PLANO DE GOVERNO DE LULA É UM RETROCESSO DESASTROSO.

 

O chamado “esboço de programa de governo” de Lula (PT) é retrógrado e desastroso, posto que diz nada com nada e leva coisa alguma a lugar nenhum. O inteiro teor do programa é atrasado e insustentável.   

O pré-candidato da esquerda à Presidência da República defende propostas absurdas como revogar o teto de gastos e a reforma trabalhista. Sem lastro suficiente, o plano de governo petista mais parece uma colcha de retalhos e ainda precisa da aprovação dos seis partidos aliados, PSB, PCdoB, PV, Psol, Rede e Solidariedade.

O plano de governo de Lula se coloca contra a privatização da Eletrobras. Trecho do documento sugere a reestatização da empresa, que está em processo de privatização. Neste quesito ele não pensa na empresa, mas em manter um futuro cabide de empregos para os companheiros da militância.  

Sem mais nem menos, o documento salienta que “Reduzir a volatilidade da moeda brasileira por meio da política cambial também é uma forma de amenizar os impactos inflacionários de mudanças no cenário externo. A orientação passiva para a política cambial dos últimos anos acentuou a volatilidade da moeda brasileira em relação ao dólar com consequências perversas para o índice de preços”. Até parece fácil tratar de economia estável com o mundo inteiro às voltas com inflação, preços altos e desabastecimento, em razão do “fique em casa”, do pós-pandemia e da guerra entre Rússia e Ucrânia.

O amontoado de frases desconexas do plano lulista ainda sugere a construção de uma nova legislação trabalhista e que o plano de governo incluirá a “valorização do salário mínimo e a recuperação do poder de compra”. Alguém acredita nisso? O partido do pré-candidato esteve 14 anos no governo e não melhorou em nada o salário mínimo e muito menos o poder de compra do cidadão.

As frases de efeito tipo “recolocar os pobres e os trabalhadores no orçamento” e “revogar o teto de gastos e rever o atual regime fiscal brasileiro”, não passam de cogitações, sem a mínima condição de serem colocadas em prática por ele, que governou o país por dois mandatos e pouco fez pelos pobres, permitindo apenas os ricos ficarem mais ricos, os bancos ficarem mais poderosos e, principalmente, seus amigos e correligionários ficarem bem empregados e milionários com sua gestão corrupta. Os brasileiros sabem muito bem o que aconteceu no desgoverno Lula.   

Em relação à crise climática, o projeto diz que firma “compromisso com a sustentabilidade socioambiental e com o enfrentamento das mudanças climáticas” ao fazer uso racional dos recursos naturais e mudar “o padrão de consumo de energia no país”. Também são promessas que não serão cumpridas, haja vista o consumo de energia estar ligado ao avanço da tecnologia, ao número de aparelhos conectados às redes sociais, ao crescimento natural dos setores do agronegócio e do empreendedorismo de maneira geral, e pelo fato de o consumismo estar crescendo a cada ano. Como frear o desenvolvimento?

O documento fantasioso de Lula diz: “O Brasil da esperança exige compromisso com o povo brasileiro, que é nossa maior riqueza, em torno da superação do Estado neoliberal e da consolidação de um Estado de bem estar social”. Tudo bem, mas no governo dele e da Dilma não se pensou nisso nem se efetivaram medidas nesse sentido. Por que? O compromisso deles era com “países amigos da esquerda”, os quais foram financiados e ajudados com dinheiro do povo brasileiro. Isso aconteceu, de fato, e o povo foi esquecido e deixado de lado.

O atraso moral e o insucesso de Lula no governo, depois seguido pelo governo de Dilma, mostram a verdadeira face do PT.

Não bastasse querer mudar o que está dando certo, a proposta ou perspectiva de governo de Lula fantasia e tergiversa, mas insiste em destacar o que pretende realizar:

        - O PT propõe um programa Bolsa Família renovado e ampliado, mas não explica de onde virão os recursos e nem mensura o total de pessoas que serão beneficiadas.

