CONDENAÇÃO EM 2ª INSTÂNCIA
“O cumprimento da pena pode
ocorrer após condenação em 2ª instância ou somente após o trânsito em julgado?”
Nem
sempre o Supremo Tribunal Federal (STF) pode julgar conforme o clamor da
sociedade, porquanto exista uma Constituição a ser seguida e obedecida.
A
controvérsia nacional quanto à prisão de Lula está nas mãos da Suprema Corte,
mas não se enganem quanto ao julgamento, uma vez que os magistrados tendem a
acompanhar o texto constitucional, exceto por raras exceções ministeriais.
Em
2016, o Supremo já decidira, por 6 votos a 5, que o cumprimento de pena poderia
ocorrer após condenação em 2ª instância. Petistas e advogados defendem que a
prisão só pode ocorrer após o trânsito em julgado no STF. A presidente Cármen
Lúcia, a quem cabe definir a pauta, foi pressionada para colocar o tema em
discussão. Além do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, outros
protagonistas estão apreensivos sobre o julgamento do dia 4 de abril, entre
eles José Dirceu, João Vaccari Neto e André Vargas; Sérgio Cabral, Eduardo
Cunha; Gim Argello e Anthony Garotinho. Há duas Ações Diretas de
Constitucionalidade a serem avaliadas e julgadas pelo Supremo. A ministra
Cármen Lúcia não quer colocá-las antes do julgamento do habeas corpus de Lula.
Se
a Suprema Corte decidir pela prisão após a confirmação da condenação pelo STJ
ou a causa transitada em julgado, haverá um efeito dominó nas prisões. Os
presos condenados na 2ª instância começarão a recorrer. A tendência é a de
saírem das prisões. O decano Celso de Mello defende essa postura, ao lado de
quatro outros, inclusive o ministro Gilmar Mendes, que mudou de posição.
Está
em jogo a imagem do Supremo. Nunca a alta Corte foi tão execrada como se viu
nos últimos dias. A viagem do ministro Marco Aurélio ao Rio de Janeiro, onde
iria tomar posse na presidência de um Conselho, azedou o clima. O ministro
tirou do bolso o bilhete do seu voo e a sessão foi suspensa, mesmo podendo
continuar com a maioria dos ministros presentes. As redes sociais puseram lenha
na fogueira. Lula apareceu como o grande beneficiado pelo STF.
O presidente da Ordem dos
Advogados do Brasil, Claudio Lamachia, subscreve a ação que tenta reverter a
prisão de réus condenados em segunda instância. Na opinião dele, a impunidade
não reside nos graus de recursos, mas na incapacidade do Judiciário em atender
a elevada carga de processos.
Além desse entendimento, o
presidente da OAB responde às seguintes perguntas feitas pela imprensa:
Como o
senhor vê a posição de alguns ministros do Supremo que estão sugerindo mudar o
entendimento sobre permitir o cumprimento de pena de prisão a partir de condenação
em segunda instância?
O
ponto central neste debate é o princípio constitucional da presunção da
inocência. Todo mundo quer o combate implacável à corrupção e à impunidade, mas
ninguém pode ser considerado culpado até o trânsito em julgado dos processos. E
a OAB tem o dever de defender a Constituição, não podemos nos filiar a uma
corrente contrária ao que está na Carta.
O
problema são os muitos graus de recurso ou a morosidade dos processos?
A
morosidade. Antes de mais nada, o país precisa encontrar mecanismos para
agilizar os processos. Faltam 10 mil juízes hoje no Brasil. Inúmeras comarcas
não têm titulares. É essa falta de capacidade instalada do Judiciário que causa
a demora e que passa a sensação de impunidade. Por que isso não ocorre com a
Lava-Jato em Curitiba? Porque o juiz Sergio Moro tem dedicação exclusiva. Se
houvesse mais celeridade, mais investimentos na Justiça de primeiro grau, esse
debate teria bem menos importância.
A
demora não favorece quem detém poder e dinheiro, em detrimento de quem não
consegue contratar um bom advogado para levar os processos até a última
instância?
Quem
mais sofre com o desrespeito à presunção da inocência são os mais pobres. A
Defensoria Pública não consegue atender toda a demanda, muitos casos não chegam
nem ao terceiro grau de jurisdição. O rico continua tendo condições de pagar um
bom advogado e levar o processo até o STF. A própria Defensoria é quem alerta a
OAB sobre esse perigo.
A OAB defende que a
execução da pena só ocorra após o julgamento de todos os recursos cabíveis, o
chamado trânsito em julgado.
A ministra Cármen
Lúcia, presidente do STF, já se manifestou contrariamente a mudar o novo
entendimento, em vigor desde fevereiro de 2016, a despeito da pressão de
representantes da advocacia e de aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva - condenado em segunda instância pelo Tribunal Regional Federal da 4ª
Região e que poderá ser preso em breve, caso não consiga sucesso nos últimos
recursos que devem ser apreciados em breve.
Alguns advogados
criminalistas pressionam a OAB para que a entidade cobre providências junto ao
STF, principalmente quanto ao imbróglio da prisão após a condenação em 2ª
instância. Outros criminalistas, no mesmo sentido, rebatem a alegação de que a
discussão do assunto, agora, seja para beneficiar Lula. Dizem que a previsão está
na Constituição.
De fato, a Carta Magna somente admite a prisão após o trânsito
em julgado (art. 5º, LVII), quando não são mais admitidos quaisquer recursos. A reclamação dos
criminalistas é a de que a revisão da segunda instância é uma reivindicação
antiga e não é para beneficiar Lula, e pedem para parar com a questão
casuística.
Destarte, posto o
complexo tema e suas nervosas interpretações jurídicas, a grande batalha
decisiva está entregue ao inteiro poder da Suprema Corte. E que venha então a
decisão que colocará um ponto final nessa demanda que já toma a maior parte do
tempo da sociedade brasileira, que coloca “salames” contra “coxinhas”, que
divide opiniões da população e que gera ataques violentos - físicos e verbais, apesar
da imensa crise que sufoca o país, causa desemprego em massa, afugenta
investimentos, faz juros e inflação crescerem, piora cada vez mais os serviços
públicos e retira do povo os seus mais sublimes direitos fundamentais.
O Brasil precisa
superar essa fase sombria, dentro dos rigores da lei, e começar a trabalhar
pelo povo, para o povo, em prol do crescimento e do desenvolvimento geral da
nação.
Wilson Campos
(Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses
Coletivos da Sociedade, da OAB/MG).
Esse Lula já passou da hora de estar na cadeia. Esse judiciário já passou da hora de começar a trabalhar sério sem deixar pontas para vagabundo pegar e sair livre pela porta da frente. Esses ministros do STF envergonham o país, como temos visto. Um está passeando em Portugal. O outro ia fazer aparição em conselho. O outro não queria ficar mais umas horas no trabalho,. Êta turma de gente que precisa ser mudada o mais depressa possível. Acabar com isso de ministro do STF ser indicado pelo presidente da República. O sujeito tem de vir da carreira de juiz, galgando funções e etapas pela competência e seriedade, e pelo conhecimento e ficha limpa. Vamos lá Brasil, acabar com essa bagunça. MEUS PARABÉNS AO AUTOR DO ARTIGO, DR,. ADV. WILSON CAMPOS. VALEU MESMO!!!!!!!!!!!!!!! Marcos A. B. Holanda N. - 100% Brasileiro.
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