NESSE 15 DE OUTUBRO, RENOVO MINHAS HOMENAGENS À PROFESSORA HELLEY.
No Dia do Professor, nada mais justo do que homenagear aquela que deu a vida por seus alunos, aquela que poderia ter corrido e salvado sua vida e preferiu socorrer as crianças em sala de aula, aquela que enfrentou o incêndio criminoso e salvou a vida dos seus amados meninos.
Estou falando da professora mineira Helley de Abreu Silva Batista, que morreu tentando salvar crianças do incêndio na creche em Janaúba.
Na manhã de 5 de outubro de 2017, na creche Gente Inocente em Janaúba, Minas Gerais, o vigia noturno da escola, DSS, invadiu a sala de aula portando um recipiente com combustível e ateou fogo às instalações, em várias crianças e em si mesmo. A professora Helley protegeu as crianças com o auxílio de outras duas funcionárias, Jéssica Morgana e Geni Oliveira (que também morreram). A pedagoga chegou a entrar em luta corporal com o criminoso para impedir que continuasse o ataque, e depois ajudou a retirar as crianças feridas. Ela teve 90% do corpo queimado e morreu no hospital, assim como as outras duas funcionárias. Dez crianças morreram, e também o autor do ataque, totalizando quatorze mortos.
Passados 8 (oito) anos do ocorrido, ainda hoje o sentimento é de tristeza pelas perdas irreparáveis e pela dor das famílias.
No governo de Romeu Zema, o Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais – CEE/MG, conforme RESOLUÇÃO CEE Nº 491, de 26 de abril de 2022 e PORTARIA CEE Nº 12, de 29 de abril de 2022, instituiu o Prêmio Heley de Abreu Silva Batista, de Educação. Todo ano, personalidades são agraciadas com o prêmio, cujas ações e trajetórias de vida possuam um especial destaque na defesa e promoção da Educação em Minas Gerais.
Mas a título de lembrança ou recordação, registro novamente neste Blog a mensagem do artigo “Medalha da Inconfidência”, que foi publicado em 24 de abril de 2018 pelo jornal O TEMPO, notadamente no sentido de homenagear a forte e corajosa professora Helley.
Vejamos o artigo:
MEDALHA DA INCONFIDÊNCIA.
Nesse 21 de abril, na entrega da Medalha da Inconfidência, em Ouro Preto, o governador Fernando Pimentel (PT) homenageou personalidades de várias áreas, mas se esqueceu de uma pessoa muito importante, quiçá a mais importante, que mereceria a homenagem das homenagens. Estou falando da professora mineira Helley de Abreu Silva Batista, que morreu tentando salvar crianças do incêndio na creche em Janaúba.
O governador não homenageou a coragem nem o heroísmo da educadora. No entanto, cercou a cidade com forças policiais, fez discurso político por Lula livre e o chamou de "herói". Usou da conveniência partidária e afastou os protestos de manifestantes contrários a seu governo. Governo que parcela salários de servidores públicos civis e militares. Governo que não repassa as verbas dos municípios, inviabilizando as cidades do interior. Governo que ficará na história como o da ruína financeira mineira.
Independentemente do valor simbólico e do merecimento da medalha, os agraciados ficariam muito mais bem homenageados se tivessem a companhia "in memoriam" da intrépida professora Helley, que não teve medo e enfrentou as chamas para salvar seus alunos do incêndio criminoso, demonstrando o verdadeiro significado do que é ser, de fato, herói ou heroína, na excelência do conceito criado pela Inconfidência Mineira. Assim como Tiradentes, ela deu sua vida por uma causa justa e defendeu com sacrifício imenso suas crianças, seus alunos, seus amiguinhos queridos.
Com certeza, a Medalha da Inconfidência teria mais brilho com uma homenagem à professora, mas ela não teve essa atenção do governador nem de seus assessores. Eles não souberam entender a magnitude do gesto da educadora, que, por sua vez, entendeu o significado da vida, do amor e da compaixão e não pensou em si, mas nos "anjos" que a rodeavam e pediam por socorro, desesperadamente.
Na praça Tiradentes faltou uma lembrança, faltou uma homenagem. Nas flores colocadas no monumento a Tiradentes faltou uma semente. No fogo simbólico que acendeu a Pira da Liberdade, faltou uma luz. Na salva de 21 tiros faltou o reconhecimento do poder público. Na execução do hino nacional faltou a humanidade da letra na parte que diz: "Verás que um filho teu não foge à luta/ Nem teme, quem te adora, a própria morte". A professora Helley não temeu a própria morte, enfrentou e lutou com o causador da tragédia e salvou vários pequeninos da ira impiedosa do louco.
Sem comparações, uma vez que Tiradentes foi um protomártir e herói máximo da nação, atuando na defesa da integridade republicana, e a professora Helley, uma dedicada educadora, que atuou na defesa do ensino e das vidas de seus "anjos" inocentes, ainda assim e por isso mesmo, a história deve uma homenagem à mulher que sensibilizou Minas Gerais e o Brasil, com seu gesto magnânimo, digno de todas as reverências humanamente patrióticas.
Wilson Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG).
(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de terça-feira, 24 de abril de 2018, pág. 19).
Como visto, toda a grandeza de uma professora não se resume ao ensino em sala de aula, mas ao todo de uma proteção, de um exemplo, de um amor e de uma dedicação sem preço. Ser professor é ensinar com carinho, aprender junto, dar e exigir respeito, cobrar deveres e mostrar direitos.
PORTANTO, mais uma vez, nossas homenagens à destemida professora Helley. O seu ato de bravura contra o incêndio se somou ao seu gesto amplo e pleno de proteção aos seus queridos alunos. Minas Gerais precisa de mais professores com essa fibra e essa coragem. O Brasil precisa de mais pessoas assim.
Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021).
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Acho muito honrosa a lembrança da professora Helley que deu sua vida para salvar seus alunos em perigo em incêndio criminoso na escola. Na época eu li o artigo do senhor doutor Wilson e fiquei maravilhado com suas palavras. Os professores mineiros e brasileiros agradecem seu sentimento, seu respeito e sua gentil lembrança. Ser professor é também reconhecer os valores dos que nos prezam. Gratidão mestre Wilson Campos advogado. Abr. Celso Luiz S.G. Jordão (professor).
ResponderExcluirFaço esse destaque respeitosamente: ... toda a grandeza de uma professora não se resume ao ensino em sala de aula, mas ao todo de uma proteção, de um exemplo, de um amor e de uma dedicação sem preço. Ser professor é ensinar com carinho, aprender junto, dar e exigir respeito, cobrar deveres e mostrar direitos... - Parabéns dr. Wilson pelo artigo e pelo blog super interessante e vou compartilhar com prazer com amigos e grupos. At: Luiza M.R. Pereira (professora).
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