CIDADANIA
O
novo país que o cidadão brasileiro sonha e quer se redesenha no horizonte de
seu firme pensamento cívico, que não suporta a repetição de atitudes
irracionais. O novo tempo esperançado, positivamente otimista, requer objetivos
traçados com retidão, onde o futuro não admita barganhas, medo, subserviência,
golpes baixos ou promessas vãs.
Por
meio da cidadania a sociedade já exige a garantia, a proteção e a entrega dos
direitos indispensáveis à vida com dignidade. O tempo de espera “ad aeternum” passou. As cobranças virão
do povo, cada vez mais arredio à violência, à falta de educação e aos atos de
vandalismo, quaisquer que sejam.
A
cidadania pertencente ao indivíduo social requer o fortalecimento da
democracia, com o necessário amadurecimento das instituições e com o devido respeito
ao povo, no somatório da liberdade e da justiça, na segurança de um governo que
atue efetivamente, sem que se admitam atos de corrupção, desvios, fraudes e
malversação do erário. A cidadania exige um governo que governe, pois governar
é preciso.
A
exemplo disso, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, está convocando
americanos a "se envolverem com trabalhos de cidadania", independentemente
do partido. Em seu último pronunciamento para rádio e internet na presidência
dos EUA, Obama disse que o sucesso do país depende da participação de todos -
não apenas durante a eleição, mas durante toda a vida.
Obama
afirmou que todos têm o título de cidadão, apesar das inúmeras diferenças entre
si. Ele ainda apontou que está ansioso para voltar a ser cidadão após oito anos
como presidente.
Ser
presidente dos EUA foi a honra de sua vida, disse Obama. Ele afirmou que
aprendeu, dia após dia, com as conversas que teve com pessoas comuns, e que
esta oportunidade ajudou a torná-lo um homem e um presidente melhor.
Lá,
como cá, a cidadania é de suma importância para a sociedade. Nesse sentido, a Ordem dos Advogados do Brasil, Seção Minas Gerais,
no uso de suas atribuições legais, no dia 06 de maio de 2013 determinou a
criação e instalação da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses
Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, que envidaria esforços e trabalharia em prol
da advocacia e da sociedade, defendendo a Constituição, a Ordem Jurídica do
Estado Democrático de Direito, os direitos humanos, a justiça social, e
pugnaria pela boa aplicação das leis e pela rápida administração da justiça.
Os objetivos da nova comissão, preliminarmente, seriam
os da defesa da melhoria da qualidade de vida da sociedade; da busca pela justa
inclusão social; da construção de uma sociedade mais solidária, igualitária e
ética; do trabalho pela criação de organismos humanizados que reconheçam nos
valores individuais a capacidade de torná-los coletivos; da visibilidade de
garantias legais ao dispor dos cidadãos; da procura pelo entendimento e
conciliação, evitando o litígio exacerbado; da tutela dos interesses difusos e
coletivos da sociedade; do incentivo à promoção de encontros e debates nas
comunidades, com assessoria às associações de moradores; da procura pelo apoio
dos poderes executivo e legislativo, dos órgãos e conselhos municipais e
estaduais, do Ministério Público e da sociedade civil, para as propostas,
controles e demandas dos moradores das diversas regiões da cidade; da
permanente defesa do meio ambiente preservado e equilibrado; do desenvolvimento
com sustentabilidade; dentre muitos outros lecionados no projeto de criação da
Comissão de Cidadania.
A Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos
da Sociedade, da OAB/MG, teria ainda como meta de trabalho o incentivo às
comunidades locais, no sentido de se estruturarem, para o que destinaria a
divulgação de uma cartilha que, por certo, facilitaria a organização das
entidades pró-interesses dos bairros.
O fortalecimento das pessoas e das instituições
envolvidas no processo representativo das comunidades estaria acompanhado de
lições de cidadania, cujo foco seria sempre a importância da gestão territorial
e ambiental compartilhada, a participação popular como forma de fortalecer a
democracia e a indispensável exigência do respeito à dignidade da pessoa
humana.
A cidadania, os princípios, os valores e a notável
educação seriam os meios através dos quais se difundiria a necessidade de
convivência harmoniosa entre as comunidades e o poder público, almejando o
êxito da solução pacífica para os conflitos sociais.
Os trabalhos da Comissão junto à sociedade
representariam um passo firme da OAB/MG no cumprimento dos seus objetivos
institucionais, de encontro às aspirações democráticas e cidadãs da população,
cuja participação é imprescindível no somatório de forças a demandarem
solidariamente pelos interesses públicos e comuns.
Destarte, destaque-se o papel da OAB/MG na
consolidação da defesa da cidadania e na orientação das comunidades sobre os
direitos fundamentais na sociedade, posto que a advocacia é a voz da cidadania.
Os objetivos da referida Comissão de Cidadania
foram e estão sendo cumpridos. A Cartilha das Associações de Moradores, bem
como a Nova Cartilha das Associações de Bairros e/ou Moradores foram editadas e
publicadas para acesso das entidades interessadas. O sucesso das Cartilhas foi
grande, levando a uma satisfação geral dos dirigentes que trabalham em prol da
coletividade. A Comissão propagou ainda a defesa dos interesses difusos e
coletivos, de forma que os direitos metaindividuais fossem privilegiados e
atendessem uma gama maior de cidadãos.
A advocacia pro
bono, voluntária e gratuita foi difundida por meio de Ações Populares e
Ações Civis Públicas, sempre na proteção da cidadania, da coletividade, das
entidades sem fins lucrativos e dos interesses comuns da população. Essa
atividade profissional foi e está sendo exercida pelo presidente da Comissão,
esse mesmo advogado que rabisca o presente texto, mas sem nunca pedir nada em
troca, posto que a advocacia solidária seja uma meta a ser cumprida pela
Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da
OAB/MG. Ademais, trata-se de uma obrigação e de um dever cívico fazer chegar
aos cidadãos o direito e a justiça.
Sem adentrar o mérito da atuação abrangente da
Comissão e sem esquecer que a advocacia é a voz da cidadania, os trabalhos
foram e estão sendo desenvolvidos também com base no Estatuto da Cidade, além
do acatamento ao Estatuto da Advocacia e à Constituição Federal.
A Comissão de Cidadania se dedica rotineiramente às
atividades de interesse social coletivo, seja na defesa da preservação ambiental,
do transporte público eficiente, da melhoria da educação e da saúde, da
inclusão social, da política urbana humanizada, das livres expressão e
manifestação, da qualidade de vida ou dos mais amplos direitos e garantias
fundamentais assegurados na Constituição.
A cidadania buscada implica no saber escutar as
pessoas comuns. A harmonia das relações nasce do aprendizado diário com os
cidadãos mais simples. As diferenças sociais desaparecem, ou, quiçá, restam
diminuídas quando nos deparamos com verdadeiros cidadãos, que jamais pensam em
si mesmos, de forma individual, sem antes pensarem coletivamente.
Enfim, a cidadania pretendida está no conjunto de
valores sociais, mas sabendo-se indispensáveis os direitos e deveres dos
cidadãos, porquanto as garantias sejam entregues, conquanto a obrigação que nos
cabe seja cumprida com ética, equilíbrio, humildade, urbanidade e humanidade.
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Wilson Campos (Advogado/Presidente da Comissão de
Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG).
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