MÃOS SUJAS.

Muito se tem falado de candidatos fichas sujas. Interessante observar que "muito se tem falado". De prático e educativo, absolutamente nada. Sequer se cogita para já, uma freada nesta locomotiva de corrupção, desembestada morro abaixo. A politicagem continua à solta. Lamentavelmente, mãos sujas por todos os lados. E de quem é a culpa? Sua, minha, nossa, com certeza!

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vem sendo questionado a respeito do projeto ficha limpa, que nada mais é, senão um texto que veda o registro de candidatura de políticos com pendências na Justiça. O ministro Ricardo Lewandowski, presidente do TSE, nada pode fazer, por enquanto, haja vista que o projeto ainda tramita pela Câmara dos Deputados e Senado Federal.

Projeto em tramitação é jogo de interesses, ainda mais na terra de Sarney & Cia.

As eleições estão aí e o festival de vaidades vai prometendo muita falação e pouca solução para a vida democrática decente deste país.

Vários políticos já se apresentam para colocar água na fervura, numa prática sistemática de ir abafando o caso. O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT/SP), como não poderia deixar de ser, apressa-se em dizer que o debate não pode ser a toque de caixa, porque lei é lei e precisa muita calma nesta hora. Ah! Que bom! Me engana que eu gosto!

A forma original do texto-base deste projeto ficha limpa já não existe mais. O que prevalece, até que outros bons representantes do povo interfiram é o veto apenas para candidatos com condenações em segunda instância, ou seja, já livraram a cara dos condenados em primeira instância.

Muitos são os candidatos à reeleição que jogam para a platéia. Pregam uma austeridade frente às câmeras e na surdina trabalham pela paralização do projeto ou no mínimo, empurram o problema para depois de 2012.

Pau que dá em Chico, não dá em Francisco. Pelo menos no Congresso Brasileiro.

A exemplo de algumas montadoras de veículos que realizam o chamado "recall", após a grita geral de consumidores prejudicados, o mesmo se deveria fazer no mundo político, realizar imediatamente um "recall de representantes do povo", anulando ou revogando o voto que lhe foi destinado de forma a que o seu mandato fosse imediatamente devolvido. E por que isso não acontece? Por culpa do povo. Esse mesmo povo chorão que muito lamenta mas que pouco faz de efetivo.

Há alguns anos atrás, quando o consumidor comprava um equipamento com defeito de fabricação, ficava se lamentando e ninguém fazia nada. Os fabricantes "pouco se lixavam" para as reclamações. Hoje, o buraco é mais embaixo. Hoje, o bicho pega geral. O consumidor aprendeu a brigar por seus direitos e o setor empresarial aprendeu a respeitar o consumidor. O Procon, Ministério Público, Ministério da Justiça e outros setores praticantes do bom direito, escutam as reclamações e acionam suas alavancas justiceiras.

Está mais que na hora desse "recall" acima funcionar na política brasileira.

Depende de quem? Tá bom, faz de conta que não sabe e continua votando errado.

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