DESGOVERNO TOTAL - 10º DIA DE PARALISAÇÃO DOS CAMINHONEIROS.
Independentemente
dos direitos e garantias dos caminhoneiros, interpretados como justos, diante
da situação caótica vigente, o movimento paredista não pode prolongar por muito
mais tempo o desastre provocado no atendimento da rede hospitalar, na
mobilidade urbana, na suspensão das aulas, na produção da indústria, no giro do
comércio e no consumo das pessoas. Ora, o recado foi dado e o governo sentiu na
pele o impacto contundente dos atos e das palavras de uma gente sofrida, mas
capaz de se revoltar e de causar estragos na economia. E como diz o ditado: “para
quem sabe ler, um pingo é letra”.
Não
é de bom tom admitir que o seu país está morro abaixo, sem freios, feito uma
carreta desgovernada. O trocadilho não é proposital. Ao contrário, a situação
remete a seriedade e tristeza absolutas. O desgoverno constatado no Brasil, preocupante
e indesejado, muito se deve aos condenáveis gestos de políticos corruptos, que
sangram diariamente os cofres públicos e jogam na lama a dignidade dos cidadãos
de bem.
O
protesto, movimento ou greve, como queiram, dos caminhoneiros, já no 10º dia de
paralisação, com certeza se prolonga e causa desabastecimentos gerais, por
exclusiva falta de pulso do governo, que tardou em demasia no enfrentamento da
pauta de reivindicações que lhe foi apresentada.
O
desgoverno do país é sintomático. A política insensata de preços abusivos dos
combustíveis, com reajustes diários, agravou ainda mais a situação já penosa
dos brasileiros. Além do que, as altas constantes dos derivados do petróleo prejudicam
direta e indiretamente os produtores rurais, a indústria, o comércio, a
prestação de serviço, o transporte e o consumidor final. Pior do que isso é
pensar que tudo desagua no bolso do cidadão comum, que carrega nas costas uma
das maiores cargas tributárias do mundo.
Os
efeitos sociais são enormes. Aumentam-se as carências e diminuem-se as
esperanças da população. A ruptura social é perceptível. O descontrole
emocional e a falta de educação de muitos são fatos reais, lamentáveis, mas terrivelmente
prejudiciais a todos, uma vez que contaminam a parte sadia da sociedade, que
quer um país melhor, ético e justo. Portanto, reivindicar, sim, mas badernar,
não.
Independentemente
dos direitos e garantias dos caminhoneiros, interpretados como justos, diante
da situação caótica vigente, o movimento paredista não pode prolongar por muito
mais tempo o desastre provocado no atendimento da rede hospitalar, na
mobilidade urbana, na suspensão das aulas, na produção da indústria, no giro do
comércio e no consumo das pessoas. Ora, o recado foi dado e o governo sentiu na
pele o impacto contundente dos atos e das palavras de uma gente sofrida, mas
capaz de se revoltar e de causar estragos na economia. E como diz o ditado: “para
quem sabe ler, um pingo é letra”.
A
soma dos prejuízos causados aos segmentos rurais e urbanos já somam alguns
bilhões de reais, sem, contudo, o governo ter sob controle a situação. O que se
vê são demonstrações de que, por um bom tempo, haverá um atraso na recomposição
e no percurso civilizatório. De sorte que, ao governo, resta encontrar meios de
economizar despesas, sem onerar ainda mais os contribuintes, que pagam muito
pelos poucos serviços públicos prestados. Ademais, a recomendação é por
urgência nas medidas de proteção à democracia, sejam por parte do Executivo, do
Legislativo ou do Judiciário, a começar pelos necessários exemplos de probidade
e austeridade daqueles que andam de carros oficiais, de aviões da FAB, e deixam
a conta salgada dos combustíveis para o povo pagar.
Tudo
indica que há uma relação percuciente entre tributos elevados e o vergonhoso
grau de corrupção que assola o país. Daí a emergência na tomada de atitude, de
forma a eliminar os penduricalhos embutidos nos preços, tarifas e taxas de
serviços. Os dados não mentem e, conforme o Banco Mundial, 57,3% do preço da
gasolina, 45,8% da tarifa de energia elétrica e 47,9% da tarifa de
telecomunicações são representados por tributos, que, a rigor, sobrecarregam
toda a cadeia produtiva, com consequências terríveis para a população.
O
combustível brasileiro é um dos mais caros do mundo. O preço da gasolina em
Minas Gerais é o segundo mais caro do país. A atual administração da Petrobras,
antes elogiada, hoje é alvo de severas críticas. A política de preços do governo
é casuística e implica em empobrecimento dos consumidores. O petróleo é nosso,
como diz o lema, mas os benefícios não, excetos o custo alto do produto e a
corrupção gigante ensejada pela empresa. O gigantismo do Estado se depara com o
volume de greves, movimentos e protestos que paralisam setores vitais. A
sociedade se torna refém do descontrole e do desgoverno do poder constituído.
Enfim,
o desenvolvimento da nação requer outros meios de transportes, além do rodoviário;
negociar é sempre melhor do que tergiversar; escutar é melhor do que se fazer
de morto; bom senso e equilíbrio são requisitos das partes; o direito de ir e
vir é isonômico e constitucional; a livre manifestação não admite restringir
outros direitos; reivindicações não comportam vandalismo, quebradeira e
agressão; desobstruir estradas e normalizar o abastecimento são medidas
indispensáveis; a democracia não suporta repressão e nem retrocesso; a educação
e a civilidade são valores inegociáveis; e a cidadania é a pedra de toque, para
reverter o péssimo quadro político reinante e fazer do Brasil um país
respeitado, sem crises, sem corrupção e comandado por pessoas éticas, honradas
e de vergonha na cara.
Wilson
Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses
Coletivos da Sociedade, da OAB-MG/Especialista em Direito Tributário, Trabalhista
e Ambiental).
FALTOU CORAGEM E DISPOSIÇÃO AO GOVERNO FEDERAL, COMO SEMPRE ATRASADO NAS SUAS AÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DO PAÍS. CONCORDO COM O TOTAL DO TEXTO DO DR. WILSON CAMPOS, QUE SOUBE RETRATAR A VERDADE DO CAOS PLANTADO PELO PRÓPRIO PRESIDENTE TEMER E SUA EQUIPE DE INVESTIGADOS NA LAVAJATO. O QUE SERÁ DE NÓS, EMPRESÁRIOS DO SETOR DA CONSTRUÇÃO, COM TANTA NOVIDADE RUIM? ABRS. DR. WILSON. - BH/MG/BRASIL - GUILHERME H. P. MAGALHÃES.
ResponderExcluirVergonhoso esse governo sem moral, que mente e engana. Está na hora do povo sair às ruas, deixar os carros travando as avenidas, votar nulo e mostrar que nesse país tem um povo trabalhador que não aguenta mais ladrões e criminosos envolvidos na Lava Jato. De bom mesmo só o artigo do caro Dr. Wilson Campos, sempre na liderança da cidadania. Racquel M. C. Almeida.
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