A SAVASSI PEDE SOCORRO
Dizer que
Belo Horizonte está feia, suja e mal iluminada é “chover no molhado”. Na
verdade, a cidade está sem cuidado algum, deixada de lado e sempre se deparando
com a frágil desculpa administrativa de que a crise e a falta de recursos não
permitem investimentos ou melhorias.
A região da
Savassi é um exemplo do quanto está caótica a conservação dos espaços na cidade
– tem lixo acumulado e espalhado; pichação por todo canto; jardins malcuidados
e abandonados; péssima iluminação; vandalismo e impunidade; desatenção e
indiferença do poder público.
As avenidas
outrora bonitas e bem frequentadas pela população hoje não passam de extensas
vias sem vida ou glamour. As avenidas Cristóvão Colombo e Getúlio Vargas que
tanto frequentei e tinham ares de sofisticação, hoje têm canteiros centrais sem
vida, sem flores, sem verde. A tristeza tomou conta do lugar e a prefeitura
parece acéfala, sem administrador, sem rumo e sem métodos modernos de
administração.
Muitas lojas
fechadas, sujeira por todo lado, pichação e vandalismo. Repetir é preciso.
Alertar é um dever de cidadania. A cidade precisa da Savassi e a Savassi
precisa voltar ao que era – acolhedora, sofisticada, florida, viva, verde,
limpa e convidativa.
Quem mora,
trabalha ou frequenta é testemunha de que a região mudou para pior, embora
tenha passado por uma fase de revitalização, que se perdeu por falta de
fiscalização e de cuidados da prefeitura. Simples assim. Culpa dos vândalos,
mas culpa direta também da prefeitura.
Ninguém mais
quer passear na Savassi, como acontecia nas décadas de 1970, 1980 e 1990,
quando tudo era belo por ali, desde as garotas, a noite, a Lua, as estrelas, as
ruas, as avenidas, os restaurantes, os bares e as baladas nas boates da moda.
As pessoas se afastaram, simplesmente porque falta limpeza, cuidado, higiene,
fiscalização e policiamento. O vandalismo corre solto e impune e o poder
público não protege o patrimônio, nem público nem privado. Abandono total.
Outro
incômodo que afasta as pessoas da Savassi – recorrente em outras regiões da
cidade - é a presença de moradores de rua, que ocupam praças e canteiros, e
fazem o lugar de banheiro e moradia. Nem a fonte luminosa escapa, tornando-se
ducha, lavatório, banho público.
A
insegurança ronda a Savassi. O medo de assaltos é gradativo. Os serviços
sociais da prefeitura não logram êxito e o número de pessoas em situação de rua
cresce a cada dia. A Savassi, hoje, além de feia, é insegura para a população.
Mas não bastaria que fosse bela, precisaria ser cuidada e segura para os
cidadãos.
Falta
política pública de qualidade e não conversa mole, como vem acontecendo. O
comércio precisa funcionar, o consumidor precisa comprar, o povo precisa
transitar, a Guarda Municipal precisa atuar e a prefeitura precisa trabalhar
para que tudo isso se efetive. Aliás, faltam incentivos do poder público para
que as coisas funcionem, e de preferência proporcionando à região beleza,
limpeza, iluminação, cuidados, realização de eventos e intervenções artísticas.
E tudo com muita segurança, para o bem estar do cidadão.
Enfim, caso
não seja tomada uma decisão firme por parte dos órgãos públicos municipais e da
própria prefeitura, a bem da Savassi, a região vai se transformar ainda mais em
local indesejado pela população, que não coaduna com locais públicos
transformados em banheiro, aglomerado de barracas, depósito de lixo, área de
riscos aos pedestres e de escancarado vandalismo.
Belo
Horizonte merece uma Savassi viva, limpa, iluminada, segura e convidativa,
independentemente das tribos que a frequentem, sejam cidadãos comuns, caretas,
metaleiros, punks, emos ou hippies. O que importa é que a Savassi volte a ser
um bairro charmoso e um local elogiável, frequentado por cidadãos educados e
sabedores dos seus direitos e dos seus deveres.
