SOCIEDADE SEM VOZ ATIVA.

Belo Horizonte poderia muito bem ser uma cidade sustentável, comprometida com as pessoas e com o equilíbrio ecológico, tendo como estrutura os princípios de cidadania, que se traduzem na excelência do convívio social. No entanto, o poder público municipal insiste em contrariar a vontade do povo.

O arrastado início de ano da administração municipal remete a ranger de dentes, do povo, é claro. A insatisfação popular é quase unânime. Apenas se ouve falar de mudanças de cargos nos primeiro, segundo e terceiro escalões, no costumeiro toma lá, dá cá. E a Prefeitura vai devagar na “gestão” de obras eternamente inacabáveis e desaforadamente reajustadas, embora quase sempre paradas ou paralisadas.

A campanha publicitária municipal, ao invés da atual, deveria ser no sentido de que a Prefeitura somente autorizaria projetos de interesse da coletividade, respeitaria o meio ambiente e a biodiversidade, escutaria as comunidades e aceleraria as obras viárias que atravancam a mobilidade e enlouquecem os cidadãos.
 
Já se vão quatro meses de novo mandato da atual administração e tudo está por fazer. Nada caminha como deveria, nem mesmo a simples inferência da satisfação garantida ou seu dinheiro de volta. Os impostos municipais de início de ano já foram pagos, mas o contribuinte continua tropeçando em lixo espalhado pelas ruas. A cidade está feia, suja e abandonada, exceto pela verticalização irracional que toma conta dos bairros e torna a especulação imobiliária uma jogada de mestre dos gananciosos de plantão.

O sistema de transporte rápido por ônibus, mais conhecido como BRT, nos três corredores principais das avenidas Antônio Carlos, Pedro I e Cristiano Machado está a passo de tartaruga, colocando em xeque a competência do poder público. 

Passam-se os dias, as semanas, os meses e os anos e nada de positivo se vê na solução dos problemas que inviabilizam a vida do belo-horizontino. Da manhã à noite são as mesmas cenas de trânsito parado, obras inacabadas, árvores cortadas, áreas verdes ameaçadas, praças descuidadas, cidade alagada ao menor volume de chuva, e por aí vai. Enquanto isso, os contribuintes pagam a conta da propaganda de que "a Prefeitura não para de trabalhar". Francamente, paciência tem limite.

Basta de adiamentos e tergiversações quando se trata de interesse da sociedade. Chega de povo excluído. Chega de povo infeliz.

Portanto, de se ressaltar que o Well Being Brazil (WBB), coordenado pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Eaesp) em parceria com o Movimento Mais Feliz e a rede social MyFunCity, vai realizar uma ampla pesquisa no Brasil para medir os anseios e necessidades da população em todo o País. Dentre as áreas pesquisadas estão o transporte e mobilidade. Pela primeira vez, o Brasil vai descobrir qual é o seu índice de bem estar. Os municípios estarão na berlinda e deverão dizer a que vieram as suas administrações.

As cidades vão conhecer a opinião do cidadão. A participação popular vai mostrar o índice de satisfação por rua, bairro e cidade. O povo vai falar.

Do mesmo modo, deve ser construída, em parceria com os movimentos populares, uma agenda nacional de lutas em torno do direito à comunicação. O objetivo é que os movimentos sociais se apropriem da mídia livre para fortalecer suas próprias lutas, rompendo com a barreira hoje imposta pelos grandes meios privados, pelos Estados e pelos setores econômicos mais fortes.

No Brasil, a sociedade civil vem se organizando para um novo marco regulatório das comunicações, que garanta a liberdade de expressão para todos e todas, e não apenas para aqueles que detêm o controle e a propriedade dos meios de comunicação de massa. A luta agora é para ampliar  o número de atores políticos nesse processo e envolver o conjunto da população brasileira neste debate. A liberdade de expressão é absolutamente constitucional. 

Wilson Campos (Advogado/Assessor Jurídico do Movimento das Associações de Moradores de Belo Horizonte-MAMBH).


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