A DIFÍCIL RELAÇÃO DO GOVERNO LULA COM O AGRO.

 

Os amantes de narrativas deliram com a falácia de que o governo é o pilar de sustentação do agro. Ora, nada mais simplório do que pensar que a estabilidade do agronegócio dependa do governo. Enquanto se propaga a frágil narrativa de que o setor é subsidiado pelo governo, a realidade é bem outra – quem, de fato, financia a produção agrícola no Brasil são os próprios produtores e o crédito privado.

Durante a campanha eleitoral, as declarações de Lula aumentaram seu distanciamento do agronegócio. Em entrevista à TV, ele chegou a afirmar que parte do setor é “fascista e direitista”. Discursando para militantes, propôs impor limites à exportação de carne, setor em que o Brasil é líder mundial. Antes, a bancada do PT havia protocolado um projeto para taxar “o abuso da exportação de alimentos”. Chefes do MST, amigos pessoais de Lula, informaram na ocasião que haveria mais invasões de terra. Ou seja, Lula e sua turma radical da esquerda gostam de ameaçar, provocar e desmerecer o agro, injustamente.  

Vale observar que Lula chamou o agro de fascista e direitista. Aliás, Lula e a esquerda gostam de usar a palavra “fascista”, quando, na realidade, não devem saber do que se trata, ou não usariam tanto esse termo pejorativo. Mas o aumento significativo no uso da palavra não é por acaso. Nos últimos anos, “fascista” se tornou um dos adjetivos mais populares e talvez menos compreendidos do debate político brasileiro. Usado na maioria das vezes para xingar ou desqualificar adversários políticos, a utilização atual do termo guarda pouca ou nenhuma referência com a ideologia criada na Itália do início do século 20 por Benito Mussolini e que inspiraria outros extremismos - como o nazismo -, e serviria de catalisador para o mais sangrento conflito ocorrido na Segunda Guerra Mundial.

Assim, quando Lula chama o agro de “fascista”, ele ofende profundamente um setor da mais alta relevância para o país. Ora, ser fascista é ser tirano, autoritário, usurpador, ditador, totalitário e déspota. E nada disso tem qualquer relação com o agro e muito menos com os produtores rurais, que são bravos trabalhadores e honrados membros da sociedade brasileira.  

O governo Lula enfrentou recentemente mais uma crise com o agro, desta vez envolvendo a elaboração do Plano Safra 2025/2026, diante da alta dos juros e da necessidade de aperto fiscal. Em razão disso, as dificuldades de financiamento da próxima safra são reais. A taxa de juros é um grande e terrível obstáculo. O juro muito alto inibe a coragem do empresário de fazer investimentos. E não podemos nos esquecer dos dois últimos anos, de uma verdadeira onda de recuperações judiciais no agro, que também tirou dinheiro do setor.

A péssima condição fiscal do governo (gasta muito e não tem controle das despesas) acaba traduzindo que a inflação está subindo, os juros também, e que o dinheiro será mais curto e mais caro, e com uma condição conjuntural desajustada. Embora o Brasil saiba que a safra de 2024 foi ruim e que a safra será muito maior em 2025, já para a safra de 2026 provavelmente haverá uma descapitalização de boa parte do setor, graças ao descompasso fiscal do governo Lula, que preocupa os produtores em relação ao volume de recursos disponíveis e ao custo do dinheiro, que será mais caro, tanto no público quanto no privado.

Lula é mal educado, ingrato e ofensivo quando se dirige ao agro. Daí a resistência de vários setores do agro em relação ao seu governo. A esquerda sempre agride o agronegócio, inexplicavelmente, como aconteceu no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (2011-2016), que foi um desastre para a agricultura, e os agricultores ficaram contra o governo e contra o PT. Quando Jair Bolsonaro foi presidente, seu governo tomou medidas efetivas que ajudaram muito a agricultura – acabou com a burocracia da fiscalização trabalhista e ambiental que atormentava o produtor, por exemplo, e isso agradou a maioria dos produtores rurais brasileiros, que se tornaram pró-Bolsonaro.

Mas o agro não é bolsonarista, uma vez que lhe interessa o sucesso da safra, a preferência do consumidor, a parceria do governo, o respeito ao produtor e ações e medidas de incentivo, e não ofensas gratuitas e idiotas como a esquerda sempre utiliza. Se o governo Lula quer ter sucesso em algum setor, o agro é uma ótima aposta, mas precisa aprender a respeitar e a valorizar o produtor.

O Brasil é exportador de commodities. Se houver continuidade de guerra comercial e recrudescimento tarifário generalizado por parte do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o nosso país pode sair prejudicado. Basta lembrar que, durante o primeiro mandato do presidente Trump (de 2017 a 2021), quando houve uma guerra comercial com a China, o agro brasileiro foi beneficiado, porque a China, como grande demandante de produtos agrícolas, buscou no Brasil uma alternativa. E o Brasil cresceu bastante nesses últimos 15 ou 20 anos por causa dessa maior abertura da China. Uma guerra comercial que também leve a China a impor tarifas pode ser prejudicial ao Brasil e até inibir o agro brasileiro no exterior.

