LULA FALA EM GOLPE E DIFUNDE FAKE NEWS.

O recém-empossado presidente da República, Lula, fala e repete aqui e no exterior, no seu estilo arrogante, que houve um golpe contra Dilma Rousseff.

O petista por certo não sabe que golpe, por definição, é todo ato ao arrepio da lei, que visa à deposição de um governo legitimamente eleito. Segundo a Wikipédia, “tem este nome de golpe porque se caracteriza por uma ruptura institucional repentina, contrariando a normalidade da lei e da ordem e submetendo o controle do Estado (poder político institucionalizado) a pessoas que não haviam sido legalmente designadas (fosse por eleição, hereditariedade ou outro processo de transição legalista)”.  

Ao contrário do que afirma Lula, o impeachment de Dilma foi uma ação política com a participação da pacífica sociedade civil organizada, de partidos políticos, do Tribunal de Contas da União, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Tudo realizado sob o rito e presidência do Supremo Tribunal Federal (STF). O devido processo legal do impeachment foi cumprido. 

Lula mente, falseia notícias e inventa situações. Portanto, Lula fomenta fake news e precisa responder por isso. Ora, reduzir tudo que aconteceu no processo de impeachment de Dilma a um ato golpista, como fez Lula na Argentina e no Uruguai, é um ataque às instituições que ele diz respeitar. Aliás, o senhor Alexandre de Moraes, ministro do STF, precisa tomar uma atitude urgente quanto a essas manifestações de Lula, da mesma forma como tomou contra outros que ele diz que difundiram fake news. Certo, ministro?

As falas de Lula não se sustentam, posto que tomadas de incoerências e pontas soltas. Vejam que o seu atual vice-presidente apoiou o que ele chama de golpe. Em meados de janeiro, num encontro da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin dividiu mesa com Michel Temer. Não o chamou de “golpista”, e sim de “presidente”, inclusive elogiando a reforma do ensino médio aprovada durante o seu governo. Então, Alckmin apoiou e ainda elogia Temer.

Lula comete gafes seguidas e agora resolveu espalhar notícias falsas, tentando entregar para o cenário externo uma narrativa política própria do PT. Lula banaliza a palavra golpe, desrespeita as instituições e deslustra uma decisão democrática levada a cabo por várias mãos.  

Lula mente também quando nega que Alckmin tenha apoiado o afastamento de Dilma. Os fatos mostram o contrário. Na época governador de São Paulo, Alckmin defendeu a decisão do impeachment alegando que o PSDB agiu corretamente votando a favor. Isso quer dizer que Lula esconde, mas na realidade deve pensar que seu vice é um golpista. Os fatos falam por si.

A mesma situação é válida para o ministro Luís Roberto Barroso (STF), que estabeleceu o rito legal a ser seguido pelo Congresso Nacional. E também para o ministro Ricardo Lewandowski, que ocupava à época a presidência do STF. Aliás, foi ele quem presidiu os trabalhos durante a fase final de julgamento do processo contra a ex-presidente. Daí que, por dedução óbvia, Lula diz que estes dois também são golpistas. É isso mesmo, Lula?

Na sua campanha eleitoral Lula se aproximou de alguns políticos que contribuíram grandemente para o impeachment de Dilma Rousseff, como é o caso de Renan Calheiros e Eunício Oliveira, ambos defensores da medida naquela ocasião. Lula é o atual presidente da República e anda de braços dados com essa dupla. Cabe perguntar: Lula, que tanto fala em golpe, considera golpistas esses seus dois aliados?

A incoerência de Lula é surpreendente. Notem que, se Dilma foi deposta ilegalmente como ele diz, então Temer que a sucedeu era governante ilegítimo, assim como ilegítimos seriam todos os seus atos, inclusive o de indicar Alexandre de Moraes para o STF. Certo? Acontece que Alexandre hoje é prestigiado pela maioria da esquerda e foi cortejado por Lula quando tomou posse como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De sorte que a incoerência de Lula é enorme, pois ele trata o impeachment de Dilma como golpe, mas reconhece os atos de Michel Temer e se utiliza deles.

A verdade é que para Lula pouco importa se a acusação tem lógica ou não ou quais são seus efeitos colaterais. Ele pretende é impor uma verdade oficial na qual seu partido seja a maior vítima. E funciona como ele sempre diz: “uma mentira contada várias vezes acaba virando uma verdade”. Esse é o Lula que a cada dia se revela pior e pior em todos os sentidos. É ele o baluarte da ideologia, da mentira, do terraplanismo institucional, da teoria conspiratória sem comprovação.

A megalomania de Lula em torno do golpe contra Dilma é tão insistente e reiterada que os rumores chegaram aos ouvidos do superministro do STF e presidente iluministro do TSE, Alexandre de Moraes, que deu prazo de 48 horas para seu amigo de fé Lula explicar “essa história de golpe”. Será verdade esse ultimato? 48 horas? Certeza? Quem sabe? Para quem não sabe, em duas oportunidades, na Argentina e no Uruguai, Lula se referiu ao impeachment de Dilma Rousseff como golpe e ao ex-presidente Michel Temer como golpista.

Tudo indica que Alexandre deve estar pensando em como sair dessa sinuca de bico, uma vez que seu protegido Lula anda falando mais do que deveria e fazendo troça com questões institucionais sérias. Os ataques de Lula às instituições democráticas estão se tornando um vício do petista sem limites. Pergunta-se: Alexandre, aquele que prende idosos patriotas, vai mandar "prender" Lula, seu "pacificador" preferido?

Se as falas de Lula sobre golpe não são fake news, o que seriam então? Diz aí Alexandre! Ou será que os amigos de Lula na Corte vão dizer agora que a fala dele é fake news do bem?

Fico por aqui, na esperança de que ainda estejam valendo os direitos e as garantias fundamentais previstos na nossa tão combalida Constituição.

Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021).

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