TRF-6 EM BELO HORIZONTE.
A criação do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6), com sede em
Belo Horizonte, enfim, parece que vai se tornar realidade. O Conselho da
Justiça Federal (CJF) aprovou, no dia 20 deste mês, a proposta que será remetida
ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que, posteriormente, submeterá o
anteprojeto ao Congresso Nacional.
O TRF-6 é proveniente do desmembramento do TRF da 1ª Região, com sede em
Brasília (DF). A composição prevista para o novo TRF será de 18 desembargadores
federais. De acordo com o relator do processo, presidente do CJF e do STJ,
ministro João Otávio de Noronha, a criação do TRF-6 é necessária para a
modernização da Justiça Federal e melhor atendimento aos jurisdicionados.
Segundo ele, o tribunal terá uma estrutura nova, compartilhando secretarias
entre as unidades de 1º grau e fazendo a movimentação de servidores.
“Nós estamos criando
o TRF-6 sem alteração no orçamento da Justiça Federal, aproveitando e
redistribuindo recursos dentro do Orçamento em vigor. Portanto, não terá nenhum
aumento adicional ao erário nem à União. Essa foi a nossa preocupação, pois sabemos
que o momento é difícil e de contenção de gastos”, afirmou o ministro.
Desde 2013, a criação
do TRF em Minas vem sendo protelada e causando prejuízos aos jurisdicionados
mineiros. De triste memória a decisão do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa,
que suspendeu os efeitos da Emenda Constitucional 73/2013 durante o julgamento
da ADI 5.017 e impediu a instalação do tribunal em Belo Horizonte, contrariando
os interesses dos mineiros, inviabilizando o redimensionamento da segunda
instância da Justiça Federal e prestando um grande desserviço aos cidadãos,
retirando-lhes o direito a uma prestação jurisdicional rápida e eficiente.
A solução parece
surgir, e o impasse poderá ser superado de vez, posto que é um absurdo a forma
como postergam o direito de Minas atender seu jurisdicionado nas demandas da
área federal com maior celeridade. Qualquer medida que tente impedir a
instalação do TRF mineiro será interpretada como excesso jurídico, que, sobremaneira,
dificulte as demandas relativas a tributos federais e Previdência Social, nas quais os primeiros sufocam o setor produtivo e a segunda afeta diretamente os idosos,
portadores de prioridade processual, nos termos da lei.
Atualmente, os
recursos originários da Justiça Federal em Minas Gerais são encaminhados a
Brasília, ao TRF-1, e este abarca processos de 13 Estados e do Distrito
Federal, acumulando julgamentos que demoram até dez anos para entrar em pauta. Para
corrigir essa injustiça, surge um fato novo: o CJF vai deliberar pela minuta e
encaminhá-la ao STJ, que, por sua vez, submeterá a criação do novo tribunal ao
Congresso.
A prestação
jurisdicional é um dever do Estado e um direito dos cidadãos, e a criação do
TRF mineiro imprimirá maior velocidade aos julgamentos, desafogará a Justiça
Federal e cumprirá o papel da jurisdição.
Wilson Campos
(Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses
Coletivos da Sociedade, da OAB/MG).
(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de quarta-feira, 29 de maio de 2019, pág. 17).
(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de quarta-feira, 29 de maio de 2019, pág. 17).
Como advogado estou de acordo com tudo que foi dito nesse precioso artigo. Que venha o TRF.6 para Minas Gerais, pois nosso estado é muito grande e precisa ser melhor atendido nessa área federal. Meus eloquentes parabéns ao Dr. Wilson Campos - incansável defensor da vinda do TRF para MG e incansável defensor da advocacia mineira. Parabéns doutor. Abrs. Márcio J. C.
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