NO DIA DA ÁRVORE, OS BRASILEIROS TÊM POUCO A COMEMORAR.

 

Embora a maioria das pessoas ainda não tenha compreendido que a natureza é vida, que o meio ambiente equilibrado é vida e que a ecologia é um bem maior na vida de todos, ainda assim, no dia 21 de setembro, comemora-se o Dia da Árvore, em todo o território nacional.

 

Diante da importância da data, para o planeta e para os seres vivos, o objetivo maior da comemoração é conscientizar a população sobre o valor dessa grande riqueza natural, cujo dia foi escolhido por estar próximo ao início da Primavera, que começa no dia 23 de setembro.

 

Com a devastação da floresta amazônica, que já acontecia lá atrás, nos governos petistas, e de incontáveis destruições de reservas ambientais em várias regiões, consumidas por incêndios e desmatamentos acidentais ou criminosos, a serem apurados, há pouco para se comemorar neste Dia da Árvore. Muitos ambientalistas, bem-intencionados e sem filosofia partidária barata, não se cansam de fazer apelos em prol da proteção das áreas de mata atlântica, dos espaços vegetados, dos corredores ecológicos, das matas e das florestas, independentemente do seu tamanho. O que vale é a preservação ambiental como legado para as gerações futuras.

 

O grande significado desse Dia da Árvore é promover a preservação delas e do meio ambiente como um todo, com atitudes que tragam benefícios à natureza, além de trazer à tona questões como o aumento da poluição e do aquecimento global devido ao desmatamento.

 

Para aqueles que acham o assunto pedante e coisa de “ecochato” ou "biodesagradável", cumpre informar que os benefícios que as árvores nos trazem são incontáveis, desde a sombra que refresca nos dias quentes, como o oxigênio que respiramos e as frutas que nos servem de alimento. As árvores nos entregam tudo isso, sem pedir nada em troca, portanto, temos a obrigação moral de cuidar delas e plantá-las e replantá-las, sempre que possível.

 

Outros benefícios das árvores é que elas filtram o ar eliminando poeira e outras partículas, absorvem o dióxido de carbono, um dos gases responsável pelo efeito estufa, e outros poluentes atmosféricos como o dióxido de enxofre, o ozônio e o monóxido de carbono. Além disso, a presença de árvores no ambiente  proporciona efeito calmante em nosso corpo, reduzindo o estresse da vida contemporânea.

 

As árvores merecem respeito e reverência. Veja que, para se desenvolverem, as árvores levam anos, enfrentando condições hostis e intempéries e, nem por isso desistem. Seguem se desenvolvendo e fincando suas raízes no solo para se manterem firmes. A regeneração das árvores é uma coisa incrível, pois, em uma estação, ficam secas e com o passar do tempo florescem, mostrando que viver é estar em constante mudança e transformação. E mesmo quando morrem, as árvores nos dão prova que a existência delas continua, porém, sob outras formas, seja servindo como abrigo de aves, morada de outras espécies vegetais ou sustento do solo. Até mesmo de suas raízes podem brotar novos rebentos dando origem a novas árvores.

 

Se você é daqueles que não gostam nem se interessam pela natureza, tudo bem, mas não destrua aquilo que você não é capaz de ajudar a viver. Plantar uma árvore é um ato digno de aplausos. Portanto, plante uma árvore e exija que o poder público replante tantas árvores quantas forem cortadas ou dizimadas em nome do avanço do progresso das cidades. Aliás, gestor público que se preze não contabiliza as árvores que mandou derrubar, mas as que mandou plantar e replantar nos canteiros centrais, nos parques, nas praças e nos mais diversos espaços públicos urbanos que demandam por beleza, ar puro, sombra e tranquilidade para o lazer.

 

Neste Dia da Árvore ou no transcorrer da Primavera, plante árvores, ensine seus filhos a plantarem árvores e a cuidar delas, pois, delas depende a saúde e a vida. Você, adulto, mostre aos jovens e às crianças a beleza natural das árvores, explique que a falta de árvores nas cidades afeta diretamente a vida de toda a população, que passa a enfrentar erosões do solo, assoreamento de rios, redução do regime de chuvas e da umidade relativa do ar, desertificação e perda de biodiversidade. Uma cidade sem árvores é uma cidade sem vida. Ademais, as árvores são responsáveis por proporcionar o oxigênio que respiramos, a sombra que nos ajuda a refrescar do sol e do calor e a beleza sazonal das flores e dos frutos que tanto admiramos e apreciamos. 

 

De fato, no Dia da Árvore, os brasileiros têm pouco a comemorar. Mas no Brasil o respeito ao meio ambiente é maior do que em centenas de países mundo afora. No exterior, aqueles que falam da proteção de matas e florestas, não servem de exemplo, pois, já destruíram as suas e agora querem salvar o mundo com as reservas ambientais do Brasil. Ora, em vez de lamuriar, criticar e ameaçar de longe, deveriam ajudar no combate aos incêndios e na fiscalização dos desmatamentos irregulares, mas, jamais, tentar se intrometer em questão da soberania brasileira.

 

Se o Brasil tem pouco a comemorar, muitos países do Primeiro Mundo não têm nada a comemorar, uma vez que sempre trataram o meio ambiente como um assunto sem muita importância e sempre relegaram a questão ambiental a segundo plano. Basta rever históricos passados.

 

A rigor, o Brasil não deve satisfação a nenhum outro país e muito menos aos estrangeiristas, que querem dar lição de moral e bancar de bons moços depois que exterminaram quase a totalidade das suas reservas ambientais sem mover uma palha na defesa de suas matas e florestas territoriais.  

 

Nós, brasileiros, podemos, sim, melhorar nossa imagem na preservação de matas, florestas, áreas verdes, corredores ecológicos, fauna, flora e recursos hídricos. Tudo isso é uma questão de educação ambiental, que deve nascer nos bancos escolares, passar pela orientação das famílias e terminar nos incentivos dos governos. Façamos esse dever de casa e podemos ficar tranquilos com o sucesso de futuras comemorações no Dia da Árvore. Mas temos que começar agora, com a colaboração de todos, posto que a população quando quer, consegue e faz bem feito. Ao trabalho! 

 

Wilson Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB-MG/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG).

 

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