PREFEITURA, VAMOS TORNAR A CIDADE MAIS LIMPA!

 Quem passou ou ainda está passando pelo terror de sentir na própria pele a agressividade da pandemia com certeza merece uma cidade mais segura, acolhedora e limpa. O susto e o caos da doença invisível estão sendo superados, aos poucos, mas a outrora Cidade Jardim parece não reagir ao desconforto e insiste em continuar sem brilho e muito suja em suas ruas, avenidas, praças e calçadas. O cenário é desolador.  

A sujeira está espalhada pelo centro e pelos bairros, numa declarada guerra de pouca ou nenhuma gestão municipal. A cidadania não merece isso. Tristemente, a nossa capital está cada dia mais suja, escura e desumana. Repercute na sociedade a sensação de abandono total nos quesitos de trânsito, limpeza, iluminação, segurança e saúde pública.

O orgulho da cidade está ferido, e só vai se curar quando as vias públicas estiverem livres do lixo; as chuvas puderem retornar e serem escoadas naturalmente, sem enchentes, enxurradas e riscos aos cidadãos; as pessoas em condição de rua forem tratadas de forma adequada e destinadas a uma moradia digna, acompanhamento médico e incentivo a uma colocação de emprego; e quando a inclusão social se fizer tão importante quanto a exigência de uma cidade melhor para todos.

Belo Horizonte é uma das principais capitais do país e não pode mais acumular problemas e postergar soluções. O gestor público não pode se deixar enredar por medidas ineficientes ou tardias, com a singela desculpa de crises sanitária, política e econômica. Ora, as crises são superáveis, mais dia, menos dia. Já as mazelas sociais devem ser enfrentadas, e as atividades de urbanismo realizadas, diuturnamente, posto que a missão do administrador público é encontrar saídas honradas para os problemas intrínsecos da cidade. 

As chuvas estão sendo esperadas para breve e serão muito bem-vindas, mas, para que não ocorram alagamentos monstruosos, as bocas de lobo devem estar desobstruídas, e o lixo espalhado ou amontoado deve ser recolhido, de norte a sul e de leste a oeste da cidade. Espaços limpos, seguros e organizados deixam a cidade mais bonita e refletem positivamente na saúde das pessoas.  

Mas, como visto, além da péssima aparência, a capital mineira padece de outros males – mato, pichações, insegurança e iluminação precária. As noites em BH estão cada vez mais escuras. Falta iluminação adequada nas ruas. As lâmpadas queimadas não são trocadas de imediato, e a escuridão coloca em risco a integridade física dos moradores, seja por acidente de percurso ou pela violência impune dos criminosos.

A humanidade, o acolhimento, a limpeza, a beleza, o turismo, o ambiente agradável, a paz e o sossego, que aqui estiveram um dia, sumiram, mas os belo-horizontinos querem de volta esses valores. Ademais, a prefeitura deve se preocupar em promover a qualidade de vida dos moradores e apresentar a cidade de forma positiva e atraente para quem a visita.

Portanto, minha gente, vamos ao trabalho!  

Wilson Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB-MG/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG).

(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de quinta-feira, 16 de setembro de 2021, pág. 25).

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