SECCIONAIS DA OAB QUESTIONAM DECISÕES DO STF.

 

Considerando os primados que elevam a advocacia ao status de múnus constitucional, os presidentes das seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso do Sul, Acre, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Rondônia protocolaram, no último sábado (19), perante o Conselho Federal requerimento questionando a legalidade e a constitucionalidade de recentes decisões do Supremo Tribunal Federal, proferidas pelo ministro Alexandre de Moraes, que determinaram o bloqueio de contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas.

As seccionais se manifestam contrárias a atos que violem a Carta Magna e que atentem contra o Estado democrático de direito. Alegam que se deve impor limite às decisões judiciais proferidas de ofício, em procedimentos atípicos, que não respeitam as prerrogativas da advocacia, o devido processo legal, e ferem os direitos de livres expressão, imprensa e manifestação, nos termos da Constituição da República.

No requerimento, os presidentes das seccionais ressaltam que a decisão monocrática do ministro – que determina o bloqueio imediato de mais de 40 contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas, dos mais variados ramos, sob a principal alegação de que estariam “financiando” supostos atos e ações tidas por antidemocráticas – fora proferida sem qualquer notificação prévia dos supostos envolvidos, nem mesmo o Ministério Público, sabidamente fiscal da lei em procedimentos judiciais, o que pode, em tese, caracterizar o afastamento dos consagrados princípios constitucionais do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório.

Destarte, segundo o requerimento, as seccionais signatárias pleiteiam do Conselho Federal a análise, em regime de urgência, acerca da constitucionalidade e legalidade da decisão inusitada proferida pelo ministro Alexandre de Moraes, considerando o ferimento, em tese, de preceitos constitucionais consagrados, em especial os artigos 5º, LIV, LV e 93, IX da Constituição, bem como sejam avaliadas medidas para que se evitem possíveis violações às prerrogativas da advocacia, em especial no que se refere ao acesso aos autos, garantindo desta forma o amplo e irrestrito exercício profissional.

A rigor, sobressai-se que o intuito da iniciativa é pacificador, e a interlocução deve ser buscada junto ao STF, mesmo porque a decisão de Moraes pode gerar desdobramentos sociais graves, inclusive atingindo as relações de trabalho, cujas obrigações dos empregadores ficarão comprometidas em razão dos bloqueios de valores e multas diárias.

Portanto, se a OAB há 92 anos está presente nos principais momentos da história do país, construindo o Estado de direito, ponderando a respeito das conjunturas, defendendo a cidadania e contribuindo para o crescimento da nação, é também da sua missão pacificar o atual cenário e agir na defesa da advocacia, da sociedade, da democracia e da liberdade.

Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021). 

(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de quinta-feira, 24 de novembro de 2022, pág. 21).  

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Comentários

  1. Estanislau J. T. Camargos24 de novembro de 2022 às 12:35

    Bloquear o dinheiro dos empresários, censurar jornalistas independentes, desmonetizar canais de redes sociais, etc, etc. Passou da medida. Os empresários PF e PJ que tiveram dinheiro bloqueado deveriam mandar seus funcionários para a porta do STF cobrar seus salários do final do mês. Que país é esse? Vamos lá minha gente,não vamos desanimar porque a esquerda é covarde e vai acabar com nosso país. Dr. Wilson que bo que a OA B acordou e parece que vai junto com o povo como sempre fez na sua história. Parabéns. Abrs. do Estanislau J.T. Camargos.

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  2. Maria Laura O. P. Santos24 de novembro de 2022 às 12:40

    Quem votou no L e tem um pouco de vergonha vai se arrepender. As forças armadas estão muito devagar e a transição de Lula continua avançando e vão meter a mão com força nos cofres públicos. Preparem-se para prateleiras de supermercados vazias, desemprego em massa, fuga de capitais e muita gente chorando de fome. Preparem-se para a política macabra do PT. Meu caro dr. Wilson Campos o seu artigo ainda me dá um pouco de alento,mas precisamos todos juntos - OAB, igrejas, povo, congresso e forças armadas tomar uma atitude radical ou será tarde demais. Tarde demais. SÓ Deus na causa. Att: Maria Laura.

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  3. Vander Lúcio S. R. Filho24 de novembro de 2022 às 12:48

    A Venezuela, Cuba e Nicarágua vão chegar aqui depois de janeiro de 2023 e não sairão mais. Os comunistas da américa latina virão colocar suas mãos sujas no nosso país e não sairão mais. Os malditos esquerdistas vão leiloar tudo e tomar tudo e o povo será tratado feito gado e como gado já está de cabeça baixa e se acovardando, e os militares dos exércitos também estão fracos e esperando o que??? Coitada da nossa gente, de mim, de nossas famílias, de nós, coitados dos brasileirinhos de bem que chorarão lágrima de sangue por terem votado no atraso e no que tem de pior. Faz o maldito L e espera para ver. Meu caro Dr. Wilson Campos vamos rezar e rezar e rezar para Deus nos dar coragem e reagir ainda em tempo. Coragem meu povo. At: Vander Lúcio.

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  4. Enquanto existir bobo o esperto se dá bem. Todo mundo viu o que o molusco fez em14 anos de roubalheira. E ainda votaram no cara.Querem o que? Morrer de miséria, de desemprego, de vergonha e de humilhação??? É isso o brasileiro gosta de sofrer porque viu antes a desgraça que foi o PT no governo e ainda repetiu a dose??? Deus nos livre. Braços doutor Wilson e seguimos aguardando um milagre e que venha do povo nas ruas e dos caminhoneiros nas estradas e das FFAA nos pontos estratégicos do país para não permitir vingança da esquerda maldita. SOS Brasil. - Vitor Hugo.

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  5. EXCELENTE artigo doutor Wilson Campos. Parabéns!!! Att: Nilce Summer.

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  6. A história da OAB é de estar sempre ao lado do povo brasileiro e não pode ser diferente agora nessa fase aguda das liberdades e da democracia tão ameaçadas por algumas autoridades. Os advogados precisam estar junto do povo mostrando as leis e defendendo a sociedade. Esse papel da OAB de pacificador e conciliador não pode ser esquecido e a população precisa dessa força legal que vem da advocacia brasileira. Meus parabéns doutor Wilson Campos advogado por este brilhante artigo que sempre leio no nosso "jornal O Tempo". Abrs. do Clóvis Duarte. BH.

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