ASSOCIAÇÕES DE MORADORES EM DEFESA DE BH.
As Associações de
Moradores têm se firmado como um instrumento de reivindicação justa a favor da
população, dos bairros e da cidade, numa inequívoca prova de que a união das
pessoas é essencial e se faz muito mais valorizada quando pelo trabalho
espontâneo da coletividade.
A soma de esforços no
sentido de se buscar uma cidade melhor para viver, tem transformado essas entidades
de bairros em algo mais que organismos que cuidam de questões localizadas,
posto que essas agora ampliam seus horizontes humanistas, com olhares mais críticos
sobre as circunstâncias que obrigam o cidadão na vida cotidiana de uma grande
metrópole.
Belo Horizonte é hoje
uma cidade que vem sistematicamente sendo submetida a erros de percurso,
causando o sufocamento da população pelo viés de um crescimento imposto de cima
para baixo, numa errática forma de manifestar o poder, quase sempre contrária à
sociedade e preferindo a interesses estritamente particulares.
Os bairros que ainda
não possuem associações de moradores precisam, urgentemente, se organizarem
para que essa ferramenta de defesa cidadã se constitua de forma efetiva, no
intuito maior de que o contribuinte que paga a conta pode e deve participar da
vida da cidade, quer seja discutindo mudanças na legislação urbana, pressionando
o Poder Público ou formulando propostas de melhorias que atendam a todos e
exercitem os exigidos e democráticos controles sociais.
Para tanto, o
Movimento das Associações de Moradores de Belo Horizonte – MAMBH, coloca-se à
disposição daqueles que porventura se interessem na criação e organização de
uma Associação de Moradores ou de Bairro, bastando que façam contato através do
site (www.mambh.com.br),
ou por intermédio das Associações que já são integrantes e apoiadoras do
Movimento. Nesse sentido, existe uma cartilha disponibilizada gratuitamente com
todas as orientações de como instituir legalmente uma Associação, pessoa
jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada a partir de ideias e
esforços em torno de um propósito lícito e ético, voltada para a defesa dos
interesses difusos e coletivos, tendo ainda como objetivo organizar e
centralizar forças de moradores de uma determinada comunidade para representar,
de maneira mais eficaz, interesses comuns.
A Conferência
Municipal de Políticas Urbanas se aproxima e dentre os muitos assuntos a serem
tratados neste ano estão o Plano Diretor e a Lei de Parcelamento, Ocupação e
Uso do Solo, gerando debates em torno dos temas relacionados à urbanidade e ao
desenvolvimento do município, sem comprometer a qualidade de vida da população.
Nesse momento de proposição
de ideias, fica evidente a importância da gestão territorial e ambiental
compartilhada, na busca de um equilíbrio entre os diversos interesses de
segmentos da sociedade.
Espera-se, portanto,
que a população participe mais da vida da cidade, por meio de Associações de
Moradores comprometidas com o bem-estar social, proativas na cobrança de
crescimento com planejamento e objetivando para o presente e o futuro, um
desenvolvimento com sustentabilidade.
O momento de
organização é agora e a inclusão da coletividade se revela imprescindível e que
o seja de maneira proficiente, através de um canal direto que ligue a
comunidade aos órgãos da Administração Pública, com participação paritária nos
órgãos colegiados que elaboram e executam as políticas urbanas e ambientais da
cidade.
Wilson Campos
(Advogado / Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Difusos e Coletivos da Sociedade, da OAB-MG /Assessor Jurídico do Movimento das Associações de Moradores de Belo
Horizonte / Consultor Jurídico / Especialista em Direito Tributário e
Trabalhista / Pesquisador e militante da Área do Direito Ambiental).
(Este artigo mereceu publicação do jornal Hoje em Dia, edição de 02/06/2013, domingo, pág. 25).
(Este artigo mereceu publicação do jornal Hoje em Dia, edição de 02/06/2013, domingo, pág. 25).
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