Wilson
Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses
Coletivos da Sociedade, da OAB/MG).
(Este
artigo mereceu publicação do jornal ESTADO DE MINAS, edição de sábado, 7 de
outubro de 2017, pág. 7).
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DR. WILSON
ResponderExcluirBOA NOITE
A SAVASSI É IGUAL A PRAÇA 7,SUJA,MAL ILUMINADA,FEDORENTA,CHEIA DE HIPPES.
PASSO OBRIGATORIAMENTE POR ALI 2 VEZES POR SEMANA,DÁ MEDO.PESSOAS TONTAS NO MEIO DA RUA,CARROS AVANÇANDO SINAL,SOM ALTO,GRITARIA,GENTE MAL VESTIDA ,COCO DE CACHORRO PELOS PASSEIOS,PERIGO EMINENTE.
É INCRIVEL COMO QUE AS PESSOAS QUE VIVEM NAS PRAÇAS DE BH NÃO AS CONSERVAM,GRANDE NUMERO DE MOTOS ESTACIONADAS IMPEDINDO O PEDESTRE DE ATRAVESSAR OS PASSEIOS,GENTE MAL EDUCADA SOB OS OLHARES COMPLACENTES DO PREFEITO.
EM BH GRANDE TAMBÉM É O NUMERO DE HIDRANTES VAZANDO AGUA,RESPONSABILIDADE DA COPASA E DO CORPO DE BOMBEIROS QUE NADA FAZEM.
SABADO E DOMINGO O CORPO DE BOMBEIROS DEMOROU 2 DIAS PARA CORTAR APENAS 1 ARVORE,NA AVENIDA AUGUSTO DE LIMA PROXIMO A DELEGACIA DE POLICIA CIVIL
E AS ARVORES PERTO DA SAVASSI E DE TODA A CIDADE DE BH,PODRES,OCAS,CHEIAS DE CUPIM PARECE QUE NINGUEM DA PREFEITURA VÊ,VAMOS TER NOTICIAS DE TRAGEDIA ANUNCIADA DAS ARVORES.
PARABÉNS PELO SEU ARTIGO.
ABRAÇO
MARCO TULIO
A Savassi pede socorro e nós precisamos cobrar da prefeitura que faça algo. O prefeito precisa parar de falar de futebol, atlético f. c., e pensar na cidade, trabalhar pela cidade, arregaçar as mangas em prol dos moradores de BH, pois para isso ele foi eleito. Ao Dr. Wilson Campos os meus mais fervorosos cumprimentos pelo belo artigo, como sempre competente na defesa da cidade. Fraterno abraço. Adriano J. L. V.
ResponderExcluirDepois da faculdade eu passava pela praça da Savassi e ficava olhando a beleza das moças que passavam com sacolas de compras de produtos da última moda; olhava ainda o ir e vir de pessoas bem humoradas e satisfeitas com o clima glamouroso da Savassi; admirava a leveza do lugar e a sofisticação das lojas; observava até a gentileza dos flanelinhas bem educados que limpavam o carro enquanto tomavam conta. Enfim, a Savassi de antes não existe mais. Hoje, sujeira, mau cheiro, lixo e descuido da prefeitura. Aliás, o que a prefeitura de BH tem feitio pela cidade? Nada!!!! Absolutamente nadica de nada!!!
ResponderExcluirA Câmara dos Vereadores brinca de legislar e a prefeitura brinca de executar. O dois órgãos de nada servem e para nada servirão enquanto estiverem tomados por oportunistas. Salvemos, nós, a Savassi, a Pampulha, a Serra do Curral, as matas, os parques e praças, porque se dependermos desses órgãos municipais e da PBH, a coisa vai de mal a pior. Gostei muuto do artigo do advogado Dr. Wilson Campos, que mostrou conhecer a cidade e ter respeito por ela.PARABÉNS DOUTOR!!! Do seu mais novo escudeiro e admirador - Evaristo P. B. J. de Queiroz - empresário.