A MI ME GUSTA LA DEMOCRACIA.

Por certo, quando aqui esteve o sr. Manuel Zelaya, presidente deposto de Honduras, houve sondagens a respeito de um futuro abrigo na embaixada brasileira localizada em Tegucigalpa. Entretanto, não nos cabe aqui antever conversas e diálogos trocados entre o interessado e as autoridades brasileiras, mesmo porque seria justa se a avaliação e a forma de como retornar ao seu país foi discutida por Zelaya com Lula. Afinal, democracia também é isto, descascar os abacaxis.

Se Zelaya tinha a intenção de mudar a Constituição de seu país para se favorecer de mais um mandato presidencial, competência caberia ao Poder Legislativo hondurenho, com o apoio da opinião popular, tirar-lhe desse caminho, pois que contrário às leis imperativas e vigentes.

O que não poderia e acabou se tornando, era o golpe de Estado que tirou do poder um presidente eleito pelo povo, jogando por terra uma das ainda frágeis democracias da América Central.

A democracia é uma forma de governo estruturada na liberdade, na justiça, no diálogo, nas discussões abertas, na composição de ideias múltiplas, no consenso do possível, na proliferação da verdade, no estandarte da humanidade e no respeito à soberania popular.

A comunidade internacional não pode se calar frente a estes interregnos de autocracia, que maculam o branco da paz e da democracia.

Juridicamente está correto o Itamaraty quando informa que não está dando asilo político a Zelaya, mas que está tão somente dando-lhe abrigo na embaixada. Para estar na condição de asilado, Zelaya teria que formular pedido e este aceito pelo governo brasileiro. Não é este o caso, pois segundo consta, o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, chegou, bateu às portas da embaixada brasileira e pediu para ser abrigado.

O governo brasileiro agiu corretamente uma vez que seu hóspede na embaixada na capital Tegucigalpa, é o presidente reconhecido de direito de Honduras.

Em tempo, cumpre ressaltar que o episódio peca pelo fato de ter a mão "amiga" de Hugo Chávez, que já demonstrou ser perito em meter o bedelho na Constituição da Venezuela e de arremessar para o fundo as liberdades democráticas de seu país. Quanto mais distante Zelaya ficar de Chávez, mais rapidamente retoma seu posto de Presidente de Honduras. Quanto mais Zelaya puder contar com o apoio do Conselho de Segurança da ONU, melhor para ele e para a democracia hondurenha.

A inviolabilidade da embaixa brasileira e o respeito aos funcionários da missão diplomática é uma questão que merece tratamento e atenção urgente da comunidade internacional.

O Brasil, por outro lado, não pode sob hipótese alguma praticar ingerência externa contra Honduras, país soberano, nem permitir que Zelaya, enquanto abrigado, meta os pés pelas mãos, contrariando normas básicas diplomáticas da embaixada brasileira em Tegucigalpa.

Que Zelaya seja um hóspede comportado e que a democracia hondurenha se restabeleça o mais rápido possível.

Eu, enquanto cidadão, A MI ME GUSTA LA DEMOCRACIA, tanto aqui quanto lá.

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