GASTANÇA INSTITUCIONALIZADA
O exemplo de
diminuição de gastos públicos e a solução para o problema de caixa do governo
dependem dos setores político e institucional. A gastança que precisa ser
freada a qualquer custo, não tem relação com o cidadão comum. Esse mal que
arrebenta com o país passa pelas excessivas despesas que os políticos só fazem
crescer. Despesas pessoais, de gabinetes, de escritórios regionais, de
mordomias inexplicáveis e de desperdício do dinheiro público.
Não está
longe da capacidade do homem ou da mulher, brasileiros natos, mesmo sem
conhecimentos elementares de economia, entender que a sangria precisa ser
estancada imediatamente. Ora, a recessão requer atitudes drásticas e as contas
públicas exigem equilíbrio severo e sem mais delongas.
O voto de
confiança dado à equipe que assume o governo, embora interinamente, tem prazo
de validade. Os novos ministros têm pouco tempo para dizer a que vieram. O
toma lá dá cá adotado por Michel Temer torna tudo mais difícil, aliás, como
antes, fazendo vergonhosamente transparecer que a troca de favores continua,
mesmo com o país no buraco.
Tirar da
cartola mais uma criatura monstrenga de tributação, como a aludida CPMF, ou
retirar garantias trabalhistas e previdenciárias não aquietam o mercado e, ao
contrário, acabam por fustigar o levante social contra uma política de governo
que só ferra com a população. Daí o risco de o povo voltar às ruas e desta vez
pedindo por novas eleições gerais.
O ajuste
fiscal, a redução dos juros, a criação de empregos e a normalização da grave
crise econômica e política não podem ser debitados à sociedade, uma vez que o
grande culpado pelo que está acontecendo no país é o próprio governo, seja
antes ou agora, com a ameaça de novo tributo e inovações na aposentadoria. Fazer
cortesia com o chapéu alheio, não! Administrar o país com o cofre cheio de
dinheiro é fácil. Agora, o que se quer ver é administrar sem muito dinheiro e
sem o sacrifício do povo. Isto sim é gestão.
Pode parecer
impraticável ou até mesmo absurdo para muitos, mas a solução do controle de
gastos públicos remete a cortes profundos nos salários dos membros do Executivo
e do Legislativo. E esses cortes devem atingir todos os gastos, incluindo
despesas com carros, moradias, viagens, cotas, cargos de confiança e quaisquer
outras que fujam da realidade salarial do povo brasileiro. Chega de mordomias
com o suor do cidadão!
Wilson
Campos (Advogado).
(Este artigo mereceu publicação do jornal ESTADO DE MINAS, edição de terça-feira, 2 de agosto de 2016, pág. 7).
Comentários
Postar um comentário