AGROPECUÁRIA SALVA A PÁTRIA





Nesse princípio de 2018, de muitas descrenças políticas e econômicas, surge a boa notícia do espetacular desempenho da agropecuária, com alta de 13%.

Com essa performance, o setor agropecuário vai alavancar outros setores que estavam apagados pela crise, mas que deverão reagir e ganhar dinamismo, evoluindo para o crescimento tão necessário e esperado.

A agropecuária salva a pátria numa hora de extrema preocupação e incerteza do governo, dos empresários, dos consumidores e da sociedade como um todo. Ter sido o setor com melhor desempenho na economia em 2017 torna a agropecuária um polo de confiança, mais uma vez, porque sempre é ela que se mostra valente nos momentos mais graves. 

O reconhecimento não é apenas para os grandes produtores, para as empresas com tecnologias avançadas e para os bem sucedidos exportadores do setor agropecuário, mas também para os pequenos e médios produtores e para a agricultura familiar, que são os responsáveis por mais de 80% dos empregos gerados no campo, o que evidencia a importância desses segmentos pequenos, médios e familiares, na geração de trabalho e renda e também na contenção do êxodo rural.

Enquanto a indústria e serviços caminharam alguns passos, com recuperação moderada, a agropecuária trabalhou em silêncio e mostrou que o Brasil está além da bagunça política generalizada de Brasília. Ou seja, a agropecuária lecionou uma aula de como produzir ignorando o jogo político instalado no país.

O Produto Interno Bruto (PIB) divulgado agora pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dá conta de que, como um todo, a economia brasileira cresceu 1,0% (um por cento) em 2017, após dois anos de forte recuo. Mas o resultado, bom, mas longe de ser excelente, foi sentido de forma diferente entre as variadas empresas e atividades econômicas, que não perceberam ainda o afastamento da crise, porquanto estejam pessimistas com relação ao volume ora produzido e o volume produzido anos atrás.

Para alguns setores, apesar da queda de juros e da inflação controlada, fica difícil acreditar numa melhora, uma vez que as empresas ainda apresentam um alto nível de ociosidade. As alegações de descrédito dessas empresas passam pela avaliação de um 2017 tímido, sem impulso suficiente para elevar a produção e o faturamento. Por outro lado, essas mesmas empresas afirmam que, pelo menos, já houve um sinal de estabilização das perdas.

No setor da construção civil, que emprega um número muito grande de trabalhadores, a visão é de que em 2017 o mercado reagiu, com pequenas e médias vendas, o que significa dizer que a retração do setor nos últimos anos começou a se reverter e promete evoluir em 2018, desde que sejam criados mais empregos no mercado geral e as taxas de juros permaneçam em queda.

Longe das quimeras de 2017 e anos anteriores, a agropecuária isolou o medo e mostrou a sua força e é disparado o setor que menos sofre impactos de crises econômicas. Trata-se de um setor resiliente, que não perde o foco e nem tempo com politicagens, mas que gosta de preservar, com muita razão, o fato de ter uma carga tributária menor e uma mão-de-obra menos intensa e, por conseguinte, acabar sendo menos sensível ao custo Brasil.

Para a agropecuária o saldo do ano foi positivo, com destaque para a quantidade de milho e soja exportados. Contudo, apesar da colheita maior, os produtores reclamam da queda do preço da saca de soja, que levou a receita a um valor abaixo do esperado.

Enfim, parece que a recessão está sendo afastada, aos poucos, mas o fôlego ainda é pequeno para grandes mergulhos. Não resta dúvida que o governo precisa pisar firme no freio dos gastos públicos; que o desemprego precisa retroceder de forma mais célere; que os investimentos reapareçam e façam barulho; que a expansão da indústria e dos serviços seja o destaque de 2018, acompanhando o êxito da agropecuária; que o consumo das famílias surpreenda juntamente com a retomada da criação de postos de trabalho; e que a queda da inflação permita a redução dos juros e o aumento da renda da população.

Parabéns, agropecuária! Parabéns, agricultura! Parabéns, agronegócios! Parabéns, produtores rurais!


Wilson Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB-MG/Especialista em Direito Tributário, Trabalhista e Ambiental).




Comentários

  1. Parabéns Dr. Wilson Campos. O senhor foi brilhante ao reconhecer o valor da nossa produção rural, que a cada ano nos envaidece. Nós, da produção familiar, agradecemos. Euclides Vieira J.L.

