OSSO DURO DE ROER.

O atual governo está deitando e rolando na cama que foi preparada por muitos governos anteriores e ainda não se deu conta disso. Ou, pelo menos, faz de conta que ninguém até aqui trabalhou em prol de alguma coisa positiva. Ou, pior ainda, pensa que apenas ele sabe trabalhar e fazer a coisa funcionar. Ledo engano. Uns começam um trabalho. Outros dão continuidade. Tantos outros se deleitam com carne suculenta. E alguns ficam com as sobras, com o osso. É o que vai sobrar para o próximo Presidente da República - um grande e destemperado osso duro de roer.

Se, comparativamente com a crise econômica mundial que jogou ao chão grandes países , o Brasil permanece de pé e se saindo bem, até agora, ponto para o governo. Mas não queiram entender que estamos ao largo dessas catástrofes monetárias internacionais, passando apenas por uma "marolinha", como disse o apressado Presidente Lula, quando na realidade estamos no centro de toda uma emblemática relação de consumo, ao estilo brasileiro, graças evidentemente ao poder da oferta e da procura, facilitado pelas passageiras isenções tributárias e reduções de impostos (vide casos recentes de eletrodomésticos e carros).

A curto prazo estamos tranquilos. A médio e longo prazo as coisas vão azedar.

Não é pessimismo. É pura e simplesmente vontade de ver até onde vão os milagres dos "estrelas vermelhas" capitaneados no poder.

É evidente que queremos um país vencedor. É óbvio que desejamos prosperar mais que todos os países de primeiro mundo ( se é que isso é possível).

No entanto, negamo-nos a tapar o sol com a peneira.

O Brasil enfrentará dificuldades para controlar o seu enorme gasto público, arremessado às alturas com a folha de pagamento inchada pelos gordos salários de pessoal arrebanhado em muitos setores do PT. O Brasil vai caminhar em corda bamba, quando verificar que sua voraz máquina de arrecadar está sufocando os setores produtivos com uma carga tributária insuportável. Enfim, passada a copa do mundo e realizadas as eleições, quando todos voltarem à normalidade, o Brasil estará diante de um monstro chamado inflação (velho conhecido), que se não for combatido a ferro e fogo, porá tudo a perder.

O país brasileiro não é chão milagreiro. Somos todos do mesmo barro. Precisamos aprender a economizar em tempos de vacas gordas. Temos de produzir mais ítens básicos para a família brasileira, tornando-os acessíveis ao bolso do consumidor e mais baratos que os atravessados e importados.

A economia precisa jogar nas mãos do governo a decisão de exigir e possibilitar a produção de bens com qualidade, com preço competitivo. A moeda brasileira mais forte não pode abandonar as indústrias à própria sorte, frente ao dólar mais barato que arrasta consigo e para baixo, os preços de produtos estrangeiros.

O Brasil passa a depender de um crescimento bem acima do atual, para fugir do fantasma da inflação que volta a rondar.

A bolha estatal criada pelos empregos sem concurso público, também coloca em risco a economia do país. Para pagar a sua salgada folha de vencimentos o Estado precisa arrecadar. Para arrecadar o Estado precisa que o setor empresarial produza. Para produzir as empresas carecem de investimentos e mão de obra qualificada. Para realizar estes dois últimos, as empresas imploram por um sisterma tributário menos aterrorizador.

O drástico corte de gastos públicos tem de começar. O próximo Presidente da República vai roer o osso, porque cortar gastos nem sempre é boa política e muito menos de boa vizinhança. Mas alguém vai ter que fazer.

Pra finalizar, eu pergunto: para que 37 Ministérios? Dez ou doze não seriam suficientes?

P.S.: A mensagem e a crítica não são partidárias. São cidadãs. A democracia ainda vigora.

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