O QUE A VIDA QUER DA GENTE É CORAGEM.

 

O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem (Guimarães Rosa).


O que dizer ao ano de 2020 não seja adeus e que os períodos de pânico e incerteza em razão do coronavírus estão sendo superados, graças à força e fé de cada um para que o mal da pandemia fosse enfrentado. Corajosamente, a luta foi travada por muitos, vencida por tantos, mas perdida por outros, que se foram tão cedo, antes da hora, levados para longe dos amigos e familiares, lamentavelmente. 


Se esse ano foi ruim ou péssimo, o melhor é respirar fundo e reservar energias para o enfrentamento de novas batalhas que virão no bojo de 2021. O ficar em casa trouxe desemprego, falências, crises generalizadas, estresse, perdas e danos. Mas o brasileiro não desiste nunca. A competência de ressurgir das cinzas é tão grande, que as forças se renovam a cada sinal de fim da pandemia, de surgimento de novas oportunidades e de retomada da vida normal.


Embora se reconheça que a politicagem que grassa no país seja mais perigosa que o vírus, a cidadania não recua, junta forças e tenta renovar a cara da política. Mas o eleitor erra. Os políticos, salvo algumas exceções, continuam péssimos representantes. O interesse mercenário do sistema bicameral atrapalha o desenvolvimento e o crescimento. A economia oscila. Os governos se perdem em administrações sofríveis. A população protesta. O futuro é incerto, mas o brasileiro diz para si mesmo, parafraseando o escritor mineiro de Cordisburgo: o que a vida quer da gente é coragem.  


É preciso acreditar no país. Faz-se necessária a contribuição de cada indivíduo. Há que prevalecer a solidariedade. Todos precisam colaborar para que o Brasil dê certo. A diminuição da desigualdade social é uma necessidade nacional e um equilíbrio maior entre as classes é positivo e humanamente recomendado.


As autoridades constituídas precisam agir. Os 13,5 milhões de desempregados não podem esperar por favores e “toma lá dá cá” de membros do Congresso. A obrigação de atitudes severas é do Executivo e do Legislativo, nas esferas municipal, estadual e federal, com adoção de medidas econômicas e sociais corretas, que consolidem a confiança.


De posse da segurança de que medidas concretas estão sendo efetivadas, com ação e atitude, e diante de um ambiente menos hostil, o setor empresarial volta a investir e a criar empregos. O povo, por sua vez, tão logo tenha uma renda suficiente e satisfatória volta a consumir, e a máquina recomeça a girar. A confiança, a segurança, a ação e a atitude são as ferramentas para retomar o rumo. O país pode e deve sair desse fosso, mas precisa erradicar a pandemia, distribuir uma vacina 100% eficaz e trabalhar firme por um ano novo melhor, em vários sentidos.


Enfim, nossos sinceros votos são de um Feliz Natal para todos e que o ano de 2021 seja, no mínimo, de muita saúde, paz e prosperidade.


Wilson Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB-MG/Delegado de Prerrogativas da OAB-MG).

 

(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de quinta-feira, 24 de dezembro de 2020, portal O TEMPO, digital).

 

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Comentários

  1. É isso mesmo, coragem, coragem e coragem para superar tudo e também para banir do Brasil esses políticos corruptos que roubam até o dinheiro que era para combater a pandemia da doença. Bando de canalhas. A obrigação é dos governantes como bem disse o nosso caro advogado Dr. Wilson Campos porque eles não fazem nada, muito pouco ou quase nada para valer seus gordos salários e isso inclui esse judiciário que se mete em tudo e que não resolve nada de positivo e é apenas mais um poder a comer às custas do povo e sugar o sangue do brasileiro e da brasileira que trabalham para sustentar 3 poderes que não valem 1. Mas o país precisa sair desse buraco e mostrar a sua cara de indignação contra tudo de errado que os políticos fizeram durante essa longa passagem do coronavírus. Eu tenho mestrado e doutorado e trabalho feito louca para pagar minhas contas enquanto esses políticos e "excelências" brincam de trocar favores nos plenários da Câmara, do Senado e do STF (que bela parceria para explorar o povo). Abraço Dr. Wilson e me perdoe a franqueza, mas o senhor também é franco e defende o mesmo ponto de vista, que eu sei, e espero que continue assim, brasileiro nato que é. Att. Marjorie DSMello

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  2. Dr. Wilson, a vacina precisa ser 100% boa e comprovada para não jogar dinheiro no lixo, dinheiro do povo que paga impostos altos e salgados. A vacina precisa ser aprovada e trazer a certeza de que será eficiente para a população ter confiança e vacinar, mas sem essa intromissão do STF que agora se mete em tudo e até onde não deve e não foi chamado. Enquanto o povo fica em casa e as empresas quebram, os governantes vão para Miami, para os resorts da Bahia e torram o dinheiro que ganham fácil e fazem pior ainda porque fazem festas e o povo não pode sair nem aglomerar, mas eles podem e fica tudo bem. A lei deveria ser para todos. Dr. Wilson eu acredito no meu país e trabalho muito para isso,mas nessa corja que está aí de sanguessugas eu não acredito nem hoje nem nunca. Estamos juntos nisso. Saudações advocatícias, meu mestre. Abração do Paschoal Jr.

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  3. É... Dr. Campos, o senhor está coberto de razão e mais uma vez faço minhas suas palavras. Somaria a elas a responsabilidade da "justiça", ou a falta dela, no cenário de instabilidade e insegurança, como promotora e protagonista. Ela também se destaca como cúmplice de um congresso que não trabalha para o país e rouba seu povo.

    Temos muito a fazer.

    Reforma do judiciário, legislação, executivo.

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  4. Um feliz ano novo para todos nós, dr Wilson, e que em 2021 a gente veja o Brasil iniciar o processo de criação de oportunidades para todos os brasileiros, sem as amarras escravisantes do assistencialismo estatal.

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