RIO 2016 : RIOS DE DINHEIRO PÚBLICO.

Se até hoje não explicaram onde foram parar os milhões excedentes gastos no Pan-Americano de 2007, como avalizar a realização de uma Olimpíada, que consumirá muito mais dinheiro público?

Não existe credibilidade alguma a favor dos mesmos que fizeram a trapalhada passada, até que provem o contrário, ou seja, demonstrem na prestação de contas até o último centavo gasto e como foi gasto.

O Comitê Olímpico Internacional ao dar a vitória ao Brasil e mais precisamente à cidade do Rio de Janeiro para sediar os Jogos Olímpicos de 2016, desconhece e pouco se importa com a realidade da vida brasileira, interessando-lhe apenas a jogada política internacional em premiar um país da América do Sul.

A população brasileira não pode abrir mão de serviços básicos como saneamento e esgoto, transporte urbano adequado, escolas equipadas e com professores bem remunerados, hospitais em número e qualidade suficientes, alimentos e ítens de primeira necessidade mais baratos, tarifas públicas condizentes com a realidade, ruas e estradas pavimentadas e sinalizadas, moradia popular garantida, segurança pública incondicional, etc, etc, etc.

Com o advento da Olimpíada "RIO 2016", tudo isso acima comentado e necessário de fato na vida das pessoas, será colocado de lado, continuará de lado, enquanto rios de dinheiro público será desviado para a construção de uma cidade poli-esportiva que futuramente servirá apenas como inspiração à indignação humana, pois que os elefantes brancos de nada servirão aos pobres que nada têm e nada podem perante um Poder Público que por anos e anos nunca os enxergou nas filas quilométricas do trânsito caótico, nos corredores dos hospitais lotados, nas salas de aula de carteiras quebradas e professores desmotivados, nas estradas esburacadas e ensanguentadas por acidentes violentos.

Faltam apenas 7 anos para que a mágica transforme o Rio das balas perdidas no Rio das maravilhas, e que a cidade seja definitivamente um paraíso de pessoas educadas, praias limpas, lagoas despoluídas, hotéis amplos e modernos, transporte rápido e seguro, aeroportos com serviço ágil e cortez, táxis com motoristas bem vestidos e inglês fluente, ruas e avenidas com placas indicativas bem à vista, policiais prestativos e postados de cinco em cinco metros, centenas de voluntários sorridentes e um cheiro de alegria no ar.

Todos os que querem a festa olímpica aqui, neste país de terceiro mundo até na prática esportiva de ponta, devem se preparar para cobrar a transparência dos gastos públicos, as licitações dentro dos rigores da lei, os investimentos bem negociados com os fornecedores, a aplicação exata sem desperdício de materiais e o respeito ao bem público que poderá, quem sabe, ser útil às gerações futuras de atletas do Brasil e não somente da cidade maravilhosa.

Neste nosso querido país, onde uma maioria esmagadora da população acredita ser a corrupção o nosso grande pesadelo, como esperar que a realização dos Jogos Olímpicos não se transforme num Pan-Americano quadruplicado de maracutaias e lambanças administrativas?

Copa do Mundo em 2014 e Olimpíadas em 2016. Haja dinheiro público para bancar todas as obras diretas e indiretas. Haja fiscais do povo para checarem as contas. Haja paciência do povo com as brigas e ciumeiras políticas que virão por aí.

Não estou sendo pessimista nem contrário ao governo atual que patrocina todo esse oba oba, mas tão somente realista às condições perpetradas a um povo que trabalha ano após ano, sob uma pesada carga tributária, assessorada por taxas de juros altíssimas, sem a contrapartida das garantias constitucionais que assegurem verdadeiramente uma vida em paz e com saúde.

Não torço contra, mas também não bato palmas para aventuras milionárias como serão as do RIO 2016, quando a sociedade tem necessidades muito mais urgentes a serem supridas pelo governo brasileiro.

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