        - Propõe uma reforma tributária “solidária, justa e sustentável”, que simplifique tributos e distribua renda ao taxar os mais ricos. De novo a mesma falácia de antes. Lula não fez reforma nenhuma, não sabe fazer e não tem coragem para esse trabalho.

        - O plano de governo de Lula afirma que o estado deve assegurar às mulheres o “exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos”. Ou seja, Lula foge da discussão sobre o aborto e inventa rodeios para dizer o mesmo de sempre, em outras palavras, que o PT é a favor do aborto.  

        - O documento cita ainda a ampliação das cotas raciais e sociais, que hoje existem nos concursos públicos e na educação superior, para “outras públicas”. Lula não explica quais “outras”. Ou seja, promete o que não poderá cumprir.

        - Ainda sobre questões raciais, aborda a construção de “políticas que enfrentem o genocídio”. Elenca questões como encarceramento, violência policial e preconceito religioso contra credos de matriz africana. Ora, candidato, o seu governo e o de Dilma, ambos petistas, nada mudaram quanto a essas questões. Foram 14 anos de escândalos e corrupção e os temas agora abordados não foram nem sequer colocados em pauta no Legislativo.

        - O plano de governo de Lula menciona a necessidade de um modelo previdenciário. Como sempre, são palavras ao vento, sem sentido. O programa do PT não cogita eventuais alterações na reforma da previdência, talvez porque entenda que está dando certo e não há o que mudar.

        - O PT defende aos partidos aliados o fortalecimento do SUS como público e universal. Ora, tudo bem, mas em qual parâmetro econômico? O dele? Ou será necessário tributar mais para cobrir esse fortalecimento do SUS?

        - Prevê a criação de novas políticas culturais para fortalecer a “memória e diversidade”. Também depende de investimento, campanhas, reuniões multilaterais, combinar com o Congresso e convencer os conservadores.

Sinceramente, sem partidarismo, eu esperava mais do plano de governo do PT, que tanto fala e na hora do vamos ver, foge pela tangente ou promete sem mostrar como será feito.

Ao meu sentir, o documento é um amontoado de promessas politiqueiras, sem estrutura ou fundamento. Parece que o candidato Lula não aprendeu nada nos seus dois mandatos desastrosos como presidente do Brasil. O seu plano de governo quer manter estatais para empregar militantes do partido e aparelhar o Estado, como fez em passado recente.

Para piorar o que já é ruim nas propostas petistas, Lula além de deixar antever sua enorme simpatia pelas estatais, declara sua pretensão intervencionista na economia e causa espanto com sua verve autoritária de pretender controlar a imprensa e as redes sociais. Lula deve ter frequentado a mesma escola que Chávez e Maduro, da Venezuela.

A velha imprensa, que tanto bate no atual presidente Jair Bolsonaro, por certo deve estar preocupada com a sanha autoritária de Lula, que dá sinais de controle da mídia. Daí a urgência para que os jornalistas de esquerda repensem suas ações, deixem de parcialidade e adotem a posição democrática de bem informar, em vez de apenas descer o porrete no atual governo de direita e esperançar um governo de esquerda. Todo cuidado é pouco com esses arroubos autocráticos de Lula e do PT.

As diretrizes petistas, conforme mostradas agora ao povo brasileiro, são puro retrocesso, demagogia e populismo, típicos da esquerda atrasada e inexperiente. Aliás, o que foi entregue no plano de governo de Lula é de envergonhar qualquer um que queira um Brasil pujante, produtivo, próspero e justo. E se alguém pensa que hoje a situação é ruim, pode ter certeza que o PT é trapalhão, incompetente, desonesto e incapaz de governar a menor das republiquetas.  

Francamente, na condição de cidadão e eleitor, eu gostaria que Lula defendesse esse seu plano de governo numa reunião pública ampla com empresários, imprensa, sociedade organizada, entidades patronais e profissionais, políticos e demais interessados no progresso do país. Com certeza, o resultado seria uma chuva de críticas pesadas, porquanto a vaidade do petista esteja maior do que sua vontade de governar. Eu disse governar? Espero que nunca mais ele volte ao governo. Jamais!   

Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021).

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