2017 DEPENDE DE NÓS


"A sociedade não aguenta mais".

Os dois anos de recessão, de fraca gestão e de desvios políticos quase tiraram de combate o cidadão brasileiro, mas nossa competência de ressurgir das cinzas é tão grande que as esperanças se renovam a cada movimento da máquina propulsora de recuperação da economia. 
A reconstrução do país é tão necessária quanto a contribuição de cada indivíduo. No entanto, não há que se permitir que apenas os pobres e a classe média sejam penalizados. A cota de sacrifícios tem de ser paritária, de tal forma que os ricos e os chamados "grandes" também sejam solidários na divisão do ônus e das perdas morais e materiais.
Enquanto uma parte bem sucedida da sociedade aumentou o seu quinhão, a outra parte, a despossuída, aumentou ainda mais sua pobreza nos anos de 2015 e 2016. Ou seja, existe uma lacuna enorme nessa efêmera vida social, que não pode ser entendida como sociedade, porquanto o país tenha voltado a se deparar com o aumento das desigualdades sociais. Portanto, o ano de 2017 será instado a recompor essas diferenças para o bem de todos.
As medidas a serem adotadas pelo governo requerem mais que simples vontade. Requerem ação. Os 12 milhões de desempregados não têm tempo nem podem esperar por desejos dos membros do Congresso. A obrigação de atitudes severas é do Executivo e do Legislativo, com adoção de medidas econômicas corretas, que consolidem a confiança.
De posse da segurança de que medidas concretas estão sendo efetivadas, com ação e atitude, e diante de um ambiente menos hostil, o setor empresarial volta a investir e a criar empregos. O povo, por sua vez, tão logo tenha uma renda suficiente e satisfatória, volta a consumir, e a máquina recomeça a girar. A confiança, a segurança, a ação e a atitude são as ferramentas para retomar o rumo.
O ano de 2016 causou demasiado estrago na vida da população. As reformas e as propostas governamentais precisam ser encaradas com seriedade pelos membros do Congresso, com análise, votação e aprovação voltados para os interesses da coletividade, e não dos próprios, porque a defesa de interesse pessoal seria desastrosa e os riscos imprevisíveis. A sociedade não aguenta mais desastres ou frustrações.
A receita para fazer de 2017 um ano melhor está mais do que desenhada. Não há tempo nem espaço para aventuras corporativistas, segregadoras ou dogmáticas. Os benefícios são esperados para todos, igualmente. A sociedade há que ser una no combate ao desemprego, à inflação, aos juros altos, à fome e à miséria. O retrocesso não interessa à população, que sabe o que quer, e isso significa a retomada do crescimento.
Assim, o ano de 2017 será o tempo do recomeço, do recolocar o Brasil nos trilhos, mas com a participação indispensável de todos, armados de ideias, de vontade, de ação e de atitude. O Brasil não é próprio para cuidar de crises política e econômica. O Brasil é próprio para cuidar de gente. E isso depende de nós, povo brasileiro!
Wilson Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB-MG/Especialista em Direito Tributário, Trabalhista e Ambiental).
 
(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de quinta-feira, 5 de janeiro de 2017, pág. 15).

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