LÁGRIMAS DE CROCODILO.

 

Numa cerimônia ao estilo petista, com direito a gritinhos e manifestações de puro puxa-saquismo, deu-se a “diplomação” do candidato “eleito” Lula, nesta segunda-feira (12), realizada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília.

O evento contou com a presença de autoridades afinadas com o PT. A maioria das pessoas presentes faz parte da tropa de choque da esquerda. O objetivo de muitos ali batendo palmas e dando tapinhas nas costas é se pendurar no “novo governo” a partir de 1º de janeiro de 2023. Os mesmos que disputavam espaços no auditório para paparicar o presidente “eleito” Lula, serão os que estarão se atropelando se acontecer a subida da rampa do Palácio do Planalto.

A gastança descontrolada deu fortes sinais e já se avizinha, porquanto a equipe do petista, liderada por Janja (esposa de Lula), planeja uma mega festa de “posse do eleito”, para mais de 300 mil pessoas, que contará com shows de diversos “artistas” nacionais. Mas, ao que parece, Lula não convidou o povão para a festança e nem oferecerá picanha e cerveja para os mais pobres no seu banquete. Não. Lula e Janja convidaram empresários simpatizantes da esquerda, cantores apelativos e inexpressivos, cantores aposentados e sem agenda, artistas globais desempregados, caravanas de militantes comensais, políticos esquerdistas e os inseparáveis amigões, que também são membros do Judiciário.

O mais hilário da solenidade foi escutar Lula falar de democracia, repetidamente, quando, na realidade, anda abraçado com os ditadores governantes de Cuba, Venezuela, Nicarágua, entre outros países que calam a população e retiram todos os seus direitos e garantias. Ora, o sujeito que tem amizades tenebrosas como essas não pode criticar o atual presidente Bolsonaro e nem fazer alusão à democracia mundial.

Lula tergiversou sobre democracia antes de ser “diplomado”, mas ele não tem a menor ideia do que se trata, de fato, o conceito de democracia. Lula fala aleatoriamente sobre inclusão e debate plural e democrático, mas caminha de braços dados com os ditadores que chamam o Foro de São Paulo de “a grande força democratizadora da América Latina e do Caribe”.

Não bastasse o teatro montado ao redor de Lula na cerimônia, sempre que ele balbuciava alguma coisa “politicamente incorreta”, a claque entrava em ação. Os gritinhos só eram abafados pelos exagerados aplausos combinados. E chegou a hora do clímax: Lula chorou... lágrimas de crocodilo. Num ambiente tomado por convidados surfando na maionese, ter de suportar ainda o drama do “chorão” é pedir demais. Aliás, logo após as lágrimas de crocodilo, eis que surgem os indefectíveis sorrisinhos amarelos, também de crocodilo. Meu Deus! Não há cidadão que aguente cenas tão fortes.

Tão logo encerrada a dramaturgia – falas demagógicas, choro, lágrimas de crocodilo, sorrisos de crocodilo, gritinhos e aplausos da claque, corredores lotados, afagos e palavras de gratidão -, o “eleito” se dirigiu a um coquetel particular na casa do advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, em região muito nobre de Brasília.

O coquetel da riqueza, segundo divulgado pela imprensa, contou com a participação do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin e sua esposa, Lu Alckmin. Também estiveram na casa do advogado: o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, o vice-presidente da Corte, Ricardo Lewandowski, o corregedor-geral eleitoral, Benedito Gonçalves, e os ministros do STF, Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Presentes ainda na celebração com muita bebida, comida e roda de samba, alguns integrantes do novo governo do “eleito” Lula, como Fernando Haddad, José Múcio, Rui Costa, e até Marina Silva marcou presença. E como não poderia deixar de ser, lá estavam os senadores Randolfe Rodrigues e Renan Calheiros, a dupla dos holofotes.

Para fechar a noite das lágrimas de crocodilo, já superadas pelos sorrisos amarelos de crocodilo, o “eleito” Lula interrompeu o coquetel de luxo e fez um discurso destemperado, ao seu estilo de exclusivista do ódio, da vingança e da demagogia. Ao se referir ao atual presidente Jair Bolsonaro, Lula o chamou de “pequeno monstro”, “aberração” e fruto da “antipolítica”. E ignorando os membros do Judiciário presentes, Lula fez duras críticas a juízes e ministros que decidiram contra diversos aliados seus do mensalão e, sem nenhum constrangimento, disse que nunca teve nada a ver com o triplex do Guarujá e o sítio de Atibaia, motivos que o levaram à condenação e a ficar inelegível com base na Lei da Ficha Limpa.     

Meu Deus! E eu sou obrigado a ouvir e a assistir tudo isso. Mas sem protestar eu não fico. Portanto, registrem meus protestos e minha indignação diante de tanta mentira, demagogia, falsidade, desrespeito e desfaçatez.

Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021).

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