O DESEMPREGO NO BRASIL EM 2019.
A imprensa nacional divulgou que a taxa de desocupação no
Brasil fechou o trimestre móvel encerrado em setembro em 11,8%. Ou seja, uma
leve queda em relação tanto ao trimestre anterior, finalizado em junho, quando
12% da população estavam sem trabalho, quanto ao trimestre que acabou em
setembro do ano passado (11,9%). Se, por um lado, a notícia não é excelente, por
outro representa um passo importante, que precisa ser acelerado em prol do
trabalhador brasileiro.
Os dados foram
apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e
fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad
Contínua). E segundo esses dados, o contingente de desocupados soma 12,5
milhões de pessoas, uma diminuição de 251 mil pessoas. Já a população ocupada
atingiu 93,8 milhões, um aumento de 459 mil pessoas.
As coisas melhoraram,
mas preocupa ainda o fato de que a população fora da força de trabalho
permaneceu estável, com 64,8 milhões de pessoas. A taxa de subutilização ficou
em 24%, uma redução de 0,8 ponto percentual em relação ao trimestre anterior,
somando 27,5 milhões de pessoas que gostariam de trabalhar mais horas do que
atualmente. Já a população desalentada, que são pessoas que desistiram de procurar
trabalho, soma 4,7 milhões de pessoas, um recuo de 3,6%.
Peço licença para
fazer a releitura de um artigo meu publicado nesse blog, que tratava dos 14,2
milhões de desempregados em 2017. Na ocasião o artigo citou que a taxa de
desemprego cresceu e chegou a 13,7% no primeiro trimestre daquele ano, na
comparação com os 10,9% registrados no mesmo período de 2016. As informações também
partiram do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que
considerou a taxa a maior desde que começou a publicar a pesquisa.
Em 2017 a taxa de
desocupação continuava em alta no país e apresentava 14,2 milhões de desempregados.
Em relação ao primeiro trimestre móvel de 2016, a alta da taxa de desocupação
chegou a 27,8%, o que significou que mais 3,1 milhões de pessoas estavam procurando
trabalho. O IBGE detectou ainda um recorde negativo no número de trabalhadores
com carteira assinada no país. Em um ano 1,2 milhão de pessoas deixaram de ter
carteira de trabalho assinada. A população ocupada do país no trimestre
encerrado em março/2017 ficou em 88,9 milhões de pessoas, recuando tanto em
relação ao trimestre imediatamente anterior (outubro, novembro e dezembro)
quanto ao primeiro trimestre móvel de 2016.
Como visto, o IBGE
informa por números que a situação está melhorando, não tão rapidamente como
todos pretendem, mas o desemprego está diminuindo no ano de 2019, o que não
deixa de ser uma auspiciosa expetativa na vida das pessoas e na economia do
país.
Mas, afinal, do que
se trata o desemprego e como ele se dá?
Pois bem, o
desemprego ocorre quando um trabalhador é demitido ou entra no mercado de
trabalho (está a procura de emprego) e não consegue uma vaga de trabalho. É uma
situação difícil para o trabalhador, pois gera problemas financeiros e, em
muitos casos, problemas psicológicos (depressão, ansiedade, etc.) no
trabalhador e em sua família.
A rigor, as
principais causas do desemprego são:
a) Baixa qualificação
do trabalhador: muitas vezes há emprego para a vaga que o trabalhador está
procurando, porém o mesmo não possui formação adequada para exercer aquela
função;
b) Substituição de
mão de obra por máquinas: nas últimas décadas, muitas vagas de empregos foram
fechadas, pois muitas indústrias passaram a usar máquinas na linha de produção.
