O DIA DA MULHER.






O mundo comemora hoje, 8 de março, o Dia Internacional da Mulher. Mas não concordo muito, porque entendo que todos os dias são das mulheres, sejam elas mães, companheiras, esposas, filhas, amigas ou colegas. Com certeza, cada uma delas tem sempre um dia cheio, agitado, de cobranças e de pedidos de socorro. E elas não se negam, saem em campo e mostram que estão prontas para o que der e vier.

Dizem por aí que a mulher é o sexo frágil. Mentira. Ela é muito mais forte que muitos homens. Levanta cedo, cuida dos filhos e do marido, vai à academia, sai para o trabalho, volta para casa, e ainda distribui, gentilmente, sorrisos de menina ou de mulher.  

A mulher é bela na pele, no cabelo, no cheiro, no andar, no falar, no respirar, e até na hora de xingar. As bonitas que me perdoem, mas as feias também sabem amar e gostam do feio, do belo e não põem distinção.

Falam que a mulher dá a luz. Mas é muito mais que isso. A mulher faz surgir uma nova vida, ignora a dor do parto e sorri quando vê aquele ser pequenino do seu lado. A mulher é família, defende os seus como ninguém, protege o filho, desculpa o marido e ainda arranja um jeito de amá-los como ninguém.

A mulher é competente quando quer. Conquista espaço na profissão e na sociedade. Pede respeito e empoderamento quando muitos fazem cara feia, desconversam e acham que o mundo é dos homens. Ledo engano, porque o mundo é das mulheres. Os homens são apenas instrumentos para que elas alcancem os seus direitos indispensáveis e levem consigo a integridade do apelo de ser mulher.

A mulher é tudo porque encanta, quando se arruma ou mesmo desarrumada, quando canta ou apenas murmura, quando chora ou simplesmente soluça, quando sorri ou tão somente quando se iluminam os seus olhos.

A mulher não tem medo do destino. Ela enfrenta. Ela pode até lavar, passar e cozinhar, mas com certeza ela pode pilotar um avião, dirigir uma carreta, administrar uma empresa, projetar um prédio, exercer a advocacia, praticar a medicina. Ela pode ser policial, magistrada, ministra e até presidente. Quando ela quer, ela pode, e quando ela pode, ela faz bem feito.

A mulher é sensível porque transpira sensualidade, até mesmo quando se joga no sofá, pés descalços, cabelo por arrumar, unhas por fazer, mas nunca sem um jeito especial de ser. A mulher é assim, meio tudo em todo tempo.

A mulher tem rancor, tem raiva, tem ódio e xinga palavrão. A mulher é um ser humano, então pode tudo isso. Pode ter ciúme, olhar com ar de repreensão e não admitir perdão. Mas daí a pouco se mostra capaz de perdoar, sem, no entanto, arredar o pé do seu ponto de vista, nem se colocar humilhada ou submissa.

Ser mulher de verdade é não admitir discriminação na vida pessoal ou profissional, é não se deixar explorar, é nunca se dar por vencida e ir à luta, é não nascer para brigar com a vida e sim para brigar pela vida, é ter energia de sobra, de causar inveja nos homens e até em outras mulheres, porque a verdadeira mulher causa admiração, respeito e eterna consideração.

Ser uma mulher amada é ser respeitada, jamais agredida, nem com uma flor. Ser mulher amada é ser poesia, é ser música, é ser sublime e sensual. Ser uma mulher amada é encher os olhos do amado, esteja ela de vestido longo, minissaia, biquíni ou maiô, mas perdoem-me o sonho do irrequieto amor, pois quisera eu vê-la de lingerie, robe ou penhoar, tão provocantes, que me falte o ar.

Ser uma mulher guerreira é brigar pelo sim e pelo não. É saber dizer não, quando não é não. É reconhecer o seu valor, muito maior do que explique a vã filosofia, a ciência do direito, a exatidão da matemática ou os refrãos da poesia. Ser mulher guerreira é exigir igualdade e não trabalhar para destruir alguém, seja homem ou mulher, mas para construir um mundo melhor para todos.

Ser uma mulher moderna é fazer severa reflexão sobre os direitos femininos, contra a violência doméstica, contra as agressões covardes e contra as ameaças machistas. Ser mulher moderna é saber amar, quem quer que seja, mas saber amar.

Ser uma mulher justa é desconhecer essa máxima de que atrás de um grande homem sempre está uma grande mulher, pois, ao contrário disso, à frente de um grande homem sempre está a grande companheira: A MULHER!

Ser uma mulher no dia internacional da mulher é ser tudo isso e muito mais, é ser para o mundo um exemplo de cidadania, de coragem, de luta pela justiça, de percuciência na busca dos direitos e de coerência no cumprimento dos deveres. Ser mulher é simples assim, é ser tudo que se pode admirar.


Wilson Campos (Advogado/Especialista em Direito Tributário, Trabalhista e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG).


Comentários

  1. Todos os dias são das mulheres, porque elas enfeitam esse mundo sombrio; elas dão a luz; elas toleram os maridos, namorados, amantes e ficantes. Parabéns por tudo, mulheres do meu Brasil. E parabéns ao Dr. Wilson Campos pelo providencial e majestoso artigo sobre o dia da mulher. João C. H. Luchhesi.

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  2. Esse dia surgiu depois de muita luta na defesa dos direitos femininos num meio extremamente machista. Mas as conquistas vieram e virão na medida que homens e mulheres entenderem que são iguais perante a lei e merecem salários iguais para iguais funções, sem preferência a sexo. Respeito e igualdade são bandeiras das mulheres do mundo inteiro. Concordo com o Dr. Wilson Campos e também acho que a mulher deve estar sempre ao lado do homem, somando, colaborando, constituindo família, ou não, mas sempre presente na evolução do mundo. Parabéns para nós, mulheres. Obrigada Dr. Wilson pelas belas palavras e pelo brilhante artigo. Cynthia M. T. P. Mello.

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