"NOBRES" REPRESENTANTES ELEITOS PELO POVO
Errar e corrigir.
Onde foi que
erramos ao eleger essa gente? Esta é a pergunta a ser feita, porque os
políticos brasileiros carecem, urgentemente, de uma severa e percuciente reavaliação dos eleitores.
Os
vereadores perdem um tempo precioso discutindo picuinhas e votando projetos sem
a menor valia para a cidade. Em Belo Horizonte, depois de 2 anos com o projeto
rodando pelas Comissões, os "nobres" vereadores ainda não votaram e
nem sequer conhecem o inteiro teor do Plano Diretor da cidade. Da mesma forma,
não discutem com a sociedade uma Lei do Silêncio que seja aceitável pela
opinião pública e, por óbvio, uma legislação que não retire o sossego das
famílias ou arrebente com a saúde dos cidadãos.
Os
deputados estaduais vão na contramão dos interesses dos mineiros,
principalmente quando votam, sorrateiramente, em 1º turno, um Projeto de Lei
que aumenta o ICMS da gasolina de 29% para 31%, do álcool de 14% para 16% e que
prevê, ainda, elevação do ICMS de 18% para 25% referentes a operações de
importação de mercadorias, bens integrantes de remessa postal e encomenda aérea
internacional (PL nº 3.397/2016). Lado outro, esses mesmos "nobres" deputados
propõem o perdão de 95% dos juros e multas de dívidas tributárias daqueles que
deixaram de pagar na data certa os seus impostos, beneficiando com isso cerca
de 100 mil empresas de Minas, em situação tributária irregular. Se o projeto
for aprovado em 2º turno, a lei entra em vigor em duas etapas. A parte que
prevê a renegociação de dívidas começa a valer imediatamente. Já o aumento de
impostos passa a valer apenas em 2018, de acordo com o que determina a Constituição.
Os
deputados federais e os senadores, como já é sabido e resta divulgado pela
imprensa nacional, estão na sua maioria mergulhados em denúncias de crimes de
corrupção, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, obstrução da justiça e
outros crimes administrativos impróprios para o decoro parlamentar e afastados
da ética e da probidade. Os "nobres" parlamentares do sistema
bicameral brasileiro são notórios frequentadores das páginas de investigação da
Polícia Federal, do Ministério Público Federal e da Procuradoria-Geral da
República, com direito a processos nas instâncias do Poder Judiciário.
Os
governadores e os presidentes da República, nos últimos mandatos, não fogem à
regra, e vivem sendo citados por esse ou aquele ilícito na administração
pública, incluindo a má gestão e o favorecimento de amigos e apadrinhados.
Isso, para não dizer o lamaçal todo em que estão metidos esses "nobres"
representantes que se dizem titulares da governança dos estados e do país.
Como visto, os políticos não valorizam o voto que recebem nas urnas e muito menos respeitam o eleitor. Assim, diante
de tudo isso e de muito mais do conhecimento geral da nação, o eleitor pode até
errar uma vez ao escolher determinado candidato, mas permanecer no erro é
imperdoável. O eleitor que errou no voto, na escolha do representante ou na
preferência do partido político, precisa corrigir o seu ato falho e não
cometê-lo nunca mais. Se errou, corrija, e não erre mais. Simples assim. Errar e corrigir e não permanecer no erro.
O voto e a democracia são valores que devem ser defendidos pela sociedade. Temos compromisso com a nossa pátria. Temos
consciência cívica que a nação brasileira, por seu lado, tem o seu compromisso
democrático firmado na severa Constituição Federal de 1988, que embora emendada
diversas vezes, continua sendo a Constituição da República Federativa do Brasil,
e exige, por conseguinte, o devido cumprimento, a máxima obediência e o
particular respeito.
Assim
sendo, não se pode levantar a hipótese de que o país suporte uma "pedalada constitucional" aprovando uma
PEC prevendo eleições diretas já. Ora, se não é constitucional é porque não é
possível! Ademais, o receio que acomete a população é estarmos diante de
um casuísmo sem precedentes. E isso não é bom em uma democracia e em momento de
grande comoção social. A hora é de fazer cumprir a Constituição vigente.
Cogitar eleições diretas já é uma coisa, mas usar de casuísmos para favorecer
esse ou aquele é um risco grande e desnecessário.
Aceite ou não a sociedade organizada, o Congresso Nacional tem legitimidade
constitucional e das urnas. Os deputados e senadores foram eleitos pelo voto. Portanto,
cabe a nós o questionamento de onde erramos enquanto cidadãos. Os políticos que
hoje são notícias nas páginas policiais foram eleitos por nós. Voto não tem
preço, mas tem a consequência de uma escolha malfeita. Essa crise ética e moral
sem precedentes, que vemos hoje no Brasil, é resultado de erro da população na
hora do voto. Esses "nobres" representantes foram eleitos pela
sociedade, a quem cabe o dever de refletir quanto é importante o voto para o
desenvolvimento e a estabilidade de um país.
De
sorte que a população brasileira precisa parar de errar nas suas decisões,
escolher melhor os seus candidatos no momento do voto, fiscalizar os seus
representantes eleitos e cobrar seriedade, ética e trabalho honesto em prol da coletividade. Caso contrário, a população estará se deixando vencer por esses aproveitadores de mandatos fáceis, porquanto também seja fácil o voto impensado do eleitor brasileiro. Lamentavelmente!!!
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Wilson
Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses
Coletivos da Sociedade, da OAB-MG/Especialista em Direito Tributário,
Trabalhista e Ambiental).
O eminente advogado Dr. Wilson Campos falou tudo que eu sempre digo - o voto deve ser melhor destinado; não é qualquer um que pode receber o voto do cidadão; o candidato tem de provar que é correto, comprometido com a população. Chega de voto de cabresto e de voto de favor; de voto de amigo e de voto de consideração. O voto tem de ser destinado para a melhoria de vida da população brasileira. Vamos votar com mais rigor, com mais exigência na hora de escolher o candidato. Muito bom o texto e de excelente didática. Meus votos de sucesso ao Dr. Wilson, nessa caminhada de bem informar o nosso povo. Neusa de F. J. C. M.
ResponderExcluirEm MG, os nossos vereadores, deputados estaduais, prefeitos e governadores, eleitos pelo voto direto e secreto, deixam demais a desejar, em todos os sentidos. Não vale o voto que receberam do povo. Não valem o salário que ganham e não merecem ocupar a posição que ocupam. São fracos, ruins de serviço, péssimos de integração com a sociedade, trabalham mais para si mesmos do que para o povo, etc, etc, etc... Parabéns Dr. Wilson Campos pela acerto do texto e pela excelente noção de cidadania. Cristiano H. J. de S.V.
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