A PETIÇÃO DE UM BRASILEIRO, PATRIOTA, CONSERVADOR.

 

Senhor presidente Lula, senhores deputados e senadores e senhores ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Trata-se o presente petitório extrajudicial de um requerimento de busca pela razão, notadamente quando esta já não existe mais no campo das ideias, do equilíbrio ou da sensatez.    

Os senhores estão sentados, tranquilamente, em suas poltronas reclináveis, apenas observando a polarização e o ódio se disseminarem. Vossas Excelências abandonaram a prudência e a moderação necessárias à evolução da sociedade; deixaram de lado a importância das tradições morais, religiosas e patriotas; e preferiram criar rupturas internas, capazes de destruir bons ideais e motivar péssimas ideologias.

Enquanto o país se divide entre esquerda e direita, o alto custo Brasil atormenta o produtor, afasta o investidor, desestimula o empregador e embrutece o trabalhador. O sistema é perverso. As instituições divergem, digladiam-se, provocam escândalos e tropeçam umas nas outras. Não há harmonia, muito menos independência. Os freios e contrapesos, antes fundamentais, perderam a eficácia e atualmente são meros enfeites constitucionais.

Ao que parece, somente vossas excelências ainda não perceberam que o Brasil está no fundo do poço, tomado por absoluta insegurança jurídica, derretimento das instituições, ativismo judicial, óbices à liberdade de expressão e ameaças de censura e prisão dos que são contrários ao poder. Somente os senhores não enxergam que um governo só é bom e legítimo se tem o respeito do povo, não teme o escrutínio, não cerceia direitos e não ultrapassa 50% de rejeição.

As bravatas nacionalistas que repercutem por aí, a respeito da soberania brasileira, são meras falácias de pessoas que não descem do palanque. São pessoas que dizem: “Façam o que eu falo, mas não façam o que eu faço”. Pessoas que, independentemente do cargo que ocupam, não admitem o contraditório, fogem do bom debate e se negam ao contato popular das ruas. A soberania é do povo, e não de candidato que a usa como emblema de campanha à reeleição.  

Os manifestantes do 8 de janeiro de 2023 merecem ficar livres, assim como aconteceu no passado, com a anistia concedida em 1979. Naquela época, as faixas e cartazes estampavam: “Anistia ampla, geral e irrestrita”; “Contra a anistia parcial”; e “Anistia não é perdão: é direito”. Muitos mudaram o tom e, agora, de forma obtusa, dizem não.     

A imunidade parlamentar, embora seja fundamental para garantir a liberdade política, não significa um salvo-conduto para a impunidade. A missão do Parlamento é representar o povo, e não interesses pessoais. E cabe aos cidadãos combater a simbiose republicana em que pessoas ligadas ao Estado passam a operar em benefício próprio. O parlamentar dispensa blindagem.

Enfim, Excelências, assim caminha o Brasil, com uma população dividida, angustiada e distante da cidadania. Mas os senhores permanecem com suas mesquinhas ideologias, embora seja de clareza solar a asfixia das liberdades em razão da hipertrofia estatal.

Atenciosamente, um brasileiro, patriota, conservador.

Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021).

(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de quinta-feira, 25 de setembro de 2025, pág. 17. Coluna de Wilson Campos).

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