ÁREAS VERDES AMEAÇADAS: MATAS DO PLANALTO E DO JARDIM AMÉRICA
"Nesse prisma, lamentavelmente, no bairro Planalto e
no bairro Jardim América, construtoras pretendem contribuir para a devastação
ainda maior do meio ambiente".
A destruição indiscriminada do verde é desumana e desnecessária. No entanto, a especulação imobiliária teima em avançar sobre o pouco que ainda resta de áreas verdes na cidade. E, com a conivência do Estado, alguns empreendedores, sem nenhuma piedade, trocam o verde das matas pelo cinza do concreto.
A destruição indiscriminada do verde é desumana e desnecessária. No entanto, a especulação imobiliária teima em avançar sobre o pouco que ainda resta de áreas verdes na cidade. E, com a conivência do Estado, alguns empreendedores, sem nenhuma piedade, trocam o verde das matas pelo cinza do concreto.
Nesse prisma, lamentavelmente, no bairro Planalto e
no bairro Jardim América, construtoras pretendem contribuir para a devastação
ainda maior do meio ambiente, uma vez que as obras planejadas para essas regiões,
nos locais onde hoje estão a Mata do Planalto e a Mata do Jardim América, se
concretizadas, vão acarretar inúmeros problemas para as comunidades. Dentre
eles, no mínimo, quatro anos de transtornos, enquanto durarem as obras; grande aumento
da população desses bairros; devastação ambiental, com consequentes mortes de
animais, destruição da flora e supressão de nascentes; mudança radical do
microclima da região e piora na qualidade de vida dos moradores.
Além desses fatores graves, os antigos e novos
moradores enfrentarão a insuficiência de transporte coletivo, que já é precário;
a inexistência de hospital e a inadequação de unidades de saúde para
atendimento da demanda das comunidades; a falta de escolas públicas para os
recém-chegados; o aumento de circulação de caminhões na região; o
congestionamento de veículos e o risco de atropelamentos; as poluições sonora,
do ar, do solo e das águas; e a degradação do meio ambiente, com enormes
prejuízos para o funcionamento dos ecossistemas.
As ameaças contra essas duas áreas verdes são absurdas,
como se em Belo Horizonte e na região metropolitana não existissem mais áreas
disponíveis para empreendimentos imobiliários.
Querem a qualquer custo a derrubada dessas matas
para a construção de dezenas de prédios de apartamentos. As comunidades estão
inconformadas e prometem vigilância diuturna, com a promoção de passeatas,
carreatas, reuniões e audiências públicas, quantas necessárias, na defesa
incontinenti dessas duas indispensáveis áreas verdes da capital.
Violar o Princípio de Vedação ao Retrocesso
Ecológico é ilegal e coloca em risco os direitos constitucionais assegurados ao
meio ambiente ecologicamente equilibrado, numa ameaça à preservação pretendida
para as presentes e futuras gerações, assim como disposto no artigo 225 da
Constituição.
A prefeitura e a Câmara Municipal precisam liberar o
novo Plano Diretor que foi votado pela população, mas que ainda resta travado
por falta de vontade política. Ora, a expansão urbana sem planejamento e sem
obediência às garantias cidadãs não deve ser admitida. O poder público não
pode ceder a interesses particulares em detrimento dos interesses difusos e
coletivos da sociedade.
A administração municipal precisa intervir a favor
da coletividade, seja por meio de permuta, Transferência do Direito de Construir (TDC) ou desapropriação, a título de utilidade pública e em prol dos
moradores da cidade.
Wilson Campos (Advogado/Presidente da Comissão de
Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG).
(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de terça-feira, 14 de novembro de 2017, pág. 19, sob o título "ÁREAS VERDES AMEAÇADAS").
Clique aqui e continue lendo sobre atualidades da política e do Direito no Brasil
(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de terça-feira, 14 de novembro de 2017, pág. 19, sob o título "ÁREAS VERDES AMEAÇADAS").
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PREZADO DR. WILSON
ResponderExcluirBOA TARDE
EU RECENTEMENTE PASSEI IPELA RUA CORCOVADO,PROXIMO A MATA DO JARDIM AMÉRICA E VI ALI UMA MOBILIZAÇÃO DOS MORADORES DO ENTORNO DAQUELA MATA, A FAVOR DA CONTINUIDADE DA MATA,EIS QUE ASSIM COMO A MATA DO PLANALTO EMPPREEDIMENTOS DE ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA SE TEM NOTICIA CONSTANTEMENTE CO A CONSTRUÇÃO DE COLUNAS DE PREDIO EM CONDOMINIO.
SÃO ESSAS DUAS MATAS RESERVAS E POUCAS OPORTUNIDADES DE MANTER O CLIMA.SABEMOS QUE SÃO AS MATAS QUE TAMBÉM TRAZEM AS CHUVAS,JÁ POUCAS ESSE ANO DE 2017.TAMBÉM EM BETIM 2 LAGOAS OFERECEM RISCO DE ESPECULAÇÃO IMOBILIARIA A LAGOA SERRA NEGRA E VARGEM DAS FLORES .
NÃO ESTÃO RESPEITANDO NEM AS MATAS NEM AS AGUAS POUCAS EXISTENTES.
ABRAÇO
MARCO TULIO
A prefeitura não pode nem cogitar a permissão de construção na Mata do Planalto. De jeito nenhum. Trata-se de mata atlântica com 20 nascentes e muita beleza de fauna e flora. Temos poucas áreas verdes em BH. Locais para obras de prédios temos muitos em BH. Destruir uma área verde desse porte é crime ambiental e social. Parabéns ao Dr. Wilson Campos, pelo maravilhoso artigo e pela defesa sempre valorosa da Mata do Planalto e agora da mata do Jardim América e de outras em BH. Estamos juntos na defesa de uma cidade melhor. Juracy L. S. F.
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