A INDIGNAÇÃO DA SOCIEDADE TRANSBORDA.

 

Ninguém em sã consciência se coloca a vida inteira de cócoras, com o queixo nos joelhos.

Chega um momento que a sociedade organizada se rebela, tamanha sua indignação, que transborda e leva a consequências graves. Mas a explicação da reação dessa sociedade é simples – poder corrupto e corruptor, mentiras, sujeiras, maldades.

A escória governamental se alia aos caloteiros e aos cúmplices de suas maracutaias. Eles representam o que há de pior no país. Não se envergonham dos seus atos sórdidos, e ainda usam o terror, a violência, a vingança e o ódio contra a população ordeira, trabalhadora e pacífica. Esses seres nefastos são bandidos, declaradamente.  

Segundo eles, os todo-poderosos, todos que se insurgirem contra eles serão perseguidos. Todos que não lerem a cartilha do Foro de São Paulo serão marcados com letras vermelhas e sofrerão castigos. As canetas e as armas estão com eles. A Constituição não vale mais nada. O que vale é a decisão de uma autoridade que nunca teve um voto, mas fala sobre tudo e decide sobre tudo, ilimitadamente.

Eles, os todo-poderosos, vivem no luxo dos seus palácios, das suas Cortes, e esbanjam riqueza, saboreiam fartos banquetes e riem da cara e da fome do povo. Eles são nada mais nada menos que o Estado, controlador da República, controlador das leis e controlador de tudo.  

Esses sequestradores de uma nação inteira não se detêm, não se dão limites e não respeitam quem quer que seja. São colecionadores de vítimas. Ferram com a vida de milhares, de milhões. O único sinal que os orienta é o dinheiro, o metal, a vilania e a usurpação. São bandidos. Só não vê, só não ouve os absurdos e não reage contra isso quem também não vale nada, absolutamente nada.  

Ainda que os céus da pátria estejam escuros, com centenas de nuvens pairando sobre as cabeças dos inocentes e indefesos, eles não se comovem. O que lhes interessa, demagogicamente, é negar a verdade e pregar a mentira como saída e como solução. Mas não existem saídas ou soluções, pois o cerco está fechado e dele ninguém sai. Eles são experientes revolucionários, antes com benesses de anistiados e agora com polpudas verbas estatais.

Eles são autoritários, totalitários e autocratas. São escancaradamente truculentos e desumanos. A regra que eles seguem é a de retirar direitos, surrupiar garantias, censurar e mandar prender. Mas essa corja só sufoca os cidadãos contrários aos seus desmandos ditatoriais, enquanto mantém à solta as gangues, as quadrilhas e as facções que comem no mesmo prato da infâmia e das falsas narrativas.   

A maior meta deles é o fim da cidadania, da liberdade e da democracia. Eles são covardes e agridem pelas costas ou pelas mãos canalhas de terceiros. Oferecem apenas restos, lavagem e auxílios em troca de uma eterna submissão do indivíduo às suas manobras asquerosas. São eles, os todo-poderosos, os maiores párias desta nação.

A ruína e o fundo do fundo do poço é o que eles têm para oferecer. Individualmente são nulos, são incompetentes e são incapazes. Quando se agrupam são vorazes, são perversos e usam sem pudor da transgressão, da violação, da segregação e da absoluta falta de vergonha na cara.  

A crescente insegurança jurídica no país se dá pelas arbitrariedades que eles cometem, diuturnamente. Os todo-poderosos maculam e arrasam tudo que tocam – economia, segurança, respeito, direito, garantia, normas, regras e leis. São todos envolvidos em corrupção e ocupam cargos de poder, enquanto os que lutaram e lutam contra a corrupção estão sendo cassados e perseguidos.

A valorização da integridade das instituições democráticas e a proteção dos princípios legais estabelecidos na Constituição da República estão se esvaindo, se definhando e se desmantelando. Os constantes ataques aos pilares da democracia e da Justiça fazem prosperar e crescer o medo e a insegurança.

A perseguição a pessoas comuns, patriotas, sem a ampla defesa e o contraditório é um ataque mortal contra a ordem jurídica e o Estado de direito. A cassação de mandatos por meio de casuísmos abre precedentes gravíssimos, que invadem não apenas o ambiente político e eleitoral, mas também outras esferas, como a econômica, a social e a judicial.

Assim, diante dessa caótica, triste e terrível realidade, a indignação da sociedade transborda, desborda e derrama.

Mas o poder ad aeternum que eles tanto querem, não desfrutarão, não terão, não alcançarão.

Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021).

Clique aqui e continue lendo sobre temas do Direito e da Justiça, além de outros temas relativos a cidadania, política, meio ambiente e garantias sociais.