OS CEM DIAS




                       "O prazo dos governos está correndo"
 

A expectativa geral é em torno do que vai mudar e do que precisa ser mudado. Os resultados anteriores foram desastrosos e colocaram o país no buraco. Os Estados e os municípios estão quebrados. Os cem dias de tolerância para os governos federal e estaduais vão exigir muito trabalho e seriedade dos eleitos. A solução para o caos precisa surgir, e os atos governamentais hão de ser capazes de conquistar a confiança da população.

Os programas de governo deverão ser instalados e colocados em funcionamento no interesse de todos. A falta de civilidade demonstrada nas campanhas deve ser deixada no passado. As bravatas de toda sorte e de todos os lados não têm mais espaço na mídia nem nos lares dos eleitores, que agora querem ação e atitude.

A reforma da Previdência, que tanto acirra os ânimos do sistema bicameral, não pode simplesmente sobrestar a necessária reforma tributária, uma vez que ambas são necessárias, mas sem sacrifícios ainda maiores da sociedade produtiva. Além do que, as reformas não são mais importantes que o combate à criminalidade, que campeia livre e impune no seio da população indefesa.

O governo federal e os governos estaduais recém-empossados sabiam o tamanho do problema que tinham pela frente e ainda assim prometeram rapidez no enfrentamento. Portanto, vamos lá, mãos à obra, pois o tempo urge e a caminhada é longa. E não venham lamentar a herança maldita deixada pelos governos anteriores, porque essa história já era de conhecimento público, e a faxina deve ser iniciada, independentemente do rombo e dos estragos. A assepsia administrativa não pode e não deve proteger esse ou aquele, sob pena de cair em descrédito popular.

Os cem dias estão correndo. A execução de projetos essenciais requer celeridade e competência, evitando-se os descaminhos das decisões erradas. Se, por um lado, o presidente Jair Bolsonaro pretende rever atos da gestão passada e definir prioridades fundamentais aos seus ministros, com efetiva aplicabilidade, por outro, em Minas, o governador Romeu Zema deve considerar possibilidades no mesmo sentido, com mudanças severas e modelo exemplar de gestão.

A população brasileira espera pelo remédio da cura, prometido, mas que tem cem dias para tornar sadio o corpo doente de uma nação tomada por ilicitudes e crimes de toda espécie e tipificação. E os governos de Bolsonaro e de Zema que se preparem para a pior parte - o debate na instância política, no Congresso e na Assembleia, respectivamente, onde se farão presentes os infindáveis discursos profissionais, que acabarão em pizza, desde que compreendidos os reais interesses partidários.

Os cem dias de espera passam rapidamente. As críticas virão com a conclusão do prazo concedido. O lapso temporal é curto, mas os brasileiros não podem mais esperar. Cem dias de pura adrenalina. Tem de ser agora, no calor das mudanças prometidas. Ou para a rua de novo!

Wilson Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB-MG/Especialista em Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental).

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(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de quarta-feira, 16 de janeiro de 2019, pág. 17). 
  


Comentários

  1. Estou de acordo que 100 dias é mais que suficiente para dizer o que pretendem os governos eleitos. Se não tiverem solução em 100 dias não terão mais, porque a casa precisa ser arrumada logo e não depois de mais bagunça. A demissão de afilhados de políticos, de comissionados de partidos políticos, de aspones e come-quietos tem de começar agora, já, e não daqui um mes. Limpeza já. Corte de despesas e arrumar a bagunça já. Renovo meus parabéns ao dr. Wilson Campos por mais este artigo de primeira ordem. Carlúcio M.

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  2. Conforme prometido pelos candidatos do governo de MG e do Brasil, Romeu Zema e Jair Bolsonaro, muitas mudanças seriam feitas, com cortes profundos nas despesas com pessoal, colocando para fora os pendurados por partidos políticos que nada fazem e apenas recebem salários gordos. Os chamados assessores de nada precisam ser demitidos e manter apenas os servidores que trabalham honestamente e merecem receber um salário justo. Mas até agora não vejo essas demissões. Aqui em BH o sr. Zema demitiu e readmitiu, fez e desfez. Que isso? E ainda mantém uma grande turma do PT no governo que vai atrapalhar o governo porque não sabem fazer nada, apenas oposição. Já no governo federal o sr. Bolsonaro está lento nas mudanças e precisa acelerar, porque tem muito petista e comunista no governo, recebendo para não fazer nada, ou apenas estão ali para minar o governo eleito. Limpeza já. Urgente. Ou como disse o notável advogado Dr. Wilson Campos, se continuar como antes, o povo vai de novo para a rua. Ver para crer. Mas temos ainda a esperança de que mudanças radicais virão, breve. Liliana Mello P. A. Em tempo: parabéns Dr. Wilson, pelo magnífico artigo.

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