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  2. PREZADO DR.WILSON
    BOM DIA
    O AGRONEGÓCIO,GENUINAMENTE BRASILEIRO,PARA 2019 SERÁ O MAIOR PRODUTOR DE GRAÕS DO MUNDO,ESPERO QUE CONTAMINE POSITIVAMENTE A CONSTRUÇÃO C´VIL,PAI E MÃE DO DESENVOLVIMENTO E EMPREGOS DO BRASIL.
    SEM A INTERFERENCIA GOVERNAMENTAL TUDO CRESCE.
    NA CRISE A CONSTRUÇÃO CIVILÉI A PRIMEIRA A SER AFETADA,E É A ULTIMA ATIVIDADE ECONOMICA A CRESCER,QUANDO O PAÍS DESENVOLVE,COMO É O CASO AGORA DE NOSSO PÁIS.
    COM OS JUROS QUE DEVEM CAIR AGORA ESSE MES DE 6,75% PARA 6,50%,É POUCO, MAS JÁ AJUDA,EMBORA SEJAM OS JUROS BRASILEIROS OS MAIS ELEVADOS DO PLANETA.
    A CAIXA JÁ NÃO É A RECORDISTA DE FINANCIAMENTOS IMOBILIÁRIOS,AGORA NA DIANTEIRA SANTANDER E BRADESCO.
    SEM A INTERFERENCIA GOVERNAMENTAL TUDO CRESCE
    É A CONSTRUÇÃO CIVIL QUE VAI ABSORVER GRANDE PARTE DESSES QUASE 15 MILHÕES DE DESEMPREGADOS.
    MAS AINDA ESTAMOS MUITO LONGE DO PLENO EMPREGO,QUE SÓ AUMENTA A VIOLENCIA.
    COM AS NOVAS ELEIÇÕES GERAIS EM OUTUBRO DESSE ANOS,ESPERO,QUE O NOVO PRESIDENTE
    REVEJA TODAS AS LEIS,MEDIDAS,POLITICAS DESSE GOVERNO ILEGITIMO E CORRUPTO,QUE O POVO SAIBA VOTAR E ANOTE EM QUEM VOTOU PARA COBRAR DOS NOVOS GOVERNANTES
    JUROS BAIXOS,PLENO EMPREGO,SEGURANÇA,EDUCAÇÃO,SAUDE,RESPEITO.
    QUE DEUS E JESUS ILUMINEM ESSA PÁTRIA.
    ABRAÇO
    MARCO TULIO

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  3. Prezado Wilson,
    Remeti seu artigo sobre a Agropecuária para o Presidente da FAEMG - Federação da Agricultura e Agropecuária do Estado de Minas Gerais.
    Muito boa a sua abordagem do assunto. Parabéns.
    Abraço do
    Arthur Lopes

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  4. Dr. Wilson:

    A despeito do êxito da agropecuária, numa visão de conjunto, é forçoso reconhecer que estamos perdendo. O país abriga o êxito de algumas oligarquias conservadoras, mas amarga um fracasso coletivo.

    Desde 1500, seguimos exportando commodities e importamos bens de capital e com alto valor agregado. Além disso, as amarras (questionáveis) do mercado financeiro, terminam de dragar todo o excedente de capital que é produzido no país. Não à toa, nossa balança de pagamentos apresenta déficits sistemáticos.

    Não há mágica. Mais lenta ou rapidamente, estamos descendo a ladeira.
    Diego Roger.

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  5. Dr. Wilson:

    A despeito do êxito da agropecuária, numa visão de conjunto, é forçoso reconhecer que estamos perdendo. O país abriga o êxito de algumas oligarquias conservadoras, mas amarga um fracasso coletivo.

    Desde 1500, seguimos exportando commodities e importamos bens de capital e com alto valor agregado. Além disso, as amarras (questionáveis) do mercado financeiro, terminam de dragar todo o excedente de capital que é produzido no país. Não à toa, nossa balança de pagamentos apresenta déficits sistemáticos.

    Não há mágica. Mais lenta ou rapidamente, estamos descendo a ladeira.

    Diego Roger, adv, BH.

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    Respostas
    1. Dr. Diego, bom dia.
      Concordo quanto às oligarquias conservadoras e mais ainda quanto ao mercado infrutífero e desvantajoso de commodities.
      No entanto, num contexto de notícias ruins, a agropecuária surpreende, e a agricultura familiar, que destacamos, não joga a toalha, apesar de todas as dificuldades.
      O alento é no sentido de nem tudo estar no buraco cavado pela sórdida política brasileira. Alguns lutam e sobressaem.
      Foi um prazer lhe falar novamente.
      Atenciosamente,
      Wilson Campos.

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  6. Dr. Wilson, boa noite

    Excelente texto, muito oportuno, tapa na cara.
    Tudo que eu gostaria de ter dito, mas não disse, nem escrevi.
    Parabéns, pela sua lucidez e por nos estar sempre presenteando com suas reflexões sociais, políticas, econômicas, ambientais.
    Nestes tempos escuros em que estamos vivenciando, é muito bom ter um farol a luzir.
    Muito grata, por ser nosso porta voz.
    Gláucia M. Cunha.

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