CHUVA E CAOS EM BH - ENCHENTES.

O caos absoluto reinou em BH durante as chuvas, na semana passada, quando ruas, avenidas, aeroporto, empresas, veículos, residências e pessoas foram tomadas pelas águas barrentas da chuva, em uma assombrosa inundação indesejável, porém, previsível. 

Justamente pela incompetência do executivo e tolerância subserviente do Legislativo municipal, ficamos a nos perguntar se temos, de fato, administração em nossa cidade.

Nenhuma autoridade veio a público explicar a razão do calapso urbano ou oferecer soluções para o problema. Nada lhes importa, pois sabem que jogar a culpa na chuva é suficiente para amenizar sua responsabilidade.

Os poucos minutos de aguaceiro intenso provaram, mais uma vez, que a cidade e a população estão entregues à própria sorte. As obras intermináveis, a impermeabilização do solo e a degradação ambiental também contribuem fortemente para esse tipo de catástrofe.

O que se viu, ao final das tempestades, foi o cidadão encharcado, humilhado e prejudicado pela inundação, que seria perfeitamente evitável, se houvesse alguma vontade política.

Enquanto na Câmara Municipal e na prefeitura se fala unicamente em eleição e Copa do Mundo, a população excluída das conversas de gabinete se vira como pode e, via de regra, paga a conta salgada e indigesta da má gestão executiva e da inexistente fiscalização legislativa. 

Não me venham novamente com metáforas e ironias de que a cidade precisa de "babá". Não. A cidade precisa de políticos e administradores sérios, humanos, probos, éticos, trabalhadores e que respeitem a cidade e o povo, 24 horas por dia. 

Para que haja progresso, faz-se necessária a ordem. E para que haja ordem, faz-se necessário o respeito ao povo.

Wilson Campos (Advogado / Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB - MG). 

(Este texto mereceu publicação do jornal ESTADO DE MINAS, edição de segunda-feira, 07/04/2014, pág. 8).
 

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