193 MILHÕES DE BRASILEIROS AVESTRUZES.

Eu poderia ter dito 194 milhões, mas a intenção foi retirar 1 milhão de espertos que não fazem parte dessa maioria esmagadora de idiotas cabresteiros brasileiros (como somos tachados pela oligarquia política).

Esse 1 milhão é aquele representado por uma classe que se lixa para o povo, que perpetua-se no poder por décadas e décadas, que rí da cara de palhaço do cidadão comum, que elege-se e reelege-se inúmeras vêzes, que são chamados de "excelência" e de "nobre", que ganham salários fantásticos, que têm imunidade, que transferem aos parentes os poderes amealhados, que intitulam-se representantes do povo e que acham-se acima da lei e da ordem. E sabe onde "trabalham"? Eu respondo porque lí nos jornais e nas revistas, ouví no rádio e ví nos canais de televisão e na internet. Eles estão nas câmaras municipais, nas prefeituras, nas assembléias legislativas, nos governos dos estados, na câmara dos deputados, no senado federal e no poder executivo. Com raras exceções, é claro.

Os 193 milhões somos nós, os pobres mortais, os prováveis avestruzes que tudo aceitam goela abaixo, os idiotas que trabalham duro para pagar as mordomias desses componentes da casta dourada da república, sou eu que me arrebento de indignação, são vocês que ficam pasmos diante de tanta sordidez e são os jovens, os adultos, os homens e mulheres que rezam pela cartilha do cumprimento da lei, mas que assistem repetidamente o espetáculo deprimente de como não respeitar nada.

E os Tribunais de Justiça, o Superior Tribunal de Justiça, o Supremo Tribunal Federal, o que têm feito para coibir e punir as mazelas cometidas pelos políticos, que teimam em infringir as leis, as normas, as regras e os dispositivos legais da Carta Magna?

Nem se tivéssemos, sem demagogia, estômago de avestruz conseguiríamos engolir e digerir tanto desaforo, tanta desfaçatez e tantos atos visíveis e secretos, vez que, por certo, nos causariam engulho.

Até quando o povo vai se calar só porque o mestre mandou?

O mestre mandou esquecer o mensalão, o escândalo dos correios, os milionários fundos de pensões, o dossiê da casa civil, as despesas do panamericano, os acordos dos partidos políticos, o caso do banco Opportunity, os grampos telefônicos, a rasteira I de Dilma em Marina, a rasteira II de Dilma em Lina, os atos secretos do senado da república, o nepotismo de Sarney & Cia., e agora a interferência inconstitucional do executivo na Receita Federal.

Eu disse inconstitucional? Então por que aconteceu e ninguém pagou perante a lei?

Por que os servidores da Receita Federal foram desrespeitados em seus princípios administrativos fundamentais, que inspiram todo o comportamento da Administração Pública, como o da legalidade, o da impessoalidade, o da moralidade, o da publicidade, o da eficiência e o da ética? Por que?

Será que para atender aos amigos do mestre, que tudo manda e tudo pode?

Perguntas e mais perguntas que o vento leva e o tempo trata de sepultar. Mas, engolir e digerir eu não o faço. Causa-me engulho.

Desejo sob os auspícios da democracia, que os servidores públicos continuem no caminho da construção de uma administração pública transparente, reta, imparcial e livre de quaisquer interferências desse ou daquele setor.

Desejo ainda, que os brasileiros não aceitem as bravatas, não percorram léguas ao lado dos frágeis de civilidade, não abaixem suas cabeças em troca de migalhas, não engulam nem digiram os escândalos políticos e econômicos que assolam nosso país.

Não somos avestruzes!

Somos uma nação jovem, que ao longo do tempo tem aprendido o significado das palavras liberdade, democracia, igualdade e justiça. Vamos buscar mais direitos. É só uma questão de tempo. E o tempo urge.

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