O PÉSSIMO ESTADO DAS RODOVIAS MINEIRAS TEM CULPADOS

Sem nenhuma surpresa, as rodovias mineiras ficaram de fora do patamar de qualidade máximo do ranking de rodovias do Brasil feito pela Pesquisa CNT de Rodovias 2023, divulgado no dia 29 de novembro deste ano. 

A classificação da situação geral da rodovia como “ótima” ficou restrita aos Estados de Goiás, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, além do Distrito Federal.

A pesquisa indica ainda que 67,5% das rodovias brasileiras têm sua extensão classificada como "regular", "ruim" ou "péssima". Se o estado geral das rodovias é esse, o caos das estradas de Minas está explicado.

Ora, a situação das estradas mineiras é bem pior do que a da média nacional, exatamente pela maior extensão da malha rodoviária e pelo índice de investimentos desproporcional.

Tudo bem que o governo realizou operações tapa-buracos, mas a situação é tão ruim que os reparos não passam de simples paliativo. Os graves problemas continuam e se multiplicam. A precariedade das estradas mineiras prejudica as empresas do setor de transportes e também a sociedade, pois gera um aumento nos custos, além de colocar em risco a segurança dos motoristas.

Minas Gerais é um dos principais Estados da Federação. No entanto, o tratamento recebido por parte do governo federal deixa muito a desejar. Culpa dos políticos mineiros, que não reivindicam e não brigam pelos direitos de Minas. 

Para clareza dessa distorção, basta comparar as estradas mineiras com as paulistas, que são muito melhores e mais seguras.

A alternativa encontrada, como parte da solução, são as concessões à iniciativa privada. O resultado pode ser comprovado quando a situação das estradas concedidas é comparada com as públicas. Porém, cabe perguntar: onde estão os investimentos para reconstrução, restauração e manutenção dos trechos danificados nas rodovias que cortam Minas Gerais?

A meu ver, os governos estadual e federal precisam somar esforços para recuperar as rodovias mineiras, uma vez que todos perdem se assim continuar. Há que existir boa vontade política, começando pelo governo federal, concedendo investimentos urgentes e requerendo do governo estadual o respectivo acompanhamento na execução das obras.

A rigor, a aplicação do dinheiro público exige comprometimento e probidade, em todas as etapas. Daí a necessidade do envolvimento e da interação dos governos federal e estadual. Ademais, a execução de obras nas rodovias requer reciprocidade, projetos bem-feitos e qualidade técnica do serviço.

O período de férias está chegando. As estradas são ruins. Todo cuidado é pouco. A título de exemplo, as BRs 381 e 262 têm longos trechos em péssimas condições - milhares de buracos, crateras que engolem faixas inteiras da pista, deslizamentos de terra e deformações que fazem viagens de lazer ou a trabalho se tornarem pesadelos.

Enfim, cadê os deputados federais e os senadores, que não ajudam o governo de Minas a resolver esse problemão junto ao governo federal?

Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021).

(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de quinta-feira, 21 de dezembro de 2023, pág. 16). 

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