REDUFLAÇÃO! VOCÊ SABE O QUE É REDUFLAÇÃO?

 

Neste fim de semana, estive no supermercado e me deparei com uma enorme quantidade de produtos em embalagens menores, mas com o mesmo preço de antes, quando a quantidade era maior. Ou seja, os produtos diminuem de tamanho ou quantidade, enquanto o preço se mantém inalterado. Esse processo, no mínimo constrangedor, chama-se reduflação.

Independentemente da inflação oficial do país, que contribui para a elevação dos preços de vários itens nas prateleiras, o sufoco do consumidor também se dá pela reduflação, que acaba lesando quem já está comprometido com a destinação da renda familiar, haja vista a estratégia enganosa das empresas, que consiste em diminuir a quantidade do produto por embalagem, sem diminuir o preço nas etiquetas. 

A coisa é tão séria que o Ministério da Justiça e Segurança Pública, responsável pela defesa da ordem econômica nacional e dos direitos do consumidor, editou e publicou a Portaria 392/2021. Ela dispõe sobre a obrigatoriedade de informar ao consumidor quando há alteração quantitativa de produtos embalados colocados à venda, ou seja, quando dentro de uma mesma embalagem há aumento ou diminuição de unidades ou de peso líquido do produto. As regras valem inclusive no caso de produtos disponíveis no e-commerce.

Essa prática da chamada “maquiagem de produtos e preços” originou a reduflação, que não é ilegal desde que os fornecedores cumpram as determinações legais de informar e alertar o consumidor. Mas ainda assim, no íntimo, o consumidor se sente confundido e ludibriado. O procedimento não é ético nem honesto e acaba pesando no bolso.

A rigor, as empresas têm o dever de informar ao consumidor sobre características, qualidade, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados do produto ofertado, de forma correta, clara, precisa, ostensiva e em língua portuguesa, exatamente como está assegurado no artigo 31 do Código de Defesa do Consumidor. 

A mesma decepção que eu tive você vai ter. A reduflação impacta no seu poder de compra, uma vez que os produtos estão diminuindo de volume e quantidade e os preços estão sendo mantidos, significando que todos podemos estar sendo taxados de idiotas, quando a realidade mostra o oportunismo empresarial em cima do já onerado consumidor, que acaba pagando mais e levando menos.

Portanto, devemos ficar mais atentos na hora das compras. Conferir e comparar passam a ser ainda mais necessários antes de encher o carrinho. Se você tem dúvidas e acha que está sendo enganado, melhor deixar na gôndola. E saiba que não é esse ou aquele produto, pois a maioria dos fornecedores está adotando essa prática inaceitável. Os preços aumentam, as cestas de compras dos consumidores diminuem, e os produtos encolhem.

Vale reclamar a presença e a fiscalização do Inmetro e do Ipem-MG, para que exerçam o papel importante de conferir a extensão da reduflação e procedam à padronização de pesos e medidas, bem como efetivem os serviços essenciais na proteção ao cidadão em suas relações de consumo.

Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021). 

(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de quinta-feira, 9 de junho de 2022, pág. 24).  

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Comentários

  1. Meire Lucy F. Duarte G.9 de junho de 2022 às 16:02

    Eu leio muito mas não sabia desse nome - reduflação - mas sabia e estou super contrariada com esses produtos diminuindo de tamanho e de qualidade e o preço é o mesmo de antes - papel higiênico, biscoito, papel toalha, champoos, material de limpeza e até bebidas eles diminuem o tamanho da garrafa ou da lata e deixa o preço mais alto. São muitos produtos desse jeito. Quem aguenta isso? Socorro Dr. Wilson Campos advogado. Parabéns pelo artigo. Att: Meire Lucy.

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  2. Caio Márcio S. Filho9 de junho de 2022 às 16:07

    Os órgãos de fiscalização deveriam olhar isso e controlar melhor porque o consumidor paga caro por uma coisa que está levando menos na quantidade no pacote. Se é para diminuir a embalagem então diminui o preço. Assim é justo mas como fazem no supermercado e eu já vi isso de perto não pode continuar assim. Os fabricantes estão lesando a gente na cara dura. Cadê o fiscal do governo? O consumidor está sozinho? Dr. Wilson Campos o seu artigo nos ajuda e também alerta o empresário para o fato grave. At: Caio Márcio.

