ainda seja dotado de extrema dicotomia, profundamente marcado pela desigualdade social – poucos têm muito e muitos têm pouco. Mas isso não quer dizer que devemos ter vergonha do nosso país, mesmo porque muitos países mundo afora enfrentam situações parecidas, onde existem ricos demais e pobres demais, na contramão do que defende a puríssima civilização humana.

Ter brasilidade é, ao meu sentir, ter orgulho de ser brasileiro. Isso é importante e pesa muito na hora de você decidir como se sente em relação ao seu país. E não é porque a imprensa tradicional de grupos poderosos só mostra o lado feio da nossa nação, que havemos de concordar com suas notícias mal intencionadas. Ao contrário, devemos combater esses meios de comunicação que prestam um desserviço à pátria, e pedir que se mudem do Brasil ou que mudem seu modo de ver e pensar. Ora, a imprensa precisa ser, no mínimo, imparcial e verdadeira no exercício de um jornalismo que se espera seja equilibrado, íntegro e correto.  

Em vários países do mundo existem preconceito, discriminação e racismo. No entanto, muitas pessoas da classe artística falam do Brasil como se aqui fosse a matriz desses males, e levam essas notícias deletérias para outros cantos do mundo, o que não é tolerável, porque a maioria dos brasileiros respeita as diferenças e convive muito bem com pessoas de todos os tipos. O brasileiro é universal na sua maneira de ser, de cumprimentar, de conviver e de comemorar. Aliás, por mais triste que o brasileiro esteja, ele sempre encontra um motivo para comemorar a vida.

O Brasil não é apenas o país do futebol e do carnaval. O Brasil é o país do agronegócio; dos parques industriais; do petróleo; do sal marinho; do minério de ferro e do manganês; da cana de açúcar; da criação de suínos e aves; da produção de milho, maçã, uva, café, arroz, feijão e soja; das indústrias têxteis, de laticínios e de grãos; dos frigoríficos; do turismo; do cacau; da pecuária; entre tantos outros.

Falta ao povo brasileiro mais confiança na sua capacidade de trabalho e na sua inteligência para realizar. Falta acreditar e deixar de ser o coitadinho do terceiro mundo. Falta sair da mesmice e criar novos horizontes. Falta investir, incentivar e mostrar que é possível ser o melhor país do mundo. E falta brasilidade acima de tudo – ter orgulho da bandeira, do hino, das matas, das florestas, dos rios e dos imensos valores culturais, humanos e ambientais.

Somos um povo com muitos defeitos. Somos uma pátria explorada por canalhas da política tacanha e vil. Somos uma gente que acompanha diariamente na mídia a pobreza do povo e a riqueza dos membros dos Três Poderes, numa acintosa demonstração da desigualdade existente entre o trabalhador comum e as autoridades perpétuas do poder público. Somos um país de omissos e pouco ou nada engajados na defesa da moralidade pública. Somos uma nação de muitos políticos corruptos e empresários corruptores. Somos um país que precisa corrigir seu rumo e usar de acentuada energia para se tornar forte, promissor e confiável.   

Mas somos uma nação jovem, com muitos jovens esperançosos por oportunidades. Somos uma coletividade que ainda exige respeitabilidade e cobra brasilidade. Somos um país de eleitores que estão aprendendo a votar para melhor escolher seus representantes e expurgar os cafajestes da politicagem sórdida e corrupta. Somos indivíduos que estão despertando para o certo e o errado. Somos uma gente que requer a entrega das garantias fundamentais, principalmente os direitos assegurados no artigo 6º da Constituição. Somos um povo da alegria, da espontaneidade, da irreverência e da simpatia. Somos um povo assim, apesar dos pesares. E quer saber? A esperança é a última que morre e a nossa é ser o melhor país do mundo, com o povo mais feliz do planeta. Serão todos bem-vindos! Vamos trabalhar pra isso! Tenho fé e o que não me falta é coragem!

Art. 6º - “São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”.

Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas tributária, trabalhista, cível e ambiental/Presidente da Comissão de defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB-MG/Delegado de Prerrogativas da OAB-MG). 

Clique aqui e continue lendo sobre temas do Direito e da Justiça, além de outros temas relativos a cidadania, política, meio ambiente e garantias sociais.

Comentários

  1. MARAVILHOSO!!!

    ResponderExcluir
  2. Parabéns Dr.
    Brasilidade é tudo. O Brasil é nosso, do povo, e não dos terroristas da esquerda falida.
    Muito bom o artigo. Ótimo. Abraço. Felipe Ariel.

    ResponderExcluir
  3. Perfeito. É exatamente isso. O que tem acontecido, ao longo dos anos, é porque nós permitimos, toleramos, omitimos.
    Eu não sou um conformado com nossas mazelas e muito menos com os canalhas que habitam os poderes.
    Estou na luta.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas