NOTÍCIAS FALSAS OU “FAKE NEWS”.



 
As redes sociais tornaram-se uma “febre” mundial, com conexão extremamente rápida, seja por meio dos smartphones, tablets, iphones, facebook, twiter, whatsapp ou instagram. Isso significa dizer que as redes sociais estão dominando o campo da comunicação e sendo utilizadas para todos os tipos de fins. Basta atentar para o fato de que, utilizando essas ferramentas tecnológicas, em poucos segundos é possível enviar uma foto, um vídeo ou uma longa mensagem de texto de um lado ao outro do planeta.

No entanto, essa evolução traz sérios riscos à sociedade quando utilizada de forma errada. Estou falando das notícias falsas ou “fake news”, como preferem os mais antenados com a modernidade das redes sociais. Os perigos residem nas más intenções de pessoas que abusam da celeridade das informações e passam recados e mensagens sem nenhuma propriedade, por ignorância ou de propósito, mas de forma que os estragos são grandes quando se tratam de notícias falsas.

As notícias falsas ou “fake news” têm o poder de mexer com o lado emocional do ser humano. Quando uma notícia falsa com um título sensacionalista ou com um corpo de texto que careça de fontes concorda com determinadas opiniões pré-estabelecidas, ela tem mais chances de ser compartilhada porque, num momento de intensa polarização ideológica, as pessoas estão em busca de cada vez mais argumentos que justifiquem seus posicionamentos. Ou seja, os causadores das notícias falsas se aproveitam da ingenuidade e da falta de autocrítica dessas pessoas que não se preocupam em fazer checagem alguma das informações recebidas. E quando essas pessoas desavisadas acordam, a notícia falsa já se espalhou e o estrago já está feito.

À custa dessa ingenuidade, produtores de notícias falsas têm obtido lucros absurdos. De uma maneira muito simples, eles só precisam incorporar plug-ins de propaganda à programação do seu site. Conforme a audiência no site aumenta, maior será sua arrecadação. A disseminação dessas notícias é feita pelas redes sociais e o whatsapp tende a ser a mais problemática quando se fala em desinformação. As mensagens circulam diretamente entre pessoas e não existe um regulador que possa classificar o que é falso e o que é verdadeiro.

Assim, o melhor caminho para combater as notícias falsas é a educação, a transparência e o exercício de checagem de fatos, principalmente antes de reenviar ou encaminhar para pessoas e grupos.

Para que você, caro leitor, não se deixe enganar pelas notícias falsas ou “fake news”, aí vão algumas dicas para sua prevenção contra informações falsas na internet:

1) NÃO LEIA APENAS O TÍTULO - Uma pegadinha muito utilizada pelos criadores de conteúdo falso na internet é apelar para títulos bombásticos. Portanto, ler o texto completo é um passo básico para evitar compartilhar “fake news”. Aqueles títulos provocativos e sensacionalistas podem não condizer com a reportagem escrita, revelando-se mentirosos e desonestos, mesmo porque os títulos são feitos para chamar a atenção. Então, leia com atenção o inteiro teor do texto, antes de enviar ou recomendar a outrem.

2) CONFIRA O AUTOR – Verifique antes as informações sobre o autor. Saber quem escreveu determinado texto é importante para dar credibilidade ao que está sendo veiculado. Você precisa saber a autoria da notícia, exatamente para não divulgar algo escrito por uma pessoa inteiramente desconhecida e sem dados pessoais confiáveis. Se a matéria é assinada por um repórter, por um especialista, por uma pessoa conhecida, por um profissional idôneo, o site demonstra responsabilidade pela qualidade da informação.

3) INVESTIGUE O SITE – Tome as precauções necessárias para conhecer melhor a origem da notícia e o site. Não deixe de olhar a página onde está a notícia. Navegar mais no site ajuda a analisar sua credibilidade. Investigar a página do site é importante, assim como conferir endereço, responsável, expediente, contato, telefone e cidade. É preciso saber se a notícia é ou não confiável, antes de repassar ou compartilhar.

