DEVERES DA PREFEITURA E DA CÂMARA
"Cumpra-se o prometido,
sob pena de as urnas serem impiedosas na próxima eleição".
Cabe ao eleitor vigiar e fiscalizar aquele que ele elegeu para um cargo no Executivo ou no Legislativo.
Cabe ao eleitor vigiar e fiscalizar aquele que ele elegeu para um cargo no Executivo ou no Legislativo.
Em
Belo Horizonte, o trabalho dos eleitores será hercúleo, uma vez que a Prefeitura
e a Câmara dos Vereadores têm se mostrado perdidas nas suas prioridades, não
dando respostas satisfatórias aos cidadãos e muito menos convencendo pelo tempo
dedicado ou pelo trabalho realizado.
A
cidadania requer maior proximidade das autoridades municipais com os moradores,
de forma que a administração da cidade seja democrática, mas numa visão ampla,
geral e irrestrita, e não sob a ótica setorizada de pessoas que não traduzem o
sentimento da população.
Se
na Câmara Municipal os senhores vereadores não se entendem e a costumeira forma
de legislar se repete nas confusas reuniões das Comissões, sem quaisquer êxito e
proveito significativos para a coletividade, na prefeitura o senhor Alexandre
Kalil não consegue governar com tranquilidade e reclama nas redes sociais que “tá
foda” governar.
Dessa
forma, em que pese a quase total inércia da Câmara dos Vereadores, que não
mostra serviço e não diz a que veio, até o presente momento, principalmente no
atendimento das reais necessidades dos belo-horizontinos, ainda dá tempo de
começar a trabalhar e justificar o salário e os gastos da pouco produtiva Casa
Legislativa.
Já
a prefeitura precisa colocar em prática uma gestão mais humana, mais integrada
com as pessoas comuns, que são as que mais sofrem na capital, embora o direito
à paz, à segurança, ao sossego, à limpeza e a uma cidade melhor para viver seja
de todos, igualitariamente.
Embora
não pareça, os problemas da cidade são de competência dos vereadores, do prefeito
e de toda a sociedade, restando a cada um a obrigação de fazer a sua parte,
seja social ou legal. De sorte que as prioridades precisam ser atacadas, de maneira
conjunta, mas sem sacrificar ainda mais a população, que já é explorada por uma
carga tributária cruel e sem a contrapartida do serviço público adequado ou suficiente.
Vale
asseverar que as prioridades prometidas, desde a campanha eleitoral, necessitam
de efetivação, sem as desculpas pequenas de falta de verba, porque esta existe
quando é para pagar mordomias, regalias e outras vantagens, não sendo,
portanto, admissível que sirva de obstáculo para a organização, o planejamento,
o desenvolvimento e a humanização da cidade.
As
prioridades podem ser eleitas de forma simples, bastando enfrentar de frente e
com coragem as vicissitudes de cada uma, a começar por: moradores de rua; mendigos
e desvalidos; camelôs e ambulantes; hospitais e escolas; praças e parques;
segurança e proteção; livre manifestação e direito de ir e vir; habitação e
urbanização; esgoto e saneamento; limpeza e capina; dengue, chikungunya e zika;
mobilidade urbana; programas de educação; e diálogo, interação e reciprocidade
com as entidades representativas dos moradores.
A
rigor, os moradores cobram dos vereadores e do prefeito o cumprimento das
prioridades e das metas relativas a desburocratização e enxugamento da máquina
pública; direitos humanos e sociais; educação e cultura; habitação; infraestrutura;
transporte coletivo; saúde e segurança. A Câmara por ser a responsável de representar
a população nesses processos, não podendo, por conseguinte, se furtar ao dever de
levar o debate para o âmbito Legislativo e dar uma resposta séria e
providencial aos moradores. A prefeitura por ser a responsável pelas metas de
resultados do município, cabendo-lhe, no mínimo, cumprir a promessa do
Executivo de “governar para quem precisa” e “fazer funcionar com qualidade”,
segundo as palavras do próprio alcaide.
As
prioridades, como visto, estão lançadas, e a maioria delas foi promessa de
campanha. Assim, diante dos fatos não há desculpas, e cumpra-se o prometido,
sob pena de as urnas serem impiedosas na próxima eleição, porque o povo de
agora não é mais o povo de antes, ainda mais com a internet, a globalização e a
compreensão dos cidadãos de que os políticos eleitos precisam trabalhar com
ética e honestidade, e fazerem valer o voto que receberam.
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Wilson
Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses
Coletivos da Sociedade, da OAB-MG/Especialista em Direito Tributário, Trabalhista
e Ambiental).
EXCELENTE PONTO DE VISTA. BH PRECISA DE MAIS PESSOAS COMO O SENHOR, QUE VIGIEM O INTERESSE DO POVO, DO CIDADÃO, DAS FAMÍLIAS. OBRIGADA DO FUNDO DO CORAÇÃO DR. WILSON CAMPOS. ESMERALDA DE S. F.
ResponderExcluirIsso mesmo, a população precisa exigir com força e coragem que a PBH e a CMBH cumpram com seus deveres institucionais, a favor do povo, pelo povo e para o povo. Sempre. Gostei do artigo e muito bem escrito. Parabéns ao Dr. Wilson Campos. Eu sou Donizete G. D. S. Jr.
ResponderExcluirRealmente o Kalil disse que está 'foda' governar, mas ele é um empresário e deve saber driblar as dificuldades. Como bem falou o Dr. Wilson, as prioridades precisam ser trabalhadas e os vereadores precisam fazer a sua parte e não ficar somente reformando a Câmara Municipal. Chega de gastar dinheiro com reformas e luxo. Comecem a trabalhar para o povo de BH, já! Excelente o artigo e concordo com a interpretação dos problemas da nossa querida cidade. Vamos ajudar, mas vamos cobrar eficiência. Tadeu A.M.B. - empresário e contribuinte.
ResponderExcluirEu já vi o Dr. Wilson Campos participar de vários eventos ajudando na melhora da cidade, mas não vejo os vereadores fazendo isso. Por que será, hum? Se os vereadores são pagos para representar o povo, então que façam o seu trabalho, assim como o prefeito que foi eleito - arregaçar as mangas e trabalhar, trabalhar e trabalhar. Severo Fº.
ResponderExcluirOlá, Dr. Wilson,
ResponderExcluirParabéns mais uma vez. Comentar sobre a qualidade de seus artigos, seria como chover no molhado. Além da exposição
do texto de maneira clássica, somente possível aos conhecedores do nosso vernáculo, o seu conteúdo retrata com propriedade
de maneira bem cristalina a situação política e econômica em que estamos mergulhados. Pena que são poucas as pessoas
que conseguem assimilar o recado e ter consciência da necessidade de uma mudança sobretudo de caráter, eis que, se quisermos
políticos mais éticos, devemos começar por nós mesmos e evitar o famoso jeitinho brasileiro e a "consagrada lei de Gerson". Isto só vai ser possível, quando o país investir mais em educação. Apesar da frustração, não podemos perder a esperança.
Abrs.
Adilson N. Coelho. BH.