VAMOS AO ENTENDIMENTO.
"Extemporaneidade do Plano Diretor"
A sociedade
belo-horizontina, representada por 243 delegados titulares dos setores popular,
técnico e empresarial, por ocasião da 4ª Conferência Municipal de Política
Urbana, realizada em 2014, discutiu e aprovou as propostas que passaram a
constituir o projeto do novo Plano Diretor de Belo Horizonte. Trata-se do PL
1.749/2015, de autoria do Executivo, que estabelece diretrizes para o
desenvolvimento urbano, traça metas e orienta a ocupação da cidade.
A revisão do
Plano Diretor (Lei 7.165/1996) e da Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo
(7.166/1996) tramita na Câmara Municipal sob desarrazoadas polêmicas causadas pelo
setor da construção civil, embora tenham transcorrido quatro anos e o ordenamento da
cidade se encontre paralisado por questões de interesse setorial, em
detrimento das aspirações e expectativas da coletividade.
Não resta
dúvida de que as autoridades eleitas, que compõem o Executivo e o Legislativo, são
as responsáveis por administrar os interesses do município. Entretanto, a participação
da sociedade está prevista na Lei 10.257/2001 (art. 2º, incisos II e III), bem
como a elaboração e a fiscalização de implementação do respectivo Plano Diretor,
cujas garantias estão asseguradas à população e às associações representativas
dos vários segmentos da comunidade, conforme disposto no art. 40, § 4º, incisos
I, II e III.
A rigor, o
novo Plano Diretor não poderá ser transformado numa colcha de retalhos, ao
talante do prefeito, dos vereadores ou de setores que se julguem privilegiados.
Existe um caminho democrático a ser seguido que assegura o atendimento das
necessidades dos cidadãos quanto à qualidade de vida, à justiça social e ao
desenvolvimento das atividades econômicas, respeitadas as diretrizes previstas
no homenageado Estatuto da Cidade.
O Plano
Diretor é fruto de trabalho desgastante da sociedade, custou caro ao bolso dos
contribuintes, algo em torno de R$4,7 milhões, e precisa sair do papel, assumir
a sua função de tornar possível uma cidade mais justa e socialmente
desenvolvida. Ficar parado nos gabinetes da prefeitura e da Câmara Municipal é
um erro inadmissível, porquanto o documento seja não somente uma carta de boas
intenções, mas um compêndio com parâmetros urbanísticos, definição de
zoneamento, classificação de vias, estrutura ambiental, conexões verdes, controle
de estoque, adensamento, áreas de interesse social, coeficiente de
aproveitamento, vagas de garagem, IPTU progressivo, outorga onerosa, transferência
do direito de construir, direito de preempção, estudo de impacto de vizinhança
e operações urbanas consorciadas, entre outros.
Portanto, chega
de polemizar e vamos ao entendimento, e que seja votado o projeto, de preferência
no teor que privilegie o crescimento, o desenvolvimento, a sustentabilidade, o
meio ambiente, a qualidade de vida, a cidadania e as demandas sociais
indispensáveis.
Wilson
Campos (Advogado/ Delegado Técnico Titular da 4ª Conferência/Presidente da
Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da
OAB-MG).
(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de terça-feira, 14 de maio de 2019, pág. 17).
(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de terça-feira, 14 de maio de 2019, pág. 17).
Eu sou funcionário público e sei que esses vereadores fazem o que o prefeito quer. Os que não fazem é porque bateram de frente. O povo está perdido com esses vereadores, prefeito, deputados estaduais, governador, deputados federais e senadores mineiros. Êta turma ruim de serviço sô!! Dá tristeza ver essa cambada ganhando dinheiro para não fazer nada. Estou de pleno acordo com o Dr. Wilson e penso da mesma forma e assino junto. Abraço cívico brasileiro. Rafael Marques. BH,Minas,Brasil.
ResponderExcluirEXCELENTE! PARABÉNS!
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