NA DEFESA DE MINAS
Confesso que já escrevi nesse espaço, há algum tempo, sobre esse mesmo tema, qual seja, a desimportância de Minas Gerais no atual cenário político brasileiro. A perda de espaço ou a falha na ocupação desse espaço é uma questão a ser respondida pelos atuais deputados e senadores, que não traduzem, nem de perto, a antiga força política mineira, sempre respeitada no Congresso ou no governo federal.
Minas não tem mais prestígio em Brasília. Minas é tratada com descaso pelo Executivo. Minas não tem uma pasta de relevância na administração federal. Minas não tem investimentos, recursos ou verbas suficientes para o tamanho do estado. Minas está relegada a um canto do mapa nacional. Minas não recebe um tratamento à sua altura por parte da União.
Um dos maiores males da política nacional é o tratamento desigual dado aos estados pelo governo federal. Essa atitude se mostra no mínimo constrangedora para o representante legal do ente federativo, necessitado de verba pública, que tem de se humilhar para levantar investimentos e alavancar o desenvolvimento e o crescimento do território sob sua responsabilidade e administração.
Um dos maiores males da política nacional é o tratamento desigual dado aos estados pelo governo federal. Essa atitude se mostra no mínimo constrangedora para o representante legal do ente federativo, necessitado de verba pública, que tem de se humilhar para levantar investimentos e alavancar o desenvolvimento e o crescimento do território sob sua responsabilidade e administração.
Cabe à União
tratar com isonomia os estados brasileiros, bem como cabe ao governo estadual olhar
de forma igual para todos os municípios, independentemente das cores das
camisas ou das siglas dos partidos. Ora, a população não pode ser sacrificada
pelos antagonismos partidários ou por mágoas havidas entre uns e outros
políticos.
Uma situação
clara de que isso ocorre é a de Minas Gerais, porquanto esteja há 15 anos
pedindo investimentos para estradas, metrô, saúde, educação e segurança e o
governo federal, por razões pouco ortodoxas, simplesmente oferece a conta-gotas
a parcela mineira na verba nacional, insuficiente para o porte, a importância e
a dimensão do estado.
As obras
rodoviárias em Minas são eternos temas de palanques, mas não passam disso. O
Anel Rodoviário de Belo Horizonte e as estradas por todo o estado são exemplos
de constantes promessas de obras de adequação e de pavimentação. As obras de
infraestrutura, que sempre mereceram discursos calorosos dos políticos em
campanha, ficaram tão somente nas palavras, perderam-se no tempo e restaram
abandonadas pelo dever não cumprido.
O governo
federal alega falta de projetos. O governo estadual reclama da burocracia e da
morosidade na liberação de recursos orçamentários para licitação das obras. Ou
seja, o jogo de empurra é político. Os partidos envolvidos na cúpula executiva
não têm o mesmo ideal. Em comum, apenas o fato de que prejudicam enormemente a
população, os produtores rurais, o comércio, a indústria, o desenvolvimento e o
crescimento das cidades, do estado e do país.
Por outro lado,
também não se justifica a pouca influência dos deputados e senadores mineiros,
quase sempre inertes e pouco participativos das reivindicações transitadas no
sistema bicameral, posto que a eles cabe a cobrança de paridade na divisão do
bolo nacional, por ser um direito de Minas e por ser a distribuição equitativa dos
recursos um dever da União.
Os gestores
dos recursos públicos precisam mostrar equilíbrio na hora de contemplar os
requerentes, uma vez que acima dos interesses político-partidários estão o
crescimento econômico, a geração de empregos, as obras rodoviárias e de
infraestrutura, a proteção do meio ambiente, os direitos sociais e a real
melhoria da qualidade de vida da população. Nesse sentido, qualquer
determinação administrativa que configure injustiça deve ser reparada pela via judicial.
