LULA PERDEU O REBOLATION.

O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com todo respeito que me merece, perdeu o "rebolation" ao deixar de ouvir os sentimentos dos presos políticos cubanos e pior ainda, ao tratar com tanto esmero o governo iraniano, que anda na contramão da política de paz mundial, por insistir na ideia fixa de enriquecimento de urânio e construção de bomba atômica.

Em outros tempos, quando Lula ainda era apenas um sindicalista de oposição ferrenha ao governo, adepto da greve de fome, os dissidentes da ditadura de Fidel e Raul Castro teriam seu apoio e sua solidariedade.

Hoje, na disputa pelo título de maior homem público com reconhecimento nacional e internacional, Lula escorrega e abraça a dupla de ditadores cubanos, bem como dá tapinhas nas costas do presidente do Irã, como se estes fossem praticantes de ampla democracia em seus governos.

Mesmo que não queira emitir opinião a respeito de governos estrangeiros, o que está em seu direito, Lula não poderia deixar de dirigir umas palavras de conforto aos familiares dos dissidentes cubanos, de reconhecimento à luta dos presos políticos, por não se tratar mais de assunto interno, mas de questão humanitária com conotação internacional.

Da mesma forma, com riscos aos seus interesses políticos futuros, Lula teima em ser exageradamente cortês com Mahmoud Ahmadinejad, líder da república islâmica, dando apoio a seu programa nuclear "pacífico" e posicionando-se contrário a sanções ao seu governo por parte dos EUA, que alegam descumprimento de acordo internacional por parte do Irã.

Se por um lado o Brasil não deve obediência nem satisfações aos EUA, por outro não deve gestos de bom companheiro ternurinha aos ditadores de Cuba nem ao presidente iraniano.

O governo ditatorial de Cuba, que mantém em seus cárceres, presos políticos que morrem por greve de fome em defesa dos direitos humanos, culpa os EUA.

O governo iraniano, por sua vez, parte na busca de armamentos e ogivas nucleares, alegando a seu favor o fato de as grandes potências já possuirem bombas atômicas e, por conseguinte, joga a culpa do não-desarmamento nas costas dos EUA.

O Presidente Lula tem um país cheio de problemas para governar e ele se chama Brasil. Não Cuba nem Irã. O Brasil precisa de firmeza nas suas relações humanas e internacionais. Não de Cuba nem de Irã, que tropeçam nas suas próprias pernas, por culpa exclusiva de seus sistemáticos governantes.

O Brasil tem democracia. Cuba não tem, nem Irã também.

O Brasil não tem cárceres de presos políticos. Os outros...

O Brasil respeita os direitos humanos. Estes outros...

O "rebolation" que o presidente Lula perdeu, na verdade é o jogo de cintura que ele está deixando de lado, no desesperado afã de eleger sua candidata.

O "rebolation" que Lula não tem mais, nada mais é que o deixar de lado as ideias democráticas que presumivelmente nortearam sua vida política.

O "rebolation" esquecido ao longo de dois mandatos, pode ser readquirido com a prática das relações internacionais, somente e se, dentro do estrito acatamento dos direitos humanitários e da manutenção da paz mundial.

Lula sabe fazer. Não é possível que em tão pouco tempo tenha esquecido tudo o que defendia nos palanques de sua vida "proletária", como sindicalista e político popular.

Lula conhece o significado da democracia sem condições, da liberdade de expressão, dos direitos políticos, da paz mundial e de todos os demais, que englobam estes, garantidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos, onde são reconhecidos a dignidade da pessoa humana, como base da liberdade, da justiça e da paz; o ideal democrático com fulcro no progresso econômico, social e cultural; o direito de resistência à opressão; e a concepção comum desses direitos.

Haja o que houver, prevaleçam entre nós, brasileiros, os exemplos firmes da amadurecida democracia, acrescida de muita liberdade e indubitavelmente formatada no leito da absoluta honra aos direitos humanos.

Lula, com todo respeito, data maxima venia, reaprenderá o "rebolation".

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