MIL DIAS.
O mandato do
presidente da República é de quatro anos, ou seja, de 1.460 dias. Para mostrar
serviço são necessários bem mais de cem dias. No mínimo, em nome do princípio da razoabilidade, são necessários mil dias para o presidente dizer a que veio. Portanto, nada de desespero com o
atual ocupante do cargo, mesmo porque os outros presidentes que passaram pela
mesma situação não realizaram quase nada nos cem primeiros dias de governo.
O ideal
seria que, em cem dias, o presidente entregasse mais do que entregou, mas a
casa estava tão desarrumada, com a bagunça do “mensalão” e do “petrolão”, que o
presidente Jair Bolsonaro precisará mais do que bons ministérios para ajudá-lo
na organização, pois precisará também do povo na construção de um país melhor
para todos. A rigor, a sociedade organizada sabe muito bem que o Brasil necessita
da força de todos para que os erros sejam corrigidos e a nave governamental
siga uma rota segura.
De fato, os
cem dias foram poucos para consertar os estragos deixados por gestões passadas.
Daí a sugestão de se planejar grandes realizações em mil dias, porquanto nesse
lapso temporal os ministérios já tenham tido tempo de pensar, preparar e
efetivar projetos de suas respectivas pastas, no atendimento dos interesses da
população e com o intuito de fazer funcionar a máquina estatal, que há muito
está emperrada com relação às suas obrigações políticas, econômicas e sociais.
Aliás, em mil dias o governo já deverá ter aprovado as reformas necessárias,
que, segundo especialistas, se muito tardias, travam de vez o crescimento e o
desenvolvimento.
Apesar das
dificuldades de diálogo político com o Congresso, da troca de alguns ministros e
do excessivo número de mensagens nas redes sociais, o presidente Bolsonaro ainda
conta com o interesse do mercado e dos investidores, que acreditam numa guinada
positiva quando as reformas acontecerem. De sorte que, com fé e otimismo, vale
a pena ver os próximos capítulos, mormente quanto ao compromisso do presidente
de libertar a Pátria definitivamente, “do jugo da corrupção, da criminalidade,
da irresponsabilidade econômica e da submissão ideológica”.
Independentemente
das críticas que recebe, Bolsonaro continua carregando o piano, enquanto os
pessimistas de sempre desmerecem todo e qualquer esforço que é feito para
aprumar as finanças e diminuir o rombo econômico deixado por Lula e Dilma. As
críticas diárias são internas e intensas e quase sempre dos mesmos, que não
jogam limpo e mascaram o que está sendo feito de bom para a nação. Por que não
fazem críticas positivas, mostrando o erro e ensinando o caminho? Falta
competência aos críticos, essa é a realidade.
As mudanças
vão surgindo, aos poucos, embora a pressa por resultados positivos seja grande.
O governo Bolsonaro precisa implementar políticas fortes e proativas dentro do
país, nas áreas da saúde, educação e segurança, mesmo que a reforma da
Previdência não seja a que o ministro da Economia Paulo Guedes pretende, como
prioridade do governo federal. Além do que, existe também o “pacote anticrime”
criado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro, que ganhou
espaço dentro do governo por agradar a base aliada e o eleitorado mais próximo
do presidente. Ademais, vale considerar o corte nas mordomias palacianas e
ministeriais, como demonstração da boa vontade do governo com as suas próprias
promessas de campanha, que, grosso modo, atendem as aspirações do povo
brasileiro, que não tolera mais gastanças e luxos com politicagens imerecidas.
Diante dos
fatos, mil dias é prazo suficiente para o presidente dizer a que veio e mostrar
o alcance da sua gestão, que, espera-se, seja voltada para o progresso da nação
e para a felicidade do povo brasileiro. Mas, espera-se também que o presidente Bolsonaro seja menos falante e menos frequentador das redes sociais, reduzindo a zero a agressividade contra autoridades públicas, uma vez que isso não é de bom tom e não agrega valores ao seu governo. Essa é a expectativa da sociedade. Resta aguardar.
Wilson
Campos (Advogado/Especialista com atuação em Direito Tributário, Trabalhista,
Cível e Ambiental).
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