Em Minas, o
déficit em infraestrutura é enorme. A implantação do metrô na capital não sai
do papel. Os aeroportos esperam por expansão e modernidade, principalmente os
do interior. As estradas, especialmente as federais, encontram-se em péssimas
condições, perigosas e causadoras de milhares de mortes todos os anos.
O sistema
logístico atual, empregado no escoamento da produção e no transporte de cargas,
não atende a demanda estadual e interfere diretamente na vida dos municípios.
Os repasses da União não chegam a Minas e a falta de construção de obras estruturantes
estrangula ainda mais a maior malha rodoviária do país. A responsabilidade do
governo federal, se não assumida, deve ser passada para quem possa dar um fim
nesse imbróglio, que constrange e causa atraso e sofrimento ao povo mineiro.
Urgentemente, faz-se necessária a liberação de verbas para o metrô de Belo Horizonte; para as reformas na BR-381 e no Anel Rodoviário; para a construção do Ferroanel na região metropolitana; e para a infraestrutura urbana e rural.
Urgentemente, faz-se necessária a liberação de verbas para o metrô de Belo Horizonte; para as reformas na BR-381 e no Anel Rodoviário; para a construção do Ferroanel na região metropolitana; e para a infraestrutura urbana e rural.
Enfim, o
tratamento isonômico e a transparência na distribuição dos recursos federais devem
ser exigências severas por parte dos deputados e senadores mineiros, que
precisam sair da sombra e atuar mais na defesa de Minas. Os mineiros não podem ser
esquecidos. Mais do que isso, Minas Gerais merece papel de protagonista e não de coadjuvante no cenário nacional, inclusive, com posição garantida no primeiro escalão federal e verbas suficientes para o seu primordial desenvolvimento.
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Wilson
Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses
Coletivos da Sociedade, da OAB-MG/Especialista em Direito Tributário, Trabalhista e Ambiental).
Dr. Wilson,
ResponderExcluirPlenamente de acordo. Falta prestígio aos senadores e deputados mineiros junto ao governo central ou eles não sabem reivindicar.
Abraço do Arthur L. - B.Horizonte.
Muito bom, meu caro. Mais uma vez seu texto expressa o que muitos mineiros pensam. Mas o que esperar de figuras inexpressivas como nossos políticos? Lamentavelmente penso que só atitude mais incisiva por parte da população pode gerar alguma mudança. O atual ocupante do Palácio da Liberdade está há dois anos no cargo, sem dizer a que veio. É triste essa posição de inferioridade de nosso Estado. Parabéns. Jorge A. de Almeida.
ResponderExcluirDr. Wilson,
ResponderExcluirbom dia
eu tenho muitas saudades dos velhos politicos mineiros...josé maria alckmim...,mas há 1 frase de um amigo meu, que vem bem a calhar;
nenhum politico mineiro, fez nada por minas!contradição ,polemica.
metrô parado,br381 inacabada,vale do jequitinhonha,obras paradas,tudo isso tem decadas.
mas a aleição presidencial, que ,sempre passa por minas,mas dessa vez em 2018,espero que fique com minas,como um nome novo,que venha restabelecer o equilibrio e a inteligencia,do mineiro e a boa formação de um pais inteiro.
abraço
marco tulio
É IMPRESSIONANTE COMO OS POLÍTICOS MINEIROS PERDERAM ESPAÇO NO PASSAR DOS ANOS. ANTES, OS POLÍTICOS DE MG ERAM CONSULTADOS E NADA SE FAZIA NO BRASIL SEM PEDIR A BENÇÃO DE MINAS. HOJE, NINGUÉM SE IMPORTA COM A POLÍTICA MINEIRA - DEPUTADOS E SENADORES NÃO TÊM PRESTÍGIO E SÃO FIGURATIVOS.
ResponderExcluirPARABÉNS DR. WILSON. O SEU ARTIGO É SÉRIO, DE ÓTIMA LAVRA E DEFENDE OS MINEIROS, COMO DEVE SER. JOSÉ MÁRIO DE AVM. EMPREENDEDOR BRASILEIRO.