Em vez de ofender e criticar, Lula deveria agradecer o empenho e o desempenho do agronegócio. O Brasil tem aumentado gradativamente suas exportações. Isso aconteceu porque o mercado internacional precisou e o agro brasileiro teve potencial para fornecer e crescer. Os acordos comerciais são importantes, mas sem que isso signifique o nosso país ficar refém de quaisquer países, seja China, Índia ou Estados Unidos. Aliás, há que se compreender que a Ásia e o Oriente Médio podem ser grandes mercados potenciais para a consagração do agro brasileiro, mas sem abandonar o mercado norte-americano, que importa café, carnes, suco de laranja entre muitos outros produtos básicos ou semimanufaturados.

Enfim, a difícil relação do governo Lula com o agro é mais por culpa do governo petista, da esquerda radical, das invasões e ameaças do MST, das ofensas de Lula e do pouco respeito no tratamento com os produtores, que não são “fascistas”, mas sim bravos trabalhadores, honrados membros da sociedade brasileira, orgulho da nação e celeiro do mundo. Tudo graças à sua forte posição como exportador mundial de alimentos e produtos agropecuários, com liderança reconhecida nas exportações globais de commodities, como açúcar, café, milho, soja, suco de laranja, carne bovina e carne de frango. E tudo isso além das exportações também de ferro, aço, petróleo, celulose, aviões, entre vários outros.

Lembrando sempre: o Brasil é o celeiro do mundo, capaz de produzir alimentos suficientes para atender necessidades de mais de 900 milhões de pessoas, ou 11% da população mundial.

Portanto, cabe ao governo Lula (petista e esquerdista) ser mais humilde e respeitar o agro brasileiro.   

Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021).

Clique aqui e continue lendo sobre temas do Direito e da Justiça, além de outros temas relativos a cidadania, política, meio ambiente e garantias sociais.

 

Comentários

  1. Viva o agro brasileiro. Viva o produtor. Viva o trabalhador rural. Fora Lula, fora MST, fora esquerda, fora PT. Lucindo Junqueira (contribuinte e brasileiro nato).

    ResponderExcluir
  2. Fátima M. Fidalgo H. Oliveira26 de maio de 2025 às 17:15

    Essa parte eu amo demais porque o agronegócio brasileiro é mesmo nota 10!!! (...A difícil relação do governo Lula com o agro é mais por culpa do governo petista, da esquerda radical, das invasões e ameaças do MST, das ofensas de Lula e do pouco respeito no tratamento com os produtores, que não são “fascistas”, mas sim bravos trabalhadores, honrados membros da sociedade brasileira, orgulho da nação e celeiro do mundo. Tudo graças à sua forte posição como exportador mundial de alimentos e produtos agropecuários, com liderança reconhecida nas exportações globais de commodities, como açúcar, café, milho, soja, suco de laranja, carne bovina e carne de frango. E tudo isso além das exportações também de ferro, aço, petróleo, celulose, aviões, entre vários outros.
    Lembrando sempre: o Brasil é o celeiro do mundo, capaz de produzir alimentos suficientes para atender necessidades de mais de 900 milhões de pessoas, ou 11% da população mundial.
    Portanto, cabe ao governo Lula (petista e esquerdista) ser mais humilde e respeitar o agro brasileiro. ).
    Parabéns doutor Wilson Campos, o senhor é admirável por seu patriotismo e sua ética como advogado e cidadão. Deus te abençoe e nos proteja a todos nós. Fátima M. Fidalgo H. Oliveira (plantadora de laranja e produtora rural com muita honra).

    ResponderExcluir
  3. O agro não quer o ódio do governo.O agro merece respeito. O agro precisa de parcerias sadias e positivas. O agro quer trabalhar e servir à população brasileira e mundial. O agro, Dr. Wilson, como o senhor bem disse, é feio de bravos trabalhadores. Att: Douglas Guimarães (agropecuarista).

    ResponderExcluir
  4. Marcelo J. D. Guerra29 de maio de 2025 às 11:09

    O agro brasileiro é mesmo o celeiro do mundo, capaz de produzir alimentos suficientes para atender necessidades de mais de 900 milhões de pessoas, ou 11% da população mundial. Portanto, cabe ao governo Lula ser mais humilde e respeitar o agro brasileiro. Parabéns doutor Wilson Campos pelo excelente e oportuno artigo. Marcelo J.D. Guerra (trabalhador da terra e brasileiro com orgulho).

    ResponderExcluir
  5. Luiza M. D. Servan Laranjeiras1 de junho de 2025 às 22:01

    O agro brasileiro é de verdade feito de homens e mulheres de coragem e fibra e força pra vencer as adversidades e ainda alimentar o mundo. Parabéns dr.Wilson por valorizar quem merece. Luiza MDS Laranjeira.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas