RETROCESSO NO STF E LENIÊNCIA NO CONGRESSO.
O
Supremo Tribunal Federal (STF) preferiu o caminho do equívoco ao reverter, na semana passada, a jurisprudência que determinava a prisão após condenação em segunda instância
para somente depois do trânsito em julgado. O STF mudou seu conjunto de
decisões, aplicações e interpretações das leis em um curto período, de apenas
três anos, de 2016 a 2019, causando, com isso, incerteza e instabilidade no mundo
jurídico e sensação de impunidade e incentivo à corrupção aos olhos e
sentimentos da sociedade.
Se,
por um lado, a presunção de inocência saiu fortalecida, por outro o retrocesso
jurídico complicou o combate a crimes, privilegiando a prescrição de delitos
graves e provocando a indignação das pessoas de bem. Daí a constatação de que não
há clima para debates serenos nesse momento, contra ou a favor da soltura
diante do novo entendimento do STF, que, a rigor, alegrou alguns poucos e entristeceu
e causou calafrios na maior parte da população brasileira.
A
sorte da democracia está lançada. O desfecho do ato desarrazoado do STF é
imprevisível e vai depender do equilíbrio das instituições e da paciência dos
cidadãos. A interpretação dada à questão emblemática por parte dos ministros da
Suprema Corte, que por 6 votos a 5 alteraram a decisão que era mantida até
então, de que a prisão poderia ocorrer antes do fim do processo, empurra para o
Congresso a sua obrigação constitucional de legislar e transformar em lei
definitiva a resposta às polêmicas da prisão penal e da execução da pena.
Agora
a bola está com o Congresso, que teve três anos para exercer sua competência e
resolver de vez esse imbróglio e não o fez, preferindo tergiversar e fugir das
suas responsabilidades legislativas, mesmo sabendo tratar-se de tema de grande
relevância, sujeito a convulsão social, que acabaria em suas mãos - posto que
seja sua a missão de votar a proposta que autoriza a prisão de condenados em
segunda instância. A Casa tem autonomia para mudar o novo entendimento do STF,
abandonando sua leniência e dando uma satisfação à sociedade.
Contrariamente
à flexibilização do Supremo Tribunal Federal, o Parlamento precisa atualizar a Constituição da República
e dosar o respectivo remédio constitucional, atribuindo-lhe efetividade e
segurança jurídica, antes que os motes evoluam, o povo se indigne ainda mais e
o diálogo não seja mais possível ou aceitável pelos mais diversos setores da
sociedade.
Faz-se
urgente transformar em lei e em cláusula pétrea tal matéria de cunho social,
tamanhas as implicâncias no entorno da opinião pública, na indispensável atuação
imparcial dos juízes, na certeza da aplicação severa da lei e na proteção da
vítima, a sociedade, que acaba, ao fim, pagando a conta do retrocesso de um e
da leniência do outro.
Wilson
Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos
Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB-MG).
(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de quinta-feira, 14 de novembro de 2019, pág. 20).
(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de quinta-feira, 14 de novembro de 2019, pág. 20).
Não existe no mundo todo um Supremo tão ruim como esse nosso, cheio de pessoas que não são juízes e nem têm competência. Toffoli, Gilmar Mendes, Marco Aurélio, Lewandoviski, Celso de Melo e Rosa Webwe são pessoas que não sabem ser leais ao povo e nem às leis. Não são juízes, mas apadrinhados indicados para o cargo. Juízes são aqueles magistrados do STJ que julgam com sabedoria, imparcialidade e não livram a cara de ninguém e muito menos de políticos corruptos. Esse STF é uma vergonha nacional. Esse congresso idem, uma vergonha do primeiro ao último parlamentar. Pior do que o congresso só o stf (todos com letras minúsculas, porque não merecem tratamento com letras maiúsculas). São uma vergonha para o Brasil e para o mundo. O ótimo artigo do colega, Dr. Wilson Campos, descreveu bem a situação e mais do que isso, como professor de direito eu sei como poderiam ter se comportado esses pulhas e não o fizeram. Bando de covardes e interesseiros apadrinhados. Messias Albuquerque. MG.
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