4) ERROS ORTOGRÁFICOS - Observe se o texto contém erros ortográficos. As reportagens jornalísticas ou de profissionais sérios prezam pelo bom vocabulário e pelo uso correto das normas gramaticais. Por outro lado, os sites com notícias falsas ou mensagens divulgadas pelo whatsapp tendem a apresentar uma escrita fora do padrão, com erros de português ou quantidade exagerada de adjetivos. Se você está diante de um site de notícias falsas, já tem adjetivo no título. Portanto, analise bem esses detalhes de ortografia, escrita e adjetivação. Redobre a atenção quanto à formatação, verificando a presença de erros de português, a maneira como a matéria foi escrita, além de outras características duvidosas na estruturação do texto.

5) DATA DA PUBLICAÇÃO DA NOTÍCIA – Desperte a sua atenção para a data da publicação, identificando quando a notícia foi publicada. Muitas vezes, o texto está simplesmente fora de contexto, não se tratando de uma mentira, mas de uma notícia velha. Saiba distinguir esses dois fatores, para não cair na cilada do tempo ou da notícia ultrapassada.

6) NÃO FIQUE APENAS NAS REDES SOCIAIS - Saia da bolha da rede social. Ora, para estar bem informado, você deve ler e acompanhar o noticiário não somente nas redes sociais. Valha-se dos jornais, das rádios e dos canais de televisão. Informe-se melhor por meio da fonte que mais lhe convenha, que tenha lastro confiável e que tenha histórico de conhecimento da sociedade. Antes de sair por aí reenviando e compartilhando notícias recebidas, apure e confira as informações nos portais de jornalismo, nos blogs de profissionais sérios ou nos meios de comunicação tradicionais.

7) AFASTE-SE DO SENSACIONALISMO - As notícias falsas ou “fake news” tendem a conter palavras ou frases que despertam emoções ou mexem com as crenças das pessoas, atingindo um maior potencial de divulgação e compartilhamento nas redes sociais. Isso ocorre muito no campo da política e mais ainda agora, em época de eleições para diversos cargos. Portanto, atenção para manchetes, fotos, memes ou vídeos que comovam você, ou que falem diretamente com aquilo que acredita. Avalie a veracidade daquilo que recebe, antes de enviar ou compartilhar. Se for falsa a notícia e mesmo assim repassada, você pode estar cometendo um crime e ser responsabilizado.

Enfim, a melhor maneira para você se eximir de responsabilidade pela propagação de uma notícia falsa ou “fake news” na internet, é não compartilhar a notícia suspeita, pois, caso contrário, quem compartilhar este conteúdo duvidoso estará sujeito às sanções no âmbito civil e criminal, com responsabilização perante o Poder Judiciário.

Wilson Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB-MG/Especialista em Direito Tributário, Trabalhista e Ambiental).

 


Comentários

  1. O mais triste é ver notícias falsas que prejudicam alguém (cidadão comum) e depois ficar por isso mesmo. O risco é enlamear a vida de uma pessoa sem justificativa ou motivo suficiente. Quanto a política as fake news vão existir e mais ainda quando chegar as eleições. Muitos candidatos são verdadeiros vagabundos e merecem que sejam divulgadas notícias a respeito deles, porque são exploradores do p ovo e nada fazem de bom para o país. Sou contra as notícias falsas nas redes sociais, mas acho que as redes sociais vão ajudar muito nessas eleições, mostrando a verdadeira cara do candidato. Chega de sacanagem com o povo brasileiro. Meus sinceros parabéns ao Dr. Wilson Campos, grande advogado, pelo excelente artigo, mais uma vez (sou leitor diário) dando uma aula sobre temas importantes para os cidadãos e para a cidadania. Nesta oportunidade, quero agradecer como cidadão pelo que ele passa pra gente, sempre mostrando o que pode ser e o que é certo e jamais se omitindo. Parabéns doutor. Agradecido. Jorge A. Lafayette S. A.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas