BRAGA NETTO, MINEIRO, COTADO PARA VICE DE BOLSONARO.

 

Enquanto se discute com intensidade se são confiáveis ou não as pesquisas eleitorais divulgadas, os questionamentos da população brasileira se acentuam na medida em que um dos candidatos sai às ruas e é aplaudido e acompanhado por multidões, e o outro quando o faz, é vaiado e consegue reunir apenas poucos simpatizantes. 

Quando o candidato Lula (PT) decidiu pelo vice Geraldo Alckmin (PSB), ex-tucano e até então seu inimigo político declarado, ninguém da velha imprensa ou da esquerda barulhenta disse absolutamente nada. Mas quando Jair Bolsonaro (PL) declarou que seu vice seria Braga Netto (PL), os batedores de tambor do apocalipse entraram em cena e deitaram falação.   

A mídia tradicional e os partidos de esquerda gostam muito de reivindicar liberdade e democracia, mas agem como controladores, autoritários e demagogos. Ou seja, usam dois pesos e duas medidas, longe da imparcialidade e da isenção necessárias.   

Independentemente da gritaria dos contrários, o presidente Bolsonaro, como vinha sendo especulado nos últimos meses, confirmou o nome do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, como vice em sua chapa na disputa à reeleição em outubro deste ano à Presidência da República. Atualmente, Braga Netto ocupa um cargo de assessor especial no Palácio do Planalto.

Bolsonaro citou a atuação de Braga Netto nas Forças Armadas como um importante fator para a escolha e também fez elogios a outros postulantes à vaga, como a ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina e ainda citou o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, que foi especulado como vice nas eleições de 2018.

O escolhido do presidente Jair Bolsonaro é avesso à exposição e prefere ficar distante dos holofotes. Nascido em Belo Horizonte, Braga Netto, 65 anos, cumpre obediência ao tradicional perfil mineiro de trabalhar mais e falar menos. Trata-se de um profissional respeitoso, bem humorado e afável, não apenas no meio militar, mas também em ambientes políticos, empresariais e quaisquer outros. 

Segundo consta do seu histórico, ao assumir o comando da intervenção no Rio de Janeiro, que lhe concedeu poderes de governador do Estado na área da Segurança Pública, determinou a seus subordinados e pediu aos familiares discrição nas redes sociais. Braga Netto é tido como capaz de reconhecer talentos e interagir com sua equipe. Não toma decisões precipitadas e prefere ouvir diversas opiniões. 

O saldo da atuação de Braga Netto como interventor no Rio de Janeiro em 2018 é objeto de disputa. Em seminário sobre o tema na Câmara dos Deputados em novembro desse ano, o general afirmou que o principal legado era “intangível” e que as instituições do estado foram fortalecidas pelo processo. 

Entre fevereiro e dezembro daquele ano, houve uma redução de 5,5% nos números de homicídios dolosos em relação ao mesmo período do ano anterior e de 14,4% do roubo de carga - um problema que estava inviabilizando a economia do Estado.

Durante a intervenção, o número de agentes de segurança feridos em operações foi de 92 - 15% a menos que os 108 registrados no mesmo período do ano anterior. O número de agentes feridos também caiu um pouco, de 200 para 180. 

O general tem carreira internacional - foi observador militar das Nações Unidas no Timor Leste, e adido na Polônia e nos Estados Unidos. Carrega consigo a tradição de colecionar medalhas pelos bons serviços prestados. 

Braga Netto entrou para o governo em fevereiro de 2020, quando foi anunciado como novo ministro chefe da Casa Civil.  A pasta deu mais poder à ala militar do governo, grupo que havia perdido espaço para a ala mais ideológica ao longo de 2019. Na chefia da Casa Civil, ele se tornou um dos ministros mais próximos de Bolsonaro. Deixou essa função para assumir a Defesa após a demissão do ocupante do cargo. 

Ele começou no Exército em 1974, e atuou no Rio durante grande parte da sua carreira. Foi promovido a general em 2009 e nomeado chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Oeste no mesmo ano. Seus colegas o definem como respeitado pela tropa, durão e experiente. O general é visto entre seus pares como um nome de forte liderança e bem articulado.

Enfim, tudo indica que Bolsonaro já tem seu vice para as próximas eleições presidenciais. Ademais, pelas regras eleitorais, ministros que queiram disputar cargos eletivos tiveram de deixar os postos até 2 de abril. Braga Netto deixou o Ministério da Defesa no dia 31 de março e passou a dar expediente ao lado de Bolsonaro, no Palácio do Planalto, como assessor especial. O cotado pode ter cargo, fora de função de chefia, até julho. Depois, precisa deixar o cargo público. 

Assim, confirmaram-se as dicas, pois em ao menos duas ocasiões, Bolsonaro destacou que o vice seria um cidadão natural de Belo Horizonte e que estudou no Colégio Militar, características perfeitamente preenchidas por Braga Netto, nascido na capital mineira e general do Exército. 

Ao meu sentir, a escolha de Bolsonaro está correta, mesmo porque a ele cabe decidir quem o substituirá em eventuais viagens ou afastamentos esporádicos a serviço, por natureza do exercício do cargo ou por exigências diplomáticas. O vice deve ser uma pessoa de extrema confiança do presidente da República. Se a escolha desagradou alguns setores, paciência, porquanto o vice tenha que ser o braço direito, a continuidade do trabalho, a segurança do cargo e a tranquilidade do respeito mútuo, e cabe ao presidente Bolsonaro decidir quem melhor atende essa sua prerrogativa. 

Que assim seja! E desejo a vitória de ambos nas eleições e pleno êxito na gestão do próximo mandato, a serviço e em prol do povo e do país!

Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021).

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