ASSOCIAÇÕES DE MORADORES.
As associações de moradores têm se firmado como um
instrumento de reivindicação justa a favor da população, numa inequívoca prova
de que a união das pessoas é essencial e se faz mais valorizada quando em razão
do trabalho espontâneo da coletividade. A soma de esforços no sentido de se
buscar uma cidade melhor para viver tem transformado essas entidades de bairros
em algo mais que organismos que cuidam simplesmente de questões localizadas.
Elas agora procuram se organizar e manter seus estatutos oficialmente
registrados, além de ampliar seus horizontes humanistas, com olhares mais
críticos sobre as circunstâncias que obrigam o cidadão na vida cotidiana de uma
grande metrópole.
Nesse sentido, na defesa dos direitos difusos e
coletivos, elaborei uma cartilha, disponibilizada gratuitamente, com orientações
de como instituir legalmente uma associação de moradores, pessoa jurídica de
direito privado, sem fins lucrativos, criada a partir de ideias e esforços em
torno de um propósito lícito e ético, voltada para a defesa dos interesses da
coletividade e tendo ainda como objetivo organizar e incentivar os moradores de determinada comunidade, independentemente se composta por pessoas de
esquerda ou de direita, mas que sejam portadoras de cidadania e trabalhem em
prol de interesses comuns.
A Conferência Municipal de Política Urbana, realizada
em 2014, contou com a participação de representantes de associações de moradores,
que se debruçaram por oito meses sobre os temas dos eixos propostos, entre eles
os formadores do polêmico Plano Diretor, que gerou debates calorosos em torno
de questões relacionadas à urbanidade e ao desenvolvimento do município, sem
comprometer a qualidade de vida da população. Na ocasião, no momento da votação
e aprovação das propostas, ficou evidente a importância da gestão territorial compartilhada,
na busca de um equilíbrio entre os interesses dos mais variados segmentos da
sociedade. Porém, enquanto os moradores comprometidos com a cidadania estavam
presentes, de forma solidária e gratuita, e nos termos do artigo 2º, inciso II,
da Lei 10.257/2001, representantes do setor empresarial abandonaram a conferência,
fugiram do debate e, depois de cinco anos, querem inviabilizar o plano, que já custou,
no mínimo, R$4,7 milhões do dinheiro do belo-horizontino.
Por essas e outras é que a população precisa
participar mais da vida da cidade por meio de associações de moradores
comprometidas com o bem-estar social, proativas na cobrança de crescimento com
planejamento e objetivando, para o presente e o futuro, um desenvolvimento com
sustentabilidade. O momento de organização é agora, e a inclusão da coletividade
se revela imprescindível; que o seja de maneira proficiente, por meio de um
canal democrático que ligue a comunidade aos Poderes Executivo e Legislativo, sem
favores, mas em virtude e no interesse de boas políticas públicas para a
sociedade.
Wilson Campos (Advogado/Presidente da Comissão de
Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG.
(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de terça-feira, 7 de maio de 2019, pág. 21).
(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de terça-feira, 7 de maio de 2019, pág. 21).
EXCELENTE ESSE TEXTO SOBRE AS ASSOCIAÇÕES DE MORADORES.
ResponderExcluirEU SOU PRESIDENTE DE UMA ASSOCIAÇÃO DE BAIRRO E TENHO ALGUMAS PERGUNTAS E GOSTARIA DE SABER SOBRE A CARTILHA. POSSO ENVIAR E-MAIL PARA O SENHOR SOBRE ESSES ASSUNTOS?
ESTOU NA GRANDE BH E TEMOS PROBLEMAS DE TODO TIPO E PRECISA DE UMA ORIENTAÇÃO DO SENHOR. PODE SER? VOU ENVIAR POR E-MAIL. E PARABÉNS DR. WILSON CAMPOS POR ESTE MARAVILHOSO TRABALHO DE AJUDA AOS QUE MAIS PRECISAM. TODOS SOMOS AGRADECIDOS. ABRAÇO E OBRIGADO. MATHEUS VIEIRA.
Parabéns doutor Wilson pelo trabalho que o senhor faz para as associações e para os moradores. Conheço a cartilha e recomendo a todos, porque tem tudo que precisamos para trabalhar pela comunidade. Sou voluntária numa associação e vou trabalhar para montar uma chapa na próxima eleição da nossa região. Depois gostaria de ligar para o senhor para saber sobre o processo da eleição e como funciona dentro da lei. Posso ligar? quando? Posso enviar as perguntas pelo email do senhor, por que são várias dúvidas. Parabéns e obrigada de coração. Maria das Graças P.
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