No setor bancário, por exemplo, o uso de caixas eletrônicos e desenvolvimento
do sistema bankline também gerou o fechamento de milhares de vagas;
c) Crise econômica:
quando um país passa por uma crise econômica, o consumo de bens e serviços
tende a diminuir. Muitas empresas demitem funcionários como forma de diminuir
custos para enfrentar a crise;
d) Custo elevado
(impostos e outros encargos) para as empresas contratarem com carteira
assinada: este caso é típico do Brasil, pois os custos de contratação de
empregados são muito elevados. Muitas empresas optam por aumentar as horas
extras de seus funcionários a contratar mais mão de obra;
e) Fatores
Climáticos: chuvas em excesso, secas prolongadas, geadas e outros fatores
climáticos podem gerar grandes perdas financeiras no campo. Muitos empresários
do setor agrícola costumam demitir trabalhadores rurais para enfrentarem
situações deste tipo;
f) Gestão: a falta de
administração eficiente por parte dos governantes (municipal, estadual ou
federal) leva a um descontentamento dos investidores, de tal forma, que os
setores empresariais, também por desconfiança, recuam, e a primeira decisão é
demitir empregados, reduzir custos e diminuir o peso da carga tributária. Ou
seja, o empreendedor não investe, o governo não arrecada e o trabalhador não
tem mais emprego.
Não há dúvida de que
o desemprego é demonstração de desequilíbrio por parte das autoridades
gestoras, de desgoverno, de ausência de confiança do setor produtivo, de
bagunça política ou politicagem. O desemprego é uma arma apontada contra a
família brasileira, e não apenas contra uma única pessoa.
O pleno emprego é a
meta do trabalhador brasileiro. Por óbvio que isso depende da seriedade dos
governantes e da eficiência dos Poderes Executivo e Legislativo, de forma que
trabalhem para o interesse coletivo da sociedade, e não para os seus interesses
próprios.
As recorrentes e
vergonhosas atitudes de muitos políticos e governantes têm dado mostras de
sobra de que a corrupção é a grande culpada pela grave situação do desemprego
enfrentada pelo país, uma vez que o descrédito nas autoridades é crescente e a
desconfiança é maior ainda. Por isso, os segmentos empresariais não arriscam nos
seus investimentos e a inércia assume o lugar do crescimento. O emprego fica
encostado, de lado, enquanto a sujeira política vai sendo varrida, aos poucos,
e quando o STF deixa, pela operação Lava Jato, na esperança de todos os
brasileiros de que essas tragédias e mazelas acabem logo e definitivamente, e
os culpados sejam criminalizados e presos. Eu disse que os criminosos devem ser
encarcerados, mas que isso seja feito tão logo condenados em Segunda Instância
e não depois do Trânsito em Julgado e os crimes prescritos, como parece
defender parte dos ministros do STF. Data venia, a lei precisa mudar.
O governo Bolsonaro,
ao que tudo indica, vai encerrar o ano de 2019 com o desemprego em baixa e com previsão
provável de crescimento do emprego em 2020, significativamente.
Cumpre à sociedade
brasileira contribuir para que o desemprego seja eliminado da vida dos
brasileiros, restando certo que dessa sociedade fazem parte os cidadãos, os
trabalhadores, os empresários, os chefes dos governos municipal, estadual e
federal, e os políticos do sistema bicameral, entre tantos outros, de forma que
o Brasil seja um país digno e respeitado por todos e os brasileiros sejam
livres, iguais e portadores de um bom emprego e de excelente qualidade de vida.
Que assim seja!
Fontes: 1) http://agenciabrasil.ebc.com.br/; 2) Blog Direito de Opinião.
Wilson Campos
(Advogado/Especialista com atuação nas áreas tributária, trabalhista, cível e
ambiental/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses
Coletivos da Sociedade, da OAB-MG/Delegado de Prerrogativas da OAB-MG).
É isso mesmo que acontece. O desemprego precisa de um mutirão do governo e do setor empresarial, com a colaboração da sociedade organizada. Gostei muito do artigo. Vou ficar freguesa desse blog. Muito bom. Patabéns, doutor Wilson Campos. Abrs. Madeleine Vergueiro - Vale do Aço/MG/Brasil.
ResponderExcluir