O SUMIÇO DO PREFEITO.

As pessoas perguntam por onde anda o prefeito de Belo Horizonte, que não toma a frente no encaminhamento e aprovação definitiva do Plano Diretor; que não manda trocar as lâmpadas queimadas nos postes das ruas escuras da cidade; que não resolve com humanidade a questão dos moradores de rua, a cada dia em maior número; que não exige limpeza pesada das vias tomadas por lixo, sujeira e entulho; que não determina maior efetivo de guardas municipais nos logradouros públicos; que não cobra presença massiva dos agentes da BHTrans no controle e fiscalização do trânsito; e que não conseguiu cumprir até o momento grande parte das promessas feitas em campanha.

Vale observar que a situação crítica e insolúvel do Anel Rodoviário já se reflete nos corredores de tráfego da capital, triplicando os gargalos existentes e criando novos trechos de retenções, quase intransitáveis no horário de pico, seja de manhã ou no final da tarde. De se notar, ainda, a gravidade dos alagamentos nas avenidas Vilarinho, Cristiano Machado, Bernardo Vasconcelos, Prudente de Morais, Francisco Sá e outros pontos de inundação que reclamam providências urgentes. São questões administrativas emergenciais, de competência do Executivo municipal, requerendo a presença do titular, para coordenar, executar, acompanhar ou fiscalizar os trabalhos, dando o respectivo retorno aos reclamos da sociedade.

Decerto, o prefeito tem razão quando disse, há algum tempo, que está difícil cumprir suas promessas. Data venia, a população é sabedora que deve ser difícil governar uma cidade desse porte e com tantos problemas, mas o alcaide sabia dos desafios e precisa enfrentá-los antes que aumentem. A rigor, sua gestão requer maior alcance e visibilidade que a anterior, uma vez que os eleitores acreditaram no seu slogan “chega de político”. No entanto as coisas caminham na mesma toada política de outrora, sem grandes novidades.

Os belo-horizontinos estão ansiosos por dias melhores, com mais segurança nas ruas, nas portas das escolas, nos arredores dos postos de saúde, nas praças e parques e na cidade como um todo, pois as pessoas precisam ir e vir com tranquilidade, notadamente para trabalhar a fim de pagar os impostos necessários ao seu crescimento e desenvolvimento. Também a sociedade reclama por mais empregos, por atendimento médico sem filas gigantescas, por combate sistemático à dengue, por transporte rápido, econômico e de qualidade, e por uma administração que saiba escutar a coletividade nas suas demandas localizadas.

Por fim, é público e notório que o prefeito é o líder da cidade e precisa se fazer presente, liderando pelo exemplo e fazendo com que essa presença seja inspiradora e produtiva, sob todos os aspectos. Portanto, senhor prefeito, vamos focar o progresso da nossa cidade e o bem-estar dos seus habitantes.

Wilson Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG). 

Clique aqui e continue lendo sobre temas do Direito e da Justiça, além de outros temas relativos a cidadania, política, meio ambiente e garantias sociais. 

(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de sábado, 23 de março de 2019, pág. 19).