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  3. O artigo do advogado dr Wilson Campos é de grande utilidade para o consumidor. Valeu mesmo pela observação. No corre corre do dia a dia a gente nem percebe mas acontece isso mesmo. É um absurdo mas acontece e não tem nenhuma placa grande alertando para esses detalhes das mudanças do conteúdo da embalagem. Agradeço pela super dica. Abração doutor. Douglas L. Justino - Bh.

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  4. Eu li e li de novo e gostei dessa parte do artigo do Dr. Wilson Campos que eu sempre leio no jornal o artigo dele e gostei hoje desta parte: ""Ou seja, os produtos diminuem de tamanho ou quantidade, enquanto o preço se mantém inalterado. Esse processo, no mínimo constrangedor, chama-se reduflação"". Falou tudo e eu que trabalho fora e ainda cuido de casa sei o quanto isso pesa no final do mês e o salário acaba e o mes ainda está na metade. Muito difícil meu povo..Como sempre o artigo é 10 Dr. Wilson. Da leitora Carolina Luz - Grande BH.

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  5. BOAA NOITE PREZADO WILSON.TIVE ESSA EXPERIENCIA AGORA A POUCO PAGUEI 6,00 NUMA LATINHA DE GUARANÁ POR 5,45 EU COMPREI UM REFRIGERANTE KUAT MAS DE 2 LITROS.NO EPA 1 SHAMPOO DOVE CUSTA 21,00 MAIS 21,00 O CONDICIONADOR TOTAL 42,00 NA FARMACIA PAG MENOS OS MESMOS 2 PRODUTOS PAGUEI 24,00.1 CARTELINHA DE DIPIRONA 1GRAMA COM 10 COMPRIMIDOS PAGUEI 3,50 A MESMA CARTELINHA EM OUTRO BAIRRO CUSTA 19,OO ÓTIMO QUE O DR. WILSON NOS ALERTOU SOBRE ESSE NOVO NOME DA ECONOMIA REDUFLAÇÃO REDUÇÃO INTENCIONAL DA EMBALAGEM PARA CUSTAR MAIS.AGORA SEMPRE VOU LEMBNRAR DESSE NOME REDUFLAÇÃO

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  6. Efigênio M. Castanho10 de junho de 2022 às 10:06

    Na minha cidade que é pequena eu vejo as donas de casa reclamar todo dia esse negócio de que o produto tal está com pouca quantidade e o preço é o mesmo de antes. Como pode isso? e ninguém faz nada. Que país é esse? Cadê os governos que só pensam em eleição e em ganHar salário alto? Cadê os vereadores e deputados estaduais que estão MAIS perto dos consumidores e só fica nos gabinete com ar condicionado? Cadê os deputados federais e senadores que ficam só 3 dias em Brasilia e o resto fica batendo perna nas suas regiões e gastando dinheiro do povo com passagem, aérea, escritórios de luxo e um bando de assessores aspones. CadÊ A DEFESAA DO CONSUMIDOR DO GOVERNO? PREZADO DR. WILSON CAMPOS PARABÉNS PELA SUA INFORMAÇÃO E PELO EXCELENTE TRABALHO QUE FAZ PELOS ADVOGADOS E POR NÓS TODOS. MUITO BOM. O SENHOR DEVERIA SER SENADOR OU GOVERNADOR. PENSA NISSO DOUTOR. ABRÇOS. EFIGÊNIO CASTANHO.

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  7. prezado wilson bom dia.estou passando aqui de novo para te agradecer mais um caso de reduflação um potezinho de canjica na padaria com 100 gramas custava 8,00 em frente no epa 1 litro de iorgute de frutas marca itambé goody custou 6,88 claro que levei o iorgute.muita atenção nos potes ou vazilhas pequenas pois estão remarcando o prazo de validade no proprio local da padaria,pois podem estar azedos e estragados.

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