HABEMUS PAPAM! NOVO PAPA É NORTE-AMERICANO.

 

Nessa quinta-feira (08/05), a Igreja Católica e o mundo assistiram à escolha de um novo pontífice: Robert Francis Prevost, 69 anos, cardeal norte-americano, nascido em Chicago, foi eleito Papa no segundo dia do conclave que se seguiu ao falecimento de Francisco, ocorrido em 21 de abril.

O novo Papa, assumindo o nome de Leão XIV, inicia seu pontificado diante de uma conjuntura desafiadora, tanto para a Igreja Católica quanto para o mundo, em que a firmeza doutrinária, a sensibilidade pastoral e a capacidade de diálogo serão igualmente indispensáveis.

Para ser eleito, o novo Papa precisou do apoio de 89 dos 133 cardeais com menos de 80 anos com direito a voto.

O responsável pela tarefa do anúncio ao povo é o chamado cardeal protodiácono, cargo ocupado atualmente pelo francês Dominique Mamberti.

O texto que ele leu foi o seguinte:

“Anuncio-vos uma grande alegria. Temos um Papa: O eminentíssimo e reverendíssimo Senhor, Senhor [primeiros nomes], Cardeal da Santa Igreja Romana [sobrenome], que se impôs o nome de [nome adotado como papa]”.

Esse trecho foi lido em latim, então ficou da seguinte forma:

“Annuntio vobis gaudium magnum. Habemus Papam: Eminentissimum ac reverendissimum Dominum, Dominum (primeiros nomes), Sanctæ Romanæ Ecclesiæ Cardinali (sobrenome). Qui sibi nomen imposuit (nome adotado como papa)”!

O papa Leão XIV entrou na Capela Sistina nesta sexta-feira (09/05) para celebrar a primeira missa de seu pontificado diante dos 133 cardeais que o elegeram após quatro votações no conclave. Às 11h09min (horário local, 6h09min de Brasília), o primeiro papa americano e também cidadão peruano, Robert Francis Prevost, entrou na Capela Sistina, vestido de branco, com a mitra e o báculo. Leão XIV se posicionou atrás do altar da capela e abriu a missa com um convite a todos os presentes para o ato penitencial, pronunciado em latim, tendo como fundo o afresco O Juízo Final, pintado por Michelangelo. A missa é celebrada em latim, com leituras em inglês e espanhol.

Durante a homilia de sua primeira missa, o novo pontífice falou aos cardeais que espera que sua eleição como líder da Igreja Católica ajude a “trazer luz às noites escuras deste mundo”.

“Ainda hoje não faltam contextos em que a fé cristã é considerada uma coisa absurda, para pessoas fracas e pouco inteligentes; contextos em que em vez dela se preferem outras seguranças, como a tecnologia, o dinheiro, o sucesso, o poder e o prazer”, afirmou Leão XIV em sua primeira homilia como Papa.

O Papa também criticou a visão que alguns têm de Jesus como “reduzido unicamente a uma espécie de líder carismático ou super-homem, e isso não só entre os não crentes, mas também entre muitos batizados”, sobre os quais disse que dessa forma acabam vivendo “um ateísmo de fato”.

Na missa inaugural de seu pontificado, Leão XIV também homenageou o apóstolo São Pedro, o primeiro Papa, e pediu bênção para atuar em seu papado.

Sua próxima aparição pública está marcada para o próximo domingo (11/05), com a oração do Regina Coeli, na sacada da Basílica de São Pedro, por volta das 7h de Brasília, e uma audiência com representantes da imprensa, na segunda-feira (12/05).

Já a data da missa solene de inauguração do pontificado, para a qual são esperadas delegações do mundo todo, ainda é desconhecida.

Quanto ao perfil de Prevost ou Papa Leão XIV, ele é conhecido por seu perfil discreto, capacidade de escuta e alinhamento com as prioridades definidas pelo então papa Francisco, como cuidado com o meio ambiente, atenção aos pobres e acolhimento de migrantes. Ele apoiou mudanças pastorais sensíveis, como permitir a comunhão para divorciados recasados civilmente, mas tem postura um pouco mais reservada em relação à pauta LGBT.

Para quem conhece mais de perto o novo Papa, a definição é a de que ele se porta de forma digna, tranquila, se mostrando bem orante e introspectivo. Alguns padres e sacerdotes que conviveram com Prevost garantem que ele é um homem de Deus, bom, competente e de muita espiritualidade.

Acredita-se que o novo Papa será o grande responsável por garantir que a Igreja Católica consiga superar muitos desafios nos próximos anos.

No cenário diplomático, os pontífices costumam atuar como mediadores e defensores da paz. João Paulo II teve papel crucial na queda do comunismo. Francisco buscou exercer sua influência em conflitos como a guerra entre Rússia e Ucrânia e as tensões em Gaza. E o novo Papa deve manter a tradição. Ao final de sua primeira fala como Papa, Leão XIV rezou por sua missão, pela Igreja e foi enfático ao pedir paz no mundo.

Em tempos de guerras aqui e ali, de polarização e ebulição global, o mundo precisa de líderes capazes de indicar caminhos para o fim dos conflitos e a construção da paz. Que Leão XIV, com o apoio da oração de milhões de fiéis, possa construir um legado de paz dentro e fora da Igreja. E que Deus, pai e todo poderoso, fortaleça a fé dos católicos e faça com que a bondade reine nos lares e em todos os lugares.

“Não podemos parar, não podemos retroceder. Temos que ver como o Espírito Santo quer que a Igreja seja hoje e amanhã, porque o mundo de hoje, em que a Igreja vive, não é o mesmo que o mundo de 10 ou 20 anos atrás”, disse ele, no mês passado, ao Vatican News. “Um bispo não deve ser um pequeno príncipe sentado em seu reino, ele deve estar próximo das pessoas a quem serve e caminhar com elas, sofrer com elas”, afirmou em certa ocasião o novo Papa.

Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021).

Clique aqui e continue lendo sobre temas do Direito e da Justiça, além de outros temas relativos a cidadania, política, meio ambiente